Bolsas caem em todo o mundo. Na Bovespa, desastre é de proporções.

Charge do *Frank

O jornal Brasil Econômico, analisa com propriedade, o desastre anunciado, que ocorreu no dia de hoje na Bovespa, bem em como todas as outras bolsas de valores do mundo. Pior, amanhã tem mais: os analistas debatem, agora, não a recuperação das bolsas, mas onde estará o fundo do poço, isto é, o momento em que as bolsas vão parar de cair, com base no valor real das empresas. Veja a matéria do BE:

“Em queda desde a abertura dos negócios, a bolsa brasileira chegou a cair mais de 9% no pregão desta segunda-feira (8/8), prejudicada pelo corte no rating dos Estados Unidos e o pronunciamento de Obama.

O Ibovespa encerrou o pregão de hoje com baixa de 8,08%, aos 48.668 pontos. Foi a maior queda percentual desde 22 de outubro de 2008 (-10,18%).

É o menor patamar do índice paulista desde o final de abril de 2009.

A forte saída de investidores resultou em um volume financeiro de R$ 9,595 bilhões e 1,044 milhão de negócios realizados. 

“O mercado já vinha caminhando para um processo de deterioração por conta da contaminação da Itália e da Espanha. Depois veio o jogo político para prejudicar Barack Obama, que conseguiu aprovar o aumento do teto da dívida aos 46 do segundo tempo. E na sexta a S&P decidiu retirar o AAA dos Estados Unidos. Os investidores nem dormiram nesse final de semana”, afirma Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

Em queda desde o início das negociações dessa sessão – a primeira após o corte do rating dos Estados Unidos de “AAA” para “AA+” pela Standard and Poor’s -, o Ibovespa derreteu após pronunciamento do presidente americano, que não trouxe novidades e, por isso mesmo, frustrou investidores. Ele culpou o impasse político em Washington pelo corte da nota do país.

Por lá, as bolsas também registraram fortes quedas. Dow Jones recuou 5,55%, S&P 500 teve queda de 6,66% e Nasdaq caiu 6,90%.

Durante à tarde, após Obama afirmar que seu país sempre será um “triplo A”, o Ibovespa foi derrubado para 47.846 pontos, com perdas 9,64%. Com essa baixa, o índice ficou muito perto de sofrer um “circuit break” — quando as negociações são interrompidas por 30 minutos após queda superior a 10%. 

Por volta das 15h30, o número de acessos ao site da BM&FBovespa era tão grande que o endereço eletrônico chegou a ficar fora do ar por cerca de meia hora.

Os 48 mil pontos registrados hoje  ainda não se configura um fundo e é preciso aguardar um pouco mais. 

“Para quem pensa em investir em bolsa, principalmente pensando em longo prazo, agora é oportunidade de esperar o mercado formar um fundo e entrar comprando”, recomenda. 

Ele acredita que o Ibovespa deva abrir em baixa de aproximadamente 3% no pregão de terça-feira (9/8) e sua oscilação nos próximos dias dependerá de indicadores importantes vindos da China e dos Estados Unidos, como o nível de atividade no setor de serviços e na indústria.

“Se [o Ibovespa] continuar caindo, o fundo é de 43 mil pontos”, adianta Santos.

Repique

Segundo Tito Gusmão, analista da XP Investimentos, há espaço de queda para o Ibovespa até os 44 mil pontos. “Mais que isso o cenário já fica muito feio”, explicou o especialista em bate-papo com investidores no Pregão ao Vivo, da XP Investimentos.

Para ele, é possível que o índice comece a subir já no próximo pregão, na terça-feira, em movimento de repique. “Não é para sair comprando caso o índice suba. Até 51.300 pontos, pode ser apenas repique de alta”, explica. “Esse é o momento para ficar zerado e com operações de segurança.”

Gusmão ressalta que este momento requer hedge, ou seja, operações de segurança para proteger a carteira de possíveis quedas. “Mesmo que o índice fique em 48 mil, faça proteção em hedge”, aconselha o especialista.

Destaques

Entre as ações que compõem o Ibovespa, nenhuma conseguiu encerrar o pregão em alta.

A maior baixa do índice ficou com as ações da Marfrig (MRFG3), que amargou queda de 24,83%, para R$ 9,02.

Papéis da OGX Petróleo (OGXP) e da Brasil Ecodiesel (ECOD3) recuaram, respectivamente, 16,36% e 15%.”

O diretor da Brasoja, Antonio Sartori, alarmado com o derretimento dos mercados, disse hoje ao jornalista Políbio Braga: ” Ele, Obama,  poderia ter percebido que a crise global de 2008 foi um refresco para uma crise muito mais abrangente, não fez nada para mudar os fundamentos da economia americana e acabou sendo engolido por uma agenda extremamente conservadora e necessária, originada justamente dos seus piores adversários, o chamado Tea Party do Partido Republicano.”

* Frank Maia, o autor da charge de abertura desta matéria,  é ilustrador freelancer e chargista do jornal A Notícia, de Joinville, Santa Catarina. Veja outras charges inteligentes no seu site “Xinelão Studio”.

Um início de segunda-feira tenebroso no Oriente.

Nos países do Oriente, Japão, Coréia, Taiwan e outros, as bolsas abriram a segunda-feira em queda livre. A média das perdas é de 3%, mas isso pode ficar pior durante a tarde, já que agora são 13h por lá. A agência Standard & Poors avisou que a nota dos títulos americanos pode ser baixada ainda mais se não forem resolvidos os problemas da dívida pública. Ainda não temos notícias do pregão noturno da Bolsa de Chicago, onde as cotações do milho e da soja trafegam num viés de baixa.