Novo aumento de combustíveis é resultado da “subordinação do país e da sua maior empresa aos interesses financeiros estrangeiros”

Petrobras acelera desmonte da bacia de Campos e mira o pré-sal | VEJA

Mito da Pe­tro­brás que­brada, criado desde 2014, não foi com­ba­tido e des­qua­li­fi­cado pelas di­re­ções da Pe­tro­brás desde então. É lógico que o esfacelamento da Estatal em favorecimento das estrangeiras rende muito dinheiro aos donos do poder. O mesmo ocorre com a Eletrobras. Propinodutos fartos e de alta vazão. Nenhum lavajatista é inocente.

Em me­ados de abril, a di­reção da Pe­tro­brás anun­ciou o sexto au­mento do preço dos com­bus­tí­veis e seus de­ri­vados apenas em 2021, a des­peito do de­sem­prego e da ca­restia que voltam a as­solar o país. Nesta en­tre­vista ao Cor­reio Ci­da­dania, Fe­lipe Cou­tinho, en­ge­nheiro da Pe­tro­bras, ex­plica o ar­ranjo po­lí­tico e ide­o­ló­gico que tomou conta da em­presa desde 2015 e, a partir da po­lí­tica de de­sin­ves­ti­mentos e da pa­ri­dade aos preços de im­por­tação, pro­duziu a per­ma­nente alta de preços.

“O maior plano de pri­va­ti­zação da his­tória da com­pa­nhia foi apre­sen­tado em 2015. O mito da Pe­tro­brás que­brada, criado desde 2014, não foi com­ba­tido e des­qua­li­fi­cado pelas di­re­ções da Pe­tro­brás desde então. Apesar de a di­reção da com­pa­nhia dispor de todas as evi­dên­cias con­tá­beis ne­ces­sá­rias para fazê-lo”.

Dessa forma, Cou­tinho afirma que poucos se­tores, parte deles se­quer se­diada no país, têm a ga­nhar. Perde o con­su­midor, perde a com­pa­nhia e, acima de tudo, perde a nação, cada vez mais es­va­ziada em suas ca­deias pro­du­tivas. Tudo isso num mundo onde a pro­pri­e­dade es­tatal do pe­tróleo é ten­dência do­mi­nante.

“As mai­ores com­pa­nhias de pe­tróleo do mundo são es­ta­tais; das cinco mai­ores, são quatro es­ta­tais. En­quanto das 25 mai­ores, as es­ta­tais são 19. Con­trolam mais de 90% das re­servas e cerca de 75% da pro­dução de pe­tróleo. As pe­tro­lí­feras es­ta­tais são com­pa­nhias in­te­gradas ver­ti­cal­mente e que au­mentam sua im­por­tância re­la­tiva ao longo do tempo”.

Se os re­flexos já se veem na de­sin­te­gração so­cial pela qual passa o país, com seus ele­va­dís­simos ín­dices de de­sem­prego, pre­ca­ri­zação do tra­balho e em­po­bre­ci­mento, é cada vez mais ur­gente re­tomar o papel do Es­tado e da Pe­tro­brás.

“O fim do pe­tróleo ba­rato de se pro­duzir e a re­dução do ex­ce­dente ener­gé­tico e econô­mico da in­dús­tria pe­tro­leira estão trans­for­mando, ace­le­ra­da­mente, a so­ci­e­dade. É ne­ces­sário ga­rantir a pro­pri­e­dade do pe­tróleo e ficar com seu valor de uso. Atender as ne­ces­si­dades dos bra­si­leiros e er­guer a in­fra­es­tru­tura dos re­no­vá­veis para uma nova or­ga­ni­zação so­cial”, sin­te­tizou.

A en­tre­vista com­pleta com Fe­lipe Cou­tinho a se­guir.

Cor­reio da Ci­da­dania: Como ana­lisa os au­mentos de R$ 0,10 (3,7%) no preço do di­esel e de R$ 0,05 (1,9%) no da ga­so­lina, anun­ci­ados pela Pe­tro­brás em 15 de abril? Quais as causas que le­varam a mais este re­a­juste?

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De pé, ó vitimas da fome! De pé, famélicos da terra!*

Golpe

O militante tradicional do Partido dos Trabalhadores, aquele que trabalha em funções humildes nas prefeituras, oficinas do Estado e no Governo Federal e desconta 10% de seu salário para doar ao Partidão, todo mês, deve estar se perguntando o que foi feito com tanto dinheiro roubado da Petrobras, do BNDEs e dos fundos de Pensão das estatais.

Em Barreiras, funcionários do PT já estão dando um golpe de “zémigué” no Partido: indicam um número de conta para débito do dízimo, a qual nunca tem dinheiro ou até de uma conta encerrada.

Vixe Maria, Senhora da Abadia! Que vergonha!

* Primeiros dois versos do Hino da Internacional Socialista, os quais o PT evidentemente esqueceu.

Organizações do terceiro setor: projeto quer acabar com terceirização da prestação de serviços

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) apresentou um projeto-de-lei esta semana que pode ser o fim das OSCIPs, ONGs e cooperativas de trabalhadores. O projeto pede o fim da terceirização das atividades de natureza permanente da administração pública direta e indireta. Pinheiro defende que a terceirização criou um gigantesco contingente de trabalhadores de segunda classe – os terceirizados – que não dispõem de qualquer proteção social.

Na prática, a proposta proíbe a administração pública de recrutar trabalhadores por meio de empresas interpostas ou cooperativa de trabalho. As exceções seriam obras, serviços de natureza eventual e coleta e processamento de lixo reciclável, unicamente no caso de existência de cooperativa formada em benefício dos trabalhadores.

Acredita-se que poucas prefeituras do interior baiano não tenham contrato com uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, ONG – Organizações Não Governamentais ou com cooperativas de trabalhadores. A verdade é que essas instituições do chamado terceiro setor podem oferecer, aos gestores públicos, preços diferenciados, pois não recolhem as obrigações trabalhistas patronais e, na maioria das vezes, oferecem um bom retorno ao propinoduto de prefeitos, governadores e entes governamentais em geral.

Aos olhos do Ministério Público estadual e do Ministério Público do Trabalho, essas ligações de Prefeituras com organizações do terceiro setor não estão dentro da legalidade. Mas os tribunais de contas de vários estados têm aceitado os contratos.

Até o SEBRAE, uma sociedade civil sem fins lucrativos, funcionando como serviço social autônomo, gerida pelo segmento empresarial e apoiada pelo poder público, com a missão de estimular e promover o desenvolvimento sustentável  e a competitividade das empresas de pequeno porte, tem incentivado a criação de OSCIPs, com claro desvio dos seus objetivos primordiais.