
por Fernando Machado*
Dois eventos ocorridos nos últimos dias em Barreiras despertam estranheza e, por isso, exigem reflexão. Os acontecimentos dizem respeito às “vistorias” que a secretária estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Jusmari Terezinha, tem feito em obras do Governo da Bahia na “Capital do Oeste”.
Antes de tudo é preciso esclarecer que as tais intervenções do Estado visitadas por Terezinha em Barreiras – policlínica e drenagem – já estavam em processo de andamento quando da sua nomeação, em setembro último. Jusmari, na condição de secretária, pode inspecionar as ações? Claro que sim, deve.
Mas o espanto, de fato, trata especificamente do total e absoluto silêncio da secretária acerca da Praça da Juventude, no Renato Gonçalves. A área de convivência, que deveria ser um grande e moderno palco de atividades esportivas e de lazer, teve as obras paralisadas no fim de 2010, ainda na gestão de Jusmari à frente da Prefeitura de Barreiras.
No início de 2017, o atual gestor do município, Zito Barbosa, a fim de garantir empréstimo junto ao Governo da Bahia, para às obras de drenagem no Morada da Lua e São Paulo, teve de devolver à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder) o valor integral referente aos gastos realizados na Praça. Na época, a Conder recebeu os recursos do Ministério dos Esportes e o repassou à Prefeitura de Barreiras, por meio de um convênio, para sua execução na referida área, que fica nos fundos da Escola Padre Vieira.
O mais curioso, ainda, nessa história é que a Conder, que mantém em caixa o dinheiro devolvido da Praça da Juventude, é um empresa pública do governo da Bahia vinculada à Sedur. Ou seja, Jusmari tem na conta de sua secretaria a grana da praça.
Acredito que boa parte da população de Barreiras, especialmente os jovens, deseja também a visita da chefe da Sedur ao local da futura praça de esportes e lazer, para dar ordem, pelo menos, de reinício das obras.
*Fernando Machado é cidadão de Barreiras, acadêmico de Produção Audiovisual e editor do site ZDA.
