A decisão sobre os caças ainda no terreno da dúvida.

Um dos seis K-8 chineses comprados pela Bolívia.

A presidente Dilma Rousseff decidiu adiar a escolha do fornecedor de jatos de combate da Força Aérea e vai reavaliar todas as ofertas finalistas para buscar novas garantias e acertar questões sensíveis como transferência de tecnologia, disseram fontes com conhecimento da decisão a Brian Winter, da Reuters.

A decisão marca uma reviravolta no processo, uma vez que o antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, repetidamente expressou preferência pela oferta da francesa Dassault e seus jatos Rafale. Mas Lula deixou o governo sem tomar uma decisão, deixando-a a cargo de Dilma.

A presidente decidiu reiniciar o processo de avaliação das aeronaves e a esta altura não tem preferência por qualquer fornecedor, disse uma fonte do governo.

“É a decisão dela agora… e ela quer olhar os detalhes cuidadosamente”, afirmou a fonte, que pediu para não ser identificada.

Os outros finalistas da licitação, avaliada em pelo menos 4 bilhões de dólares, são o caça Gripen NG, da sueca Saab, e o F18 Super Hornet, da norte-americana Boeing.

Na semana passada, Dilma pediu pessoalmente a senadores norte-americanos por garantias adicionais do Congresso dos Estados Unidos para transferência tecnologia na proposta da Boeing, disseram fontes com conhecimento das conversas.

Se a decisão sobre o projeto FX-2 continuar nessa marcha, qualquer dia destes o Ivo Morales acorda de ressaca e invade o Brasil. A FAB está voando com Mirages antigos, AMX de 20 anos e, acredite, com os F-5 comprados da Jordânia.

A Embraer Defesa e Segurança assinou em dezembro com a Força Aérea Brasileira (FAB) um novo contrato de modernização de caças F-5, desta vez envolvendo um lote de 11 aeronaves. O negócio está avaliado em cerca de US$ 158 milhões e cada aeronave, comprada do governo da Jordânia, custou em torno de US$ 5 milhões. Iniciado em 2003, o programa de modernização do primeiro lote de F-5 contemplou 46 aeronaves. Destas, segundo o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, restam apenas duas para serem entregues. A Embraer é contratada principal da FAB no projeto e a empresa israelense Elbit, através da sua controlada Aeroeletrônica, de Porto Alegre, foi subcontratada para transferir a tecnologia de software embarcado para o Brasil. A modernização das 46 aeronaves do primeiro lote custou US$ 285 milhões.

O contrato de modernização envolve entrega de novos sistemas aviônicos (eletrônica de bordo), assentos ejetáveis, novo simulador de voo, estações de solo, equipamentos de apoio ao solo e atualização de publicações técnicas.