
A polêmica da redução de vazão do rio São Francisco nas turbinas da hidrelétrica de Sobradinho para 700 m³/segundo continua. No ano que passou a vazão de 800 m³/s chegou a proporcionar o surgimento de grandes colônias de algas, prejudicando a retirada de água para tratamento e fornecimento nas redes de abastecimento nas cidades a jusante da barragem.
Ontem, a água acumulada no reservatório estava se aproximado de apenas 15%, segundo levantamento oficial.
A Agência Nacional de Águas (ANA) realizou reunião nesta segunda-feira (22) para avaliar os impactos da vazão reduzida no Rio São Francisco e enfrentou uma divergência envolvendo a vazão do rio.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) querem reduzir a vazão para 700 m³ – atualmente, a vazão está em 800 m³, depois de reduzir sucessivamente do patamar de 1.300 m³ – mas o pedido não chegou a ser apresentado formalmente à ANA e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Com o impasse, um novo encontro voltará a discutir o assunto na próxima segunda-feira (29), às 10h, por videoconferência. A dificuldade em decidir pela redução surgiu porque a seccional de Sergipe do Ibama interpôs argumentos contrários.
Baseado em trabalhos produzidos por pesquisadores de universidades federais, o órgão distribuiu um estudo que indica que a necessidade de aumentar a vazão para 900m³/s, para evitar a proliferação de algas na região.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, acompanhou a reunião no escritório do colegiado, em Maceió (AL). “Esse pedido, quando for formalizado, irá provocar muitos questionamentos, especialmente no Baixo São Francisco”, acredita Miranda.



