Quase 700 aviões estacionados, proibidos de voar. A Boeing, que comprou a Embraer, vai quebrar?

No total, 688 Boeing 737 MAX 8 e MAX 9 estão parados em todo o mundo, dos quais 382 estão armazenados com as empresas aéreas que os receberam antes da parada mundial e outros 306 estão parados nos pátios da Boeing, esperando a liberação para entrega. E a Boeing continua produzindo 42 aviões do modelo “grundeado” (mantido no solo) por mês,  para não interromper a sua cadeia de fornecedores em todo o mundo, mas principalmente no estado de Washington.

Um software defeituoso derrubou dois aviões Max, em outubro de 2018 e em março de 2019 e matou 346 pessoas.

As empresas com um grande número de Max 8 estacionados também perdem dinheiro grosso. A American Airlines já perdeu 140 milhões de dólares, por falta de aeronaves para atender seus clientes.

A maior low-cost dos Estados Unidos, a Southwest, está em maus-lençóis com os cancelamentos. A companhia perdeu US$ 150 milhões como resultado de 9,4 mil voos cancelados de fevereiro a março. A perda foi agravada pela crise do Boeing 737 Max 8.

Assim, cerca de 2,8 mil cancelamentos da Southwest ocorreram devido ao banimento do Boeing 737 Max 8 do espaço aéreo americano pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no início do ano. Ao todo, a aérea conta com 34 aviões do modelo em sua frota.

Além disso, as perdas estimadas de US$ 150 milhões se somam a outro prejuízo de US$ 60 milhões causado pela redução da demanda de passageiros no mesmo período do ano, em março.

A companhia aérea Southwest Airlines, baseada no Texas, tem mais de 700 aeronaves das gerações NG e MAX em sua frota, e planejava não utilizar o MAX até 5 de janeiro. Agora, além da parada de algumas aeronaves NG por conta das trincas nos pickle forks (suportes das asas) a empresa vê mais um atraso na perspectiva de normalizar operações.

Segundo o FlightGlobal, a companhia aérea afirmou na última quinta-feira, 17 de outubro, que está monitorando os esforços da Boeing e da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) para modificar o software das aeronaves MAX e desenvolver novos requisitos de treinamento.

Aviões no estacionamento de funcionários. Não existe mais lugar onde estacionar tantos aviões novos.

A FAA não estabeleceu um cronograma para quando o MAX pudesse retornar ao serviço, mas a Boeing disse que a aeronave receberá aprovação regulatória antes de 2020. Entretanto, ainda não se sabe o impacto que terão as revelações de ontem na recertificação do modelo

Estima-se que a perda total de oferta de assentos ultrapasse 600 mil em todas as linhas aéreas do mundo, inclusive com a brasileira GOL, que tem 7 aviões esperando a certificação da autoridade aeronáutica norte-americana.

Depois da certificação, vem a alteração técnica dos computadores e uma extensa agenda de treinamento de pilotos com o novo software.