
Na foto acima, lavoura de milho que ficou afogada durante alguns dias, depois que ao longo do mês de junho apenas 4 dias foram sem chuvas. Abaixo, cheia do rio Illinois. O mundo está de olho na região que mais produz milho no mundo, o Cinturão do Milho, no Nordeste dos Estados Unidos. O reflexo foi imediato: no Porto de Paranaguá, o milho subiu até 9,26% na última semana e espera-se novos aumentos esta semana.
Grande parte da safrinha de milho brasileira (80%) ainda não foi colhida. Isso dá uma grande esperança aos pequenos criadores do Nordeste, que andam pagando até R$40,00 por uma saca de milho, enquanto esperam que a CONAB distribua novamente o milho subsidiado.

Os EUA são o maior produtor mundial, com alta produtividade média, por volta de 9 mil a 10 mil kg/ha, em mais de 35 milhões de hectares. Quase 80% da área é plantada com sementes transgênicas. O produtor médio americano cultiva por volta de 200 a 300 hectares, com produtores maiores no Oeste e Centro-Oeste, e menores em direção ao Sul e Leste. A idade média do produtor americano vem aumentando, e existe uma clara tendência à consolidação de propriedades. A grande parte do milho plantado destina-se a alimentação de animais, e quase 1/3 dessa produção é atualmente destinada à produção de etanol.
Continuidade das chuvas
A semana foi de altas expressivas aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), que acumularam valorizações entre 6,94% e 7,77%, o ganho semanal foi o maior desde julho de 2012. Os vencimentos mais longos retornaram ao patamar dos US$ 4,00 por bushel. Nesta sexta-feira (26), as cotações do cereal encerraram a sessão com ganhos entre 8,50 e 9,75 pontos. O contrato julho/15 era cotado a US$ 3,85 por bushel, depois de iniciar a semana a US$ 3,60 por bushel.
Como principal fator de suporte aos preços do cereal nos últimos dias está a chuva no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Após as chuvas registradas na semana anterior, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para baixo o índice de lavouras em boas ou excelentes condições para 71%, em seu último boletim de acompanhamento de safras. E, por enquanto, há especulações no mercado de que o cenário poderia ser repetido no início da próxima semana.

Além disso, as previsões continuam a indicar precipitações para o Corn Belt nos próximos dias. Nesta sexta-feira, o Serviço Oficial de Meteorologia do país (NOAA) reportou que o Meio-Oeste terá probabilidade de chuvas entre 33% a 60%, acima do normal, no intervalo dos próximos 6 a 10 dias. Do mesmo modo, as previsões mais alongadas também indicam mais chuvas para os próximos 30 dias.