Esqueça a parte alcoólatra do seu carro.

Você tem carro flex e gosta de usar o etanol com preços competitivos em relação à gasolina? Esqueça. A safra da cana deste ano foi 20% menor e o açúcar continua com boas cotações no mercado internacional.

O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, disse que é preciso dar competitividade ao etanol brasileiro. A medida mais importante, lógico, é assaltar a Viúva.

Para o representante dos usineiros, é necessária a desoneração tributária do etanol, em especial do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que chega a 9,25% do faturamento das usinas.

E pensar que há dois ou três anos estávamos brigando para exportar etanol aos Estados Unidos. Vamos acabar importando álcool de milho para abastecer nossos carros. Junto com um pouco de uísque de milho, o chamado bourbon, para bebermos e esquecermos nossas mágoas de consumidor.

Dilma determina gasolina com menos álcool.

A presidente Dilma Rousseff assinou hoje a Medida Provisória (MP) 532, que determina a redução do percentual mínimo de mistura de álcool anidro na gasolina. Atualmente, esse percentual varia entre 20% e 25% e, agora, poderá variar de 18% a 25%. A mesma MP também muda a classificação do etanol de produto agrícola para combustível. Com a mudança, a comercialização, estocagem, importação e exportação do etanol estarão sob controle da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a partir de agora, e não mais do Ministério da Agricultura. A medida será publicada na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União.

As duas medidas aumentam a capacidade do governo de regular o setor e são tentativas de reduzir a pressão inflacionária do álcool combustível, provocada pelo aumento dos preços do produto na entressafra da cana-de-açúcar.