Apagão ajudaria Dilma para evitar políticos no segundo escalão?

Diz Roberto Jefferson em seu blog que  há males que vêm para o bem:

Segundo o governo, o blecaute que deixou 47 milhões de pessoas sem energia elétrica no Nordeste na madrugada de ontem provavelmente foi causado por uma pane no software do sistema de proteção de uma subestação. Rápida, Dilma cobrou explicações de vários órgãos e decidiu que vai apressar as mudanças que já vinha fazendo no setor elétrico. Se as denúncias envolvendo o setor já vinham irritando a presidente, imaginem o efeito que o apagão na região em que ela teve mais votos na eleição deve ter provocado. Creio que foi a gota d’água que faltava”.

Dilma vai continuar pressionada pela horda do PMDB. A primeira ação de Dilma deveria ser mandar o Lobão do Apagão para uma aposentadoria indigna. Só o que ele economizaria em tintura para cabelo, já daria para viver muito bem. Parodiando Jefferson, poderíamos afirmar: há malas que vêm por trem. Ou: na vida tudo é passageiro, menos motorista e cobrador.

Tem contrato em dólar? Presta atenção no que a Presidente disse em Buenos Aires.

A vontade de Dilma Rousseff ficou expressa em entrevista a jornalistas portenhos. Quer e deve proteger as relações comerciais com Estados Unidos e China, mantendo uma paridade saudável com o dólar. O Governo – leia-se Mantega – tem feito de tudo para estabelecer valores reais na relação do Real com o Dólar. Vai chegar uma hora em deverá tomar medidas drásticas e já está anunciando isso:

“Acho que o Brasil e a Argentina estão sofrendo – e todos os países emergentes, isso é público e notório – estão sofrendo as consequências da política de desvalorização praticada pelos países em questão, pelos dois grandes países do mundo. Acho que nossa posição no G-20 vai ter que ser cada vez mais uma posição de reação a esse fato, a essa política de desvalorização, que sempre levou a situações muito problemáticas no mundo, a chamada desvalorização competitiva. Eu desvalorizo a minha moeda para competir com você. Essa política levou a várias crises econômicas, aliás, a várias disputas políticas, disputas econômicas. E ela não é boa nem para o Brasil, nem para a Argentina, nem para nenhum país emergente. Nós achamos que os Estados Unidos, em especial, que detém a moeda que é reserva de valor, tem de levar em consideração esse fato. Nós temos, hoje, 280 milhões… 88 milhões de dólares em reservas, em dólar. Então, para nós, também, é uma questão muito importante que não haja uma perda de valor. A perda de valor da moeda que é reserva de valor é uma contradição. Achamos, também, que todos os países têm de… não podem aceitar políticas de dumping, mecanismos de competição inadequados, não baseados nas práticas mais transparentes, e que os países têm de reagir a esse fato. Agora, também sabemos que o protecionismo, no mundo, não leva a boa coisa. Instituir o protecionismo, você… as perdas não são restritas àquele do qual você está se defendendo, elas se espalham pelo sistema, é isso que eu quero dizer.”