Você acredita que a gasolina custa R$2,71 nas refinarias e nós pagamos mais de R$6,50

Prepare sua carteira: petróleo dará um salto com ataques na Arábia Saudita.

Imagem TV Globo

Neste sábado, os rebeldes houthis do Iêmen atacaram com drones as duas principais instalações petrolíferas da Arábia Saudita, causando importantes incêndios. Riad, que respondeu bombardeando alvos do grupo, anunciou que as chamas haviam sido controladas, mas fontes do setor temem que a produção seja interrompida.

Além das perdas materiais, a terceira operação desse tipo nos últimos cinco meses expôs a vulnerabilidade da infraestrutura de energia do reino ante a crescente sofisticação da milícia iemenita.

A companhia petrolífera saudita Aramco admitiu que, após os ataques ontem por drones dos rebeldes iemenitas, terá de reduzir a sua produção para a metade.

Os ataques e os incêndios resultantes deles só não causaram um abalo nas bolsas de valores porque elas estavam fechadas. Mas, a segunda-feira deve ser um dia movimentado para os negociantes de derivados, corretores e especuladores. Os preços, admitem os especialistas, podem disparar já amanhã em US$ 5 a US$ 10 por cada barril de 159 litros.

É que, segundo os especialistas, devido à redução da produção da Aramco, a oferta de petróleo no mercado mundial pode sofrer uma quebra de até 5%. Um desses especialistas, Bob McNally, da consultora Rapidian Energy, calcula que se a redução durar uma semana os preços poderão mesmo subir de US$ 15 a US$ 20 dólares por barril e voltar, assim, a superar a emblemática marca dos US$ 100.

O chefe do Departamento de Estado norte-americano, Mike Pompeo, ignorou a responsabilidade no ataque de ontem admitida por parte dos rebeldes houthis e acusou o Irã. Acrescentou mesmo uma ameaçadora advertência de que o Irã deve pagar o preço das suas agressões.

Em Teerã, Pompeo obteve uma resposta dura, acusando-o de mentir e negando envolvimento iraniano na ação dos houthis, que beneficiam do seu apoio genérico mas não necessariamente em cada uma das operações que empreendem.

Contudo, Christyan Malek, um analista do JP Morgan Bank citado pela Reuters, sugere que a escalada retórica não corresponde a danos reais causados aos interesses norte-americanos e, portanto, poderá não constituir prova segura de que tenha falhado o projeto de uma cúpula entre Donald Trump e o líder iraniano Rohani.

Segundo Malek, o golpe sofrido pela Arábia Saudita, até agora o maior produtor do mundo e o detentor das maiores reservas, coloca os Estados Unidos, atualmente com cerca de 15% da produção mundial, na posição de fiel da balança e de único país que pode efetivamente dosar a sua oferta com um intuito estabilizador do mercado mundial.

Mesmo que os EUA só temporariamente fiquem com a “faca e o queijo na mão”, isto poderá trazer às suas petrolíferas ganhos astronômicos, tanto mais que os dois outros países com reservas capazes de beneficiarem da situação – Venezuela e Irã – são objeto de um embargo que lhes levanta grandes dificuldades.

Com El País e outras agências noticiosas.

Estão entregando tudo! Agora Petrobras entrega 4 refinarias.

Baianos perderão sua refinaria estatal. Landulpho Alves será privatizada.

Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia – Divulgação.

Segundo o jornal O Globo, a Petrobras está apresentando na manhã desta quinta-feira proposta para privatizar quatro refinarias em dois blocos, duas no Nordeste e duas no Sul. Juntas, elas têm 37% da capacidade de refino total da companhia. O modelo de negócios, ainda não aprovado pela diretoria da empresa, prevê a venda de 60% das unidades. A estatal ficaria com os 40% restantes e manteria sob seu controle 75% do mercado de refino. A Petrobras tem 13 refinarias no Brasil.

Detallhes da apresentação da Petrobras estão disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiiários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais. O evento de apresentação acontece na Fundação Getulio Vargas, no Rio.

Petrobras reconhece: não falta petróleo, faltam mais refinarias

A Petrobras alcançou recorde diário de processamento em unidades de hidrotratamento de diesel e querosene de aviação nas suas refinarias no Brasil. A carga processada em 10 de setembro foi 109 mil metros cúbicos (m³), o que representa volume de 4 mil m³ superior ao recorde diário anterior, obtido em 6 de junho de 2014.

De acordo com a Petrobras, o resultado atingido reforça a busca contínua de eficiência operacional nas refinarias, por meio da melhoria do sistema de abastecimento. Tal esforço contribui para a redução das importações de derivados, segundo a empresa.

A notícia da Agência Brasil não passa do reconhecimento tácito de que a limitação do País não é a obtenção de petróleo, mas a falta da capacidade de refino, o que não deixa de ser uma lamentável falha de planejamento na capacidade industrial da Estatal.