Nei Vilares pede e Prefeitura constrói quatro colossos no Verde Vida

A obra de quatro quebra-molas, construídos fora das especificações, estão reduzindo a velocidade dos motoristas, mas também a vida útil dos carros, que mesmo dentro dos padrões de fábrica e sem peso adicional raspam o piso dos carros com estrondo.

Se o secretário de Segurança e Trânsito, Daniel Álvares, não foi fiscalizar os quatro quebra-molas na rua central do bairro Verde Vida, seria hora do legislador proponente da obra, Nei Vilares, dar uma passada por lá e olhar o que foi feito. Os quebra-molas estão completamente fora da especificação do CONTRAN.

Segundo resolução número  39/98 do CONTRAN os quebra-molas precisam ter as seguintes dimensões:

I – TIPO I (urbanos):

largura: igual à da pista, mantendo-se as condições de drenagem superficial;

comprimento: 1,50

altura:  até 0,08m.

II – TIPO II( estradas):

largura: igual à da pista, mantendo-se as condições de drenagem superficial;

comprimento: 3,70m;

altura: até 0,10m.

Diz mais a resolução em seu quinto artigo:

Art. 5º As ondulações transversais são:

I – TIPO I: Somente poderão ser instaladas quando houver necessidade de serem desenvolvidas velocidades até um máximo de 20 km/h, em vias locais, onde não circulem linhas regulares de transporte coletivo;

II – TIPO II: Só poderão ser instaladas nas vias:

  1. a) rurais (rodovias) em segmentos que atravessam aglomerados urbanos com edificações lindeiras;
  2. b) coletoras;
  3. c) locais, quando houver necessidade de serem desenvolvidas velocidades até um máximo de 30km/h.

A resolução é de 21 de maio de 1988, portanto nem o Secretário, nem o Vereador podem alegar desconhecimento de causa.

Pior: os quebra-molas já estão causando prejuízos, arrastando canos de descarga e danificando o piso de carros, o que não é uma exceção na cidade, onde quase nenhum redutor físico de velocidade está dentro da lei.

Outro exemplo gritante é de um quebra-molas que está situado na rua Paraíba, quase esquina com Edaleio Barbosa de Souza, também um arremedo completamente fora das especificações previstas em lei.

Vamos comprar uma régua escolar e uma trena de costureira para o Secretário e outras para o Vereador para quem eles possam medir com precisão os quebra-molas e colocar dentro da lei.

Para aqueles descrentes, achando que se pode fazer redutores de velocidade pela cabeça de pedreiros de meia-colher, sugiro a leitura de uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco sobre as ondulações transversais na cidade de São Pedro do Belmonte.

Não seria o caso do MP-BA manifestar-se também sobre os quebra-molas de Luís Eduardo Magalhães?

Em novembro de 2009, o então prefeito Humberto Santa Cruz iniciou a sua escalada de instalação de quebra-molas. E os dois primeiros, construídos na rua José Cardoso de Lima, eram verdadeiros colossos. Depois de reclamação de O Expresso, no outro dia Humberto mandou rebaixar o quebra-molas, também fora da especificação legal.

A maioria dos quebra-molas de Luís Eduardo Magalhães está fora da lei

O Governo britânico está destruindo quebra-molas para evitar a poluição do ar. Ao acelerar novamente depois de cada quebra-molas (bump, como eles chamam) os carros multiplicam o gasto com combustível e a proporcional poluição atmosférica.

Veja na foto como são construídos os redutores de velocidade. Como aquele instalado na faixa de segurança em frente à Prefeitura de LEM, na avenida Barreiras.

No entanto, centenas de quebra-molas em Luís Eduardo Magalhães estão fora das especificações do Denatran, altos e estreitos. Quase na esquina da rua Paraíba com Edaleio Barbosa de Souza, tem um quebra-mola que não é um simples redutor de velocidade. É um desaforo. Qualquer carro pequeno que passar ali com algum peso, raspa no fundo, aumentando o prejuízo.

Está na hora do Prefeito largar a “burra preta” e andar num carro pequeno pra ver como são os quebra-molas de Luís Eduardo. Essa sim é uma herança amarga de Humberto, que espalhou quebra-molas fora de especificação legal por toda a cidade.

Olha aí, Marciano Pauletti, o que diz a wikipédia:

As lombadas devem obedecer à resolução 39/98 do CONTRAN, devem obrigatoriamente ser sinalizadas e podem ser de dois tipos de tamanho. No tipo 1 devem ter as medidas de 8 cm de altura por 1,5m de largura, no tipo 2 devem ter 10 cm de altura por 3m de largura, ambos com o comprimento igual a largura da rua. Devem ser utilizados somente em último caso para a prevenção de acidentes.[2]

Diz o parágrafo único do artigo 94 da resolução 39/98 do Contran: “É proibida a utilização de ondulações e ou tachões, transversais e de sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou pela entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo Contran”.

A legislação prevê multa para quem coloca lombadas sem permissão. O responsável pelo quebra-molas irregular, se identificado, ainda poderá ser punido criminalmente por danos materiais e por homicídio.

Lombadas em desacordo com o padrão danificam e desgastam severamente o veículo, qualquer dano causado por estes objetos devem ser relatados ao CONTRAN e mas o proprietário pode processar e pedir indenização ao estado caso seu veículo tenha sido danificado ou roubado por conta de lombada fora das especificações do CONTRAN.

Também existe a faixa elevada para travessia de pedestres, que é comumente vista como uma lombada pelos motoristas. Tem o topo achatado, na altura da calçada e pelo menos 4 metros de largura. [3]

Tomara que o futuro chegue rápido em Luís Eduardo Magalhães

Foto de Ruy Reis
Foto de Ruy Reis

Conforme dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), publicados no fim de 2015, Luís Eduardo Magalhães, está classificado entre as 10 melhores cidades baianas pra se viver.

O índice da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) acompanha 5.000 municípios e só não informa que o Município enfrenta uma dos piores índices do País em mortes violentas (72 mortes em 100 mil habitantes a cada ano).

Também não argumenta que os carros da cidade deveriam ser movidos por energia eletromagnética, para ficarem no mínimo a 15 centímetros do solo. Assim evitariam os buracos e os estúpidos quebra-molas.

Carro enrosca nos quebra-molas da BR 242, na travessia de LEM

quebra molas

Pelo menos este motorista não tem o direito de reclamar, pois alterou as características do veículo. Mas e aqueles que enroscam o carro diariamente, mesmo mantendo como saiu de fábrica? Os quebra-molas estão fora das características preconizadas pelo Código Nacional de Trânsito.

Para constatar um exemplo de como isso deve ser feito, basta ver aqueles redutores feitos em frente ao posto da PRF, em Barreiras. Luís Eduardo Magalhães não deve conviver com essas excrescências durante muito tempo.

Os soldados do “Pula Cabrito” atacam novamente

A Sutrans distribuiu, agora há pouco, nota à imprensa, noticiando, como grande  novidade, a instalação de novos quebra-molas na cidade:

A Secretaria de Segurança, Ordem Pública e Trânsito, por meio da Superintendência de Trânsito (SUTRANS) informa que a partir desta quinta-feira, 29, serão construídas lombadas ao longo do trecho correspondente ao perímetro urbano de Luís Eduardo Magalhães, nas vias paralelas à BR 020/242, nos dois sentidos.

Na Avenida Enedino Alves da Paixão as lombadas serão instaladas nos seguintes pontos: em frente a Auto Elétrica Adriano, antes do Hotel LG; em frente a Pawica (antes do acesso a Av. Ayrton Senna); em frente ao Centro Cultural, antes da Aquarela Tintas e em frente ao Hotel Solar . Na Rua JK, após o Hotel Solar os locais são: em frente a Terra Agrícola e no canteiro da Avenida Paraíso (após o Posto Paraíso).

Na via paralela sentido Barreiras-LEM, os locais onde serão instaladas as lombadas e placas de sinalização são: em frente a Galvani (antes da alça da BR); antes do acesso da Avenida Kichiro Murata; antes do acesso da Avenida Salvador; antes do acesso da Rua Rondônia; paralelo ao Banco Itaú; antes da Rua Paraná (em frente a Auto Peças Porto); antes do acesso da Rua Mato Grosso (em frente a Agrotec) e antes da Agrosul (em frente a Barreiras Auto Peças).

Espera-se ao menos que os “equipamentos de alta tecnologia” estejam dentro da lei, com a altura e a extensão preconizada pelo Código Nacional de Trânsito, porque cada vez que um carro raspa o fundo em um quebra-mola, o Prefeito perde um voto.

Os “pula-cabritos” da pista central não estão dentro da lei. Se não como explicar os rasgos profundos no topo dos quebra-molas. Carros dentro das especificações de fábrica não deveriam raspar nessas porcarias.

Se ordenar o trânsito fosse construir “pula-cabritos”, melhor seria economizar o dinheiro do contribuinte e deixar a estrada esburacada e ondulada como estava.

Nas cidades, os quebra-molas devem ter comprimento mínimo de 1,50 m (um metro e meio) e altura máxima de 0,08 m (oito centímetros). Nas rodovias (Tipo II), devem ter comprimento mínimo de 3,70 m (três metros e setenta centímetros) e altura máxima de 0,10 m (dez centímetros).

Onde os quebra-molas da rodovia tem 3,70 m de extensão? Nem aqui, nem na China. Se deixar pelo entendimento de quem nada entende de trânsito, Luís Eduardo volta a ser a bagunça que era.

De capital do agronegócio à capital dos quebra-molas

O "colosso" da Clériston Andrade, construído, rebaixado e hoje aposentando, sem função, mas ainda prejudicando os usuários.
O “colosso” da rua José Cardoso de Lima, construído, rebaixado e hoje aposentando, sem função, mas ainda prejudicando os usuários.

Luís Eduardo Magalhães tem crescido em população a taxas de 14% ao ano; a arrecadação tributária e o orçamento crescem na mesma proporção; e o número de veículos já ultrapassou de longe 30 mil, incluindo aí as famigeradas motinhos. Como esses veículos, principalmente as motinhos, circulam sempre com mais pressa do que recomenda a prudência, os responsáveis pelo trânsito da cidade resolveram incrementar a política terceiro-mundista de prosaicos quebra-molas, como contenção aos tarados do trânsito.

Acontece que com as barreiras físicas, que às vezes atingem alturas inomináveis, principalmente no centro, os motoristas precisam parar, engatar uma segunda marcha e arrancar de novo, com aumento em até 100% do combustível consumido e também da emissão de gases.

As autoridades de trânsito nada entendem, caso contrário não estariam mantendo quebra-molas a 20 metros de faróis de trânsito ou, como no caso emblemático, daquele em frente à loja Paraíba, (veja aqui matéria de novembro de 2009, quando foi construído) onde o motorista precisa frear logo depois da esquina. Acontece que a José Cardoso de Lima era de duas mãos. Tornou-se mão única e, por inércia ou inaptidão das autoridades de trânsito, a lombada foi ficando.

E a pista lateral à rodovia, Enedino Alves da Paixão e rua JK? Para atravessá-las o caminhoneiro tem que ultrapassar quase 20 insólitos quebra-molas, um seguido pelo outro, mesmo que leve uma carga de 38 toneladas em seu caminhão nove eixos.

Buraco na temporada de águas os usuários entendem; ruas sem asfalto, o usuário também pode entender, pois as verbas públicas minguaram e ao que parece a folha salarial e custeio estão consumido o orçamento da Prefeitura.

Mas este imposto indireto de gastar combustível, freio e arrebentar o carro todo por baixo, ninguém entende.  É imposto indireto que o contribuinte paga todo dia e, por outro lado, renúncia fiscal, pois a Prefeitura poderia usar o aparato de guardas de trânsito e equipamentos eletrônicos para coibir os abusos de velocidade, remetendo para a casa dos mais audazes a multa relativa aos excessos, através de rigoroso controle eletrônico.

Por que não educar como foi feito em Brasília, onde todos param na faixa de segurança para o pedestre passar? Os mal educados aqui do Oeste da Bahia são piores do que eram os de Brasília?

Há quatro anos, o Ministério Público obrigou a Municipalidade de Maringá, através de Termo de Ajustamento de Conduta,  para retirar ou redimensionar mais de 400 lombadas para as medidas previstas pelo CONTRAN, que são de  10 centímetros de espessura por 3,70 metros de largura em avenidas e de 12cm de altura x 0,80 m em ruas secundárias. As lombadas de Luís Eduardo estão dentro dessas medidas. Não estão mesmo! Pintar e sinalizar as lombadas, principalmente em ruas de pouca iluminação também são obrigações óbvias.

Quebra-molas é coisa de gente subdesenvolvida culturalmente. E nós não podemos aceitar a pecha de incultos e bárbaros e ainda pagar por isso. 

Onde estará o quebra-molas que deveria estar aqui?

Oito placas de sinalização indicam um novo quebra-molas no trecho urbano da BR-242 em Luís Eduardo Magalhães. Se as cartas de Madame Almerinda não mentem jamais, as placas da BR são mentirosas. Não existe o quebra-molas, mais uma prova do desrespeito com que o famigerado DNIT trata esta cidade. 

Na verdade, no mínimo mais três quebra-molas são extremamente necessários, além deste que ainda não existe: em frente ao Posto Ursa, em frente ao Tropical Ville e no acesso ao Jardim das Oliveiras. São pontos conflitados. Somos contra a instalação de quebra-molas, até porque não deixam de ser a expressão da falta de urbanidade de um povo, que não sabe respeitar a sinalização.

No entanto, já que pelo jeito não teremos tão cedo a duplicação, nem as barreiras eletrônicas prometidas, que venham os quebra-molas, fáceis e baratos para fazer. O prejuízo é grande para motoristas, mas nada significa frente à segurança de pedestres, motociclistas e dos próprios motoristas. Os eduardenses e passantes não podem continuar sendo mutilados e sacrificados no altar da intolerância e do desmando público.