Brasil tem quase 27 de milhões sem trabalho. Bahia na frente, com 30% da força de trabalho.

Carteira de Trabalho
No terceiro trimestre de 2017, as maiores taxas foram verificadas na Bahia (30,8%),  no Piauí (27,7%), em Sergipe (25,2%), no Maranhão (24,9%) e em Pernambuco (24,5%Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A taxa de subutilização da força de trabalho no país ficou praticamente estável no terceiro trimestre do ano, fechando em 23,9% do mercado de trabalho – crescimento de apenas 0,1 ponto percentual frente aos 29,8% relativos ao segundo trimestre. Os números, no entanto, significam que ainda representa 26,8 milhões de pessoas sem trabalho adequado no país.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados hoje (17), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de subutilização, segundo os parâmetros do IBGE, agrega a população desocupada, os subocupados por insuficiência de horas e os que fazem parte da força de trabalho potencial.

Deste total apurado pelo IBGE, 18,5% (o equivalente a 19,2 milhões de pessoas) diziam respeito à taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior, somadas às pessoas desocupadas).

Em relação ao segundo trimestre, essa taxa combinada mostrou estabilidade, uma vez que equivalia a 18,6% do total da força de trabalho. Quando a comparação se dá com o 3º trimestre de 2016, de 16,5%, há um aumento da taxa de 2,1 pontos percentuais.

No terceiro trimestre de 2017, as maiores taxas foram verificadas na Bahia (30,8%),  no Piauí (27,7%), em Sergipe (25,2%), no Maranhão (24,9%) e em Pernambuco (24,5%). As  menores  taxas foram registradas em Santa Catarina (8,9%), no Mato Grosso (12,0%), em Rondônia (12,2%),  no Mato Grosso do Sul (12,8%), Paraná (13,0%) e Rio Grande do Sul (13,0%).

Reforma da previdência: volta às senzalas e aos cortiços em favor da Casa Grande

Foto: Renato Alves / MTE.

Para quem não entende o que está acontecendo com a indigna proposta do Governo Temer para a previdência, que arrocha trabalhadores do setor privado, ao ponto de que eles devem contribuir a vida toda e não estarão na face da terra para aproveitar de uma aposentadoria, quando suas forças e capacidade de trabalho fraquejarem.

Veja bem: hoje a média das aposentadorias do INSS para o setor privado é de apenas R$1.600,00. Enquanto no Governo, no Executivo, é de R$9.000,00; no Legislativo de R$28.000,00; no Judiciário, R$25.000,00 e, no Ministério Público, R$30.000,00.

O setor público gasta 115 bilhões de reais com a aposentadoria de apenas 1 milhão de pessoas. E o setor privado recebe do INSS 500 bilhões de reais para atender a pensão de 33 milhões de pessoas.

Mais: o famoso déficit da previdência é de 1,3 trilhão de reais para o 1 milhão de aposentados no setor público. E o déficit da previdência privada é de 450 bilhões de reais – praticamente 1/3 – para 33 milhões de pessoas.

A reforma da previdência torna-se assim um cruel programa de transferência de renda, da grande legião de operários, humildes e vulneráveis para uma casta de privilegiados e uma manobra política irretocável, enquanto infame, de recriar um regime de escravidão, com senzalas e cortiços, a serviço da Casa Grande, a burocracia corrupta e mal intencionada.