Aplicações de defensivos da lavoura se adaptam à insegurança contra criminalidade

PULVERIZAÇÃO-TERRESTRE

De acordo com entidades do Mato Grosso, o prejuízo causado por roubos de defensivos agrícolas no Estado nas duas últimas safras é de R$20 milhões. A polícia de Estado recomenda que os produtores não armazenem este tipo de produto nas propriedades. Além dos danos materiais aos proprietários, os roubos provocam danos ao meio ambiente, por tabela: os produtos mais visados são fungicidas e herbicidas, que têm alto valor agregado e são pensados para minimizar o impacto ambiental, de acordo com o operador logístico Roberto Marcolan:

– Os produtos novos são de baixa dosagem por hectare e foram criados numa concepção mais moderna: menos agressão ao meio ambiente e aos seres humanos. Aplicados em menor volume, o custo por quilo ou por litro é mais caro.

Na região de Guiratinga (MT), ocorreram quatro casos desde o início de 2014. Uma das ações criminosas atingiu a propriedade do prefeito da cidade, subtraindo o equivalente a R$600 mil em produtos. Em entrevista, a delegada  do município, Lígia da Silveira Avelar, explica o modo de ação comum dos ladrões:

– Chegam na fazenda cerca de dez homens fortemente armados, entram na propriedade pelo começo da noite e permanecem várias horas. Não é qualquer defensivo que eles costumam levar; muitas vezes querem uma marca determinada e têm conhecimento do que querem. Tem um comprador ali determinado.

Diante dessa situação, como o produtor rural pode seguir com seu trabalho? As novas dinâmicas exigem maior organização, com tempo de aplicação reduzida para evitar a estocagem dos produtos. Confira mais detalhes no Canal Rural Na Estrada desta semana, que faz um Raio-X da logística dos defensivos agrícolas. Do Canal Rural.

Oeste Baiano

No Oeste baiano, o fenômeno se repete: os agricultores deixaram de estocar defensivos para não atrair a bandidagem. O governador Jaques Wagner, na abertura da Bahia Farm Show, acusou, de maneira indelicada, a receptação no próprio meio dos agricultores: “Os ladrões estão aqui mesmo no recinto da feira”, disse o Governador, ao anunciar que a Segurança Pública já tinha mandados de prisão para os principais quadrilheiros.

No entanto, os mandados não foram cumpridos porque a SSP não tinha verba para a operação, que incluía passagens aéreas para o cumprimento dos mandados de prisão em outros estados, um pouco mais de 50 mil reais.

Algumas prisões efetuadas em Luís Eduardo Magalhães foram resultado de pronto atendimento da Cipe Cerrado à ocorrência de roubo e só apanhou “peixes pequenos”. Entre os detidos estavam 4 “chapas”, operários que ajudam na carga e descarga de produtos, sem possibilidade de certificar-se da origem das mercadorias.