Safra deste ano deve ser 3,8% superior à de 2019, prevê IBGE

REUTERS/Paulo Whitaker

A área a ser colhida é estimada em 64,9 milhões de hectares

A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve fechar o ano de 2020 em 250,5 milhões de toneladas. Caso a estimativa de safra feita em julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se confirme, a produção será 3,8% superior à registrada em 2019, ou seja, 9 milhões de toneladas a mais.

A estimativa de julho é 1,3% superior ao levantamento do IBGE feito no mês anterior. A área a ser colhida neste ano, de acordo com a estimativa, é de 64,9 milhões de hectares, ou 2,6% acima da área de 2019.

Entre as principais lavouras de grãos do país, são esperadas altas em 2020 nas safras de soja (5,9%), arroz (7,3%), trigo (41%) e sorgo (6,4%). O algodão herbáceo deve manter a produção de 2019. São esperadas quedas no milho (0,8%) e feijão (4%).

Outros produtos

São esperadas altas para a cana-de-açúcar (2,4%), assim como o café (18,2%) e a laranja (4,1%).

Por outro lado, estima-se quedas nas safras de batata-inglesa (10,6%), banana (5,2%), tomate (5%), mandioca (0,3%) e uva (0,3%).

Da Agência Brasil.

Produção de grãos deve atingir 251,4 milhões de toneladas segundo levantamento da Conab

Soja confirma produção recorde.

A produção brasileira de grãos deverá ser de 251,4 milhões de toneladas na safra 2019/2020. O desempenho recorde na agricultura deve-se, principalmente, às colheitas de soja e milho, responsáveis por cerca de 88% da produção.

Os dados constam no 10º Levantamento de Grãos realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado nesta quarta-feira (8).

Nesta safra, a Conab estima a maior colheita já registrada para a oleaginosa, com uma produção de 120,9 milhões de toneladas. O bom resultado foi obtido, apesar dos problemas climáticos registrados principalmente no Rio Grande do Sul, com registro de produtividade média nacional maior que a da safra passada. O reflexo da boa produção pode ser visto nas exportações do produto. Nos primeiro semestre deste ano o país exportou 60,3 milhões de toneladas do grão, aumento de 38% em comparação com o mesmo período do ano passado. A elevação da cotação do dólar frente ao real contribuiu para esse número, aumentando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. A soja e os demais produtos do agronegócio contribuíram para um saldo de aproximadamente US$ 36 bilhões de dólares na balança comercial, algo em torno de R$ 190 bilhões.

A produção de milho também deve ser a maior já registrada. Com a colheita realizada em 25% da 2ª safra do cereal, a expectativa que o Brasil tenha uma produção superior a 100 milhões de toneladas. Resultado atingido mesmo com o atraso do plantio da soja, que impacta no plantio do milho, fazendo com que parte da semeadura tenha sido feita fora da janela ideal. Em Mato Grosso, principal estado produtor, as condições climáticas foram menos favoráveis que na safra passada, o que não permitiu às lavouras expressarem todo seu potencial produtivo.

Mas, o crescimento na área plantada deve compensar as influências negativas na cultura. Este aumento pode ser consequência dos preços praticados no mercado, em patamares remuneratórios ao produtor, que incentivou o plantio. Nesta ampliação do produto, o Brasil passa registrar uma terceira safra do cereal, puxada pela região produtora de Sergipe, Alagoas e pelo nordeste da Bahia (Sealba). Com a semeadura concluída, o desempenho depende das condições climáticas nos próximos meses.

Outro produto que já registra o plantio da 3ª safra concluído é o feijão. Mas, para a leguminosa, o clima tem maior influência nas áreas do Norte e Nordeste do país, uma vez que a produção registrada no Centro-Oeste é irrigada. Com o cultivo das três safras do produto, consumo e produção mantêm-se alinhados, próximo a 3 milhões de toneladas.

Culturas de inverno – Com o plantio das principais culturas finalizando, a Companhia segue acompanhando o desenvolvimento das lavouras e o impacto do clima. Destaque para o trigo, que apresenta expressivo crescimento na área plantada, chegando a 2,32 milhões de hectares, um aumento de 13,7%, podendo chegar a uma produção de 6,3 milhões de toneladas.

Clique aqui para conferir outras informações sobre as demais culturas plantadas no país no documento completo do 10º Levantamento – Safra 2019/20, publicado no Portal da Conab.

Consultor afirma que Oeste da Bahia tem 1 mês de atraso no plantio e já registra perdas no potencial produtivo

Consultor Luiz Henrique Kasuya faz uma análise da produção de soja, milho e algodão no Oeste da Bahia

Os sojicultores do oeste da Bahia aguardam ansiosos pelas chuvas regulares que devem cair sobre a região no começo de 2020. Segundo previsões, mesmo com o regime de pancadas isoladas, estão garantidas chuvas até o dia 15 e depois de um breve intervalo, a retomada a partir do dia 25 de janeiro.

De acordo com Luis Henrique Kasuya, consultor agronômico de Luís Eduardo Magalhães, a situação das lavouras de soja é preocupante, mas a chegada das precipitações com volumes melhores e bem distribuídas pode melhorar o cenário.

“Entendemos que devemos já ter um potencial de produção baixo, mas que com a regularização das chuvas vamos conduzir as lavouras corretamente para minimizar as perdas”.

“Se regularizar as chuvas a partir do início do ano, principalmente para soja no vegetativo, dá tempo de recuperar. O conselho é manter calma no momento, conduzir alavoura até a normalização da chuva, e daí fazer todos os tratos sanitários exigidos”.

Segundo ele, no oeste do estado há plantados hoje 1,6mi de hectares de soja, 300 mil hectares de algodão e 140 mil hectares de milho, além de outras culturas, totalizando 2,2mi de hectares. De forma geral, Kasuya explica que as lavouras de soja estão um mês atrasadas em relação à safras anteriores.

A soja irrigada começou a ser plantada em outubro, recebeu pouquíssima chuva e tem temperaturas muito altas, o que deve causar produtividade abaixo do que foi na safra passada, de 65 a 70 sacas por hectare para 50 sacas ou menos.

No sequeiro, há variação muito grande entre regiões que receberam algum volume de chuva e outras que quase não tiveram precipitações.

Onde choveu, o produtor plantou, mas houve replantio, e em algumas áreas, a semente nem germinou, de acordo com o consultor. Ao mesmo tempo, algumas lavouras que viram a chuva cair, a soja está em fase vegetativa, iniciando a floração.

“O sequeiro é 95% da área de soja na região, teve produtor com replantio de duas a três vezes. Além do clima irregular, tivemos sementes de baixa qualidade, baixo vigor. Isso, aliado ao clima, eleva a taxa de replantio”, afirma.

Por causa do atraso na chegada das chuvas, a janela de plantio da soja foi estendida até 20 de janeiro no oeste da Bahia, mas quanto mais tarde for a semeadura, a quantidade de luz vai diminuindo, assim como o potencial produtivo.

Por Aleksander Horta e Letícia Guimarães, do Notícias Agrícolas.