
Daí, periodista, está online?
A figura medonha de Madame Almerinda, a pitonisa das más notícias, surge inteira no meu monitor de 26 polegadas e quase caio da cadeira. A velha bruxa andava quieta, mas de repente, não mais que de repente, me chama no zap.
-Sim, Madame, estou aqui, batucando nas pretinhas para justificar a fortuna que ganho com meus generosos anunciantes. Não tanto como o quase deputado Sigisvaldo, mas ainda o suficiente para viver confortavelmente.
-Escutou a entrevista do nosso Prefeito?
-Seu Prefeito, Madame! Não votei nele. Não tenho culpa de nada. Eu nego tudo!
-Pois é, ele disse na “Rádia do Alaídio” que já pagou todos os servidores da Prefeitura, adiantado.
-E não pagou, Madame?
-Não pagou os comissionados e o pessoal de baixos salários, como costuma fazer até o dia 25 de cada mês. Pior, não avisou ninguém e todo mundo amanheceu na porta do banco para pagar suas continhas particulares, mas as contas estavam a zero.
-E prometeu pagar quando, Madame?
-Dizem a meia boca que paga na próxima semana.
-Mas então está dentro da lei, Madame!
-Pois é: mas quem contava com o ovo no respectivo oviduto da galinha se deu mal. Vai curtir o final de ano com churrasquinho de gato. E precisava mentir na “Rádia”?
-Pois é, Madame. Se o seu Prefeito precisa faltar com a verdade no prestigiado programa do quase deputado Sigisvaldo, é porque tinha um bom motivo. Fazer uma espuminha básica, né, que disso ele entende.
