Preço do milho tem novos recordes. Saiba o que isso significa.

O milho anda rondando os R$55,00 nos principais centros consumidores do cereal. Isso significa que as carnes baratas, frango e suínos, vão experimentar uma alta súbita e complicar as suas aparições nas mesas mais populares.

De R$37,50 a saca em 22 de julho, em Barreiras,  o milho no atacado pulou para 44 reais nesta sexta-feira. Isso significa também que a produção avícola nordestina, Pernambuco principalmente, vai comprar milho acima de 60 reais.

Para os agricultores que utilizam irrigação e precisam alternar para uma gramínea, para controlar nematoides e infestação de pragas e ervas daninhas, aí está uma boa indicação: o milho vai subir de preço até a próxima safrinha do Mato Grosso, ainda nem bem terminada neste período.

No lucro, tem que ser contabilizada a palhada para a próxima safra e a fuga às restrições (pousio) ao plantio de soja no cedo. Ainda assim, com preços próximos de 50 reais e produção de 200 sacas sob irrigação tende a ser melhor negócio que a soja.

A área de plantio de milho safra no Oeste baiano gira em torno de 200 mil hectares, mas com a manutenção dos preços e a venda antecipada esses valores devem se alterar para cima.

Soja ronda os R$100,00 nos portos. Mas quem ainda tem soja?

Valor do grão segue valorizado no Brasil, favorecido principalmente pela alta do dólar. Poucos produtores ainda têm estoque, mesmo assim estão conseguindo aproveitar o momento

De Daniel Popov, de São Paulo, para o Projeto Soja Brasil, do Canal Rural

Os preços da soja brasileira seguem em alta nas principais praças do país. Além da falta do produto no mundo, a firmeza do dólar também favorece a valorização dos prêmios. No porto de Paranaguá, por exemplo, a saca atingiu a marca de R$ 98,50, patamar visto apenas em meados de 2016, quando muitos analistas apostavam que ela chegaria a R$ 100.

Segundo a consultoria Safras & Mercado, na última quinta-feira foram negociadas aproximadamente 300 mil toneladas no sul do país. Na Bahia, cerca de 30 mil toneladas foram movimentadas. Além disso, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais negociaram cerca de 10 mil toneladas, cada.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 88 para R$ 89 a saca. Na região das Missões (RS), a cotação passou de R$ 87,50 para R$ 88,50. No porto de Rio Grande, os preços subiram de R$ 95 para R$ 96.

Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 89 para R$ 91,50 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca valorizou de R$ 96 para R$ 98,50.

Em Rondonópolis (MT), a saca cresceu de R$ 79 para R$ 80,50. Em Dourados (MS), a cotação passou de R$ 82,50 para R$ 84. Em Rio Verde (GO), a saca subiu de R$ 84 para R$ 86.

Produtores sem soja

Alguns produtores rurais também estão relatando que os valores locais estão mais altos, como em Mangueirinha (PR)., por lá a saca atingiu R$ 83,50, contra R$ 78 pagos em julho. Em Ronda Alta (RS) a saca é negociada a R$ 81 por saca, contra os R$ 73 de julho. Em Coronel Bicado (RS), a saca que era vendida a R$ 72 em julho, atingiu agora R$ 79.

O produtor Roni Bedin, de Ronda Alta, não tem o produto para vender, mas está conseguindo travar vendas futuras a R$ 80, por exemplo. “Esses valores estão bons para antecipar um pouco das vendas e garantir os custos. Já consegui garantir isso. Todas as prestações de maquinas em bancos e alguma coisa de insumos que foi comprado a prazo para a safra já estão com fixação de soja garantida”, afirma.

Outro produtor de Coronel Bicaco (RS), o Manuel, ainda tem pelo menos 7 mil sacas de soja para vender, mas não quer vender agora. “Já me ofereceram R$ 4 a mais por saca, mas estou esperando uma proposta ainda melhor. Tudo que vier agora é lucro, pois já garanti os custos e posso esperar”, diz.