A Polícia Civil investiga uma rede de prostituição interestadual que se alastrou por áreas nobres do Distrito Federal e tem influência para circular com desenvoltura por gabinetes de clientes poderosos.
Diálogos gravados por meio de interceptações telefônicas, e que agora integram inquérito aberto pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), revelaram a aproximação de cafetões e parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Um dos políticos chegou a colocar parte de sua equipe, paga com dinheiro público, à disposição de uma das garotas de programa.
A apuração conta com dezenas de horas de gravações feitas com autorização judicial e investiga a conexão entre agenciadores do DF e do Sul do país. O cafetão, de Porto Alegre, costuma utilizar as garotas de programa como uma espécie de “cartão de visita” para se aproximar dos políticos.
Quando trabalhei na Câmara Federal, em 1993, um dia, na entrada do Anexo IV, também conhecido como “Motel Canarinho”, notei uma senhora gorda, muito espalhafatosa, que cumprimentava deputados na entrada do elevador destinado aos parlamentares.
A cena me impressionou e perguntei a um colega de gabinete qual era a função da matrona. A resposta veio de pronto: é uma famosa cafetina.