Geada no Centro-Sul queima cafezais e faz preço das bolsas explodirem.

Geada nos cafezais: Como evitar prejuízos na propriedade | Rehagro

O mercado futuro do café arábica abriu o pregão desta terça-feira (20) subindo forte na Bolsa de Nova York (ICE Future US). As cotações voltam a subir após registros de geadas nas principais áreas produtoras do país.

Por volta das 09h05 (horário de Brasília), setembro/21 tinha alta de 640 pontos, negociado por 162,70 cents/lbp, dezembro/21 tinha valorização de 625 pontos, cotado a 165,60 cents/lbp, março/22 tinha alta de 605 pontos, valendo 167,80 cents/lbp e maio/22 tinha valorização de 575 pontos, valendo 168,65 cents/lbp.

Geada prejudica safra 2013/14 do café nas lavouras no Paraná

“Parece que a geada foi bem maior do que as previsões ontem falavam. Foi extenso, chegou até o Cerrado, pegou o sul de Minas e a Mogiana. Foi grande, agora o que significa em quebra de safra ainda é cedo para falar, mas pegou o café e foi maior do que as previsões falavam”, comenta Eduardo Carvalhaes.

Geadas queimam lavouras de café e causam prejuízos em Taquarituba

Em Londres, o café tipo conilon acompanha e também opera com valorização. Setembro/21 tinha alta de US$ 41 por tonelada, valendo US$ 1773, novembro/21 subia US$ 41 por tonelada, negociado por US$ 1774, janeiro/22 tinha alta de US$ 38 por tonelada, valendo US$ 1761 e março/22 era negociado por US$ 1743, com valorização de US$ 38.

Com a valorização desta manhã, o mercado devolve as baixas registradas na última sessão, que foi marcada por um dia de grande aversão ao risco no mercado financeiro, derrubando as principais commodities agrícolas e com valorização expressiva do dólar ante o real.

Safra de soja estável, cautela em alta

 

A atenção do produtor brasileiro a variáveis do mercado, como taxa de câmbio, juros americanos e exportação

Embora o cenário esteja apontando para poucas mudanças na safra 2017/2018 de soja, especialistas alertam para que o produtor mantenha sua atenção voltada ao mercado, evitando que períodos de volatilidade interfiram na rentabilidade das lavouras de soja no país. Para o vice-presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), Leonardo Sologuren, o agricultor deve estar atento às relações de troca. “Sabemos que o planejamento é fundamental para que o produtor tenha bons resultados. Realizar a conta de quantos sacos de soja ele precisa atualmente para comprar insumos para a próxima safra é fundamental para manter o equilíbrio das contas”, explica.

De um modo geral, os mercados internacionais observam a oferta global de soja de forma estável. Nas últimas semanas, o preço da commodite e as estimativas de produção se mantiveram no mesmo patamar do ano passado. No Brasil, a expectativa é que sejam colhidas algo em torno de 111 milhões de toneladas do grão, o que representa uma safra ligeiramente menor do que a anterior, cerca de 1%. Entre os fatores que influenciaram essa pequena queda, está o clima, que em alguns estados fez com que o plantio e a colheita sofressem atrasos.

Já o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, afirma que apenas choques mais expressivos de oferta global podem impactar mais seriamente as cotações no decorrer de 2018. Já as exportações brasileiras devem crescer mais de 3,5%, e chegar a cerca de 65,5 milhões de toneladas nesta temporada. Isso pode ser reflexo da revisão para baixo do Departamento de Agricultura dos Estados (USDA), sobre a expectativa de exportação local de soja, o que eleva a expectativa de estoques finais da safra 2017/2018.

Mesmo com o cenário estável o produtor pode acompanhar de perto as variações cambiais e as taxas de juros nos Estados Unidos. “Se a moeda americana valorizar, a soja brasileira pode ficar mais competitiva, mesmo que ligeiramente. Isso pode representar ganhos em contratos de venda para o produtor brasileiro. Sempre existe a possibilidade de, ao invés de vender a soja em maio, realizar o rendimento em junho”, comenta Sologuren, que é agrônomo com mestrado em economia.

Ainda segundo o especialista, o cenário político atual do Brasil, que tem eleições em outubro, precisa ser acompanhado de perto pelos produtores. “Apesar do aparente descolamento entre política e economia, o produtor quer saber a direção que o país vai tomar com o pleito, realizado no segundo semestre, já que isso pode determinar políticas econômicas para a diminuição de gargalos, como armazenagem e infraestrutura para escoamento da safra”, finaliza Sologuren.

A região que mais produz milho no mundo, embaixo de fortes chuvas.

milho afogado

Na foto acima, lavoura de milho que ficou afogada durante alguns dias, depois que ao longo do mês de junho apenas 4 dias foram sem chuvas. Abaixo, cheia do rio Illinois. O mundo está de olho na região que mais produz milho no mundo, o Cinturão do Milho, no Nordeste dos Estados Unidos. O reflexo foi imediato: no Porto de Paranaguá, o milho subiu até 9,26% na última semana e espera-se novos aumentos esta semana.

Grande parte da safrinha de milho brasileira (80%) ainda não foi colhida. Isso dá uma grande esperança aos pequenos criadores do Nordeste, que andam pagando até R$40,00 por uma saca de milho, enquanto esperam que a CONAB distribua novamente o milho subsidiado.

milho rio illinois

Os EUA são o maior produtor mundial, com alta produtividade média, por volta de 9 mil a 10 mil kg/ha, em mais de 35 milhões de hectares. Quase 80% da área é plantada com sementes transgênicas. O produtor médio americano cultiva por volta de 200 a 300 hectares, com produtores maiores no Oeste e Centro-Oeste, e menores em direção ao Sul e Leste. A idade média do produtor americano vem aumentando, e existe uma clara tendência à consolidação de propriedades. A grande parte do milho plantado destina-se a alimentação de animais, e quase 1/3 dessa produção é atualmente destinada à produção de etanol.

Continuidade das chuvas

A semana foi de altas expressivas aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), que acumularam valorizações entre 6,94% e 7,77%, o ganho semanal foi o maior desde julho de 2012. Os vencimentos mais longos retornaram ao patamar dos US$ 4,00 por bushel. Nesta sexta-feira (26), as cotações do cereal encerraram a sessão com ganhos entre 8,50 e 9,75 pontos. O contrato julho/15 era cotado a US$ 3,85 por bushel, depois de iniciar a semana a US$ 3,60 por bushel.

Como principal fator de suporte aos preços do cereal nos últimos dias está a chuva no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Após as chuvas registradas na semana anterior, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para baixo o índice de lavouras em boas ou excelentes condições para 71%, em seu último boletim de acompanhamento de safras. E, por enquanto, há especulações no mercado de que o cenário poderia ser repetido no início da próxima semana.

chuvas

Além disso, as previsões continuam a indicar precipitações para o Corn Belt nos próximos dias. Nesta sexta-feira, o Serviço Oficial de Meteorologia do país (NOAA) reportou que o Meio-Oeste terá probabilidade de chuvas entre 33% a 60%, acima do normal, no intervalo dos próximos 6 a 10 dias. Do mesmo modo, as previsões mais alongadas também indicam mais chuvas para os próximos 30 dias.