Wagner conversa toda a tarde com Raúl Castro

Manu Dias

O presidente cubano Raúl Castro almoçou nessa sexta, 13, e passou a tarde conversando no Palácio de Ondina, com o governador Jaques Wagner. O governo do Estado não deu qualquer informação sobre o encontro de surpresa, apenas divulgando fotos em que o presidente cubano aparece ao lado de Wagner, da primeira-dama Fátima Mendonça e de uma baiana de acarajé que serviu o típico bolinho baiano.

Ele chegou ao Palácio de Ondina por volta das 13h30 e saiu às 17h30. O governo não informou o horário que o avião do presidente cubano iria decolar de Salvador, mas o certo é que ele não se encontraria novamente com Wagner. Estava acompanhado de dois assessores. Raúl mostrou-se muito bem-humorado. Antes do almoço comeu acarajé e na saída pediu um “beijinho” da baiana que o serviu, conhecida como Marise.

O avião do presidente cubano pousou em Salvador em uma escala técnica vindo da África do Sul, onde Raúl Castro participou dos funerais de Nelson Mandela. Ele repetiu o roteiro de seu irmão Fidel Castro, que, em agosto de 1998, também voltava da África do Sul e foi convidado pelo falecido senador Antonio Carlos Magalhães para jantar no Palácio de Ondina.

ACM era amigo de Fidel desde a época em que foi Ministro das Comunicações do governo José Sarney. Nesse cargo, ajudou a implantar o DDD em Cuba, o que o aproximou de Fidel. Do Jornal A Tarde, com foto de Manu Dias, da Comunicação do Governo.

Wagner em baixa segundo IBOPE

A pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que apenas 26% dos entrevistados avaliam a gestão do governador Jaques Wagner (PT) como “boa” ou “ótima”. Outros 26% consideram a gestão “ruim” ou “péssima”, 42% acham regular e 6% não sabem ou não responderam.

Divulgada nesta sexta-feira (13), a pesquisa também perguntou se os eleitores confiam no governador: 45% disseram que não confiam no governador, 46% disseram que confiam e 9% não responderam ou não souberam.

Quando foram perguntados sobre a maneira de governar de Jaques Wagner, 40% dos eleitores responderam que desaprovam, 50% que aprovam e 10% não responderam ou não souberam.

É hora de se perguntar se a popularidade de Rui Costa, ungido de Wagner para as próximas eleições, somada à aceitação do atual Governo não vão resultar em desastre para a situação. Será que Wagner conta com a tibieza dos principais nomes de oposição, como Paulo Souto e Geddel Vieira Lima? Será que está tão seguro com a decisão de ACM Neto não concorrer? São perguntas que serão respondidas um pouco antes do início da Copa do Mundo.

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Cuba começa a libertar seus prisioneiros políticos

É a luz no fim do túnel: os 17 presos políticos que Cuba prometeu libertar “proximamente” devem começar a emigrar ainda hoje para a Espanha com suas famílias, de acordo com fontes da chancelaria espanhola. Ontem, eles continuavam a ser transferidos de cadeias do interior da ilha para Havana.

Pelo menos dez dissidentes que devem ser soltos foram encaminhados para a clínica da prisão Combinado del Este, na capital, onde passaram por exames médicos e colocaram em dia a documentação para a viagem.

Os 17 presos são os primeiros da lista dos 52 prisioneiros de consciência que o presidente Raúl Castro prometeu libertar em até quatro meses durante um encontro com o cardeal de Havana, Jaime Ortega, e o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, na quarta-feira. Cinco dos detentos deveriam ter sido soltos na semana passada, mas o governo não explicou por que adiou a libertação.

Agora, só faltam a liberação da imprensa e as eleições democráticas. Mas isso é novo capítulo da saga de um povo que fez uma revolução para livrar-se de uma ditadura e acabou caindo em outra, muito pior.

Enquanto isso, o cadáver que anda, Fidel, fez uma aparição pública, depois de quatro anos. O adágio popular diz que “não morre por ruim”.

Raúl Castro admite que não há liberdade em Cuba.

Raúl e Lula. Foto de Ricardo Stuckert da Presidência da República

O presidente cubano, Raúl Castro, admitiu, ontem, 24, que não há plena liberdade de imprensa no país, ao comentar a morte do pedreiro e dissidente político, Orlando Zapata, preso há sete anos e que estava em greve de fome, desde dezembro em protesto por sua detenção. A fala de Castro ocorreu ao final da solenidade de visita às obras do Porto Mariel, em companhia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando Lula e Castro visitavam o lugar, onde o porto está sendo construído, os jornalistas brasileiros pediram para falar com Lula. Em vez disso, foi Castro quem se aproximou e falou. Começou perguntando o que os jornalistas achavam do “inverno” em Cuba, entre outras amenidades.

Os jornalistas disseram que queriam falar com ele. Castro disse: “Posso imaginar. Vocês querem perguntar sobre o preso que morreu. Nós o levamos a vários hospitais, aos melhores. Mas, lamentavelmente, ele morreu. Aqui em Cuba não se tortura ninguém”.
Um jornalista disse: “não é o que dizem os organismos de direitos humanos”. Castro respondeu: “porque são como a imprensa. Desde que Gutemberg inventou a imprensa, publica-se o que querem os patrões”.

Outro jornalista questionou: “colegas cubanos não estão aqui”. Castro, sem tomar conhecimento, continuou: “reconheço que aqui em Cuba não temos plena liberdade de expressão. Mas, se os Estados Unidos nos deixassem em paz, se nos deixassem seguir com nosso desenvolvimento, isso poderia mudar”.

A rápida entrevista do líder cubano ocorreu durante uma visita às obras do novo porto, a 50 quilômetros de Havana, capital cubana. A obra será executada pela construtora Odebrecht, ao custo estimado de US$ 800 milhões. Deste total, cerca de US$ 500 milhões serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Por Emerson Penha, enviado especial da Agência Brasil.