
O carnaval é manifestação popular no Brasil desde os seus primeiros dias, desde o Entrudo, nos tempos coloniais, em que era uma brincadeira típica dos escravos. Nos tempos modernos, o carnaval foi assediado pelas emissoras de televisão e pelas revistas de fofocas e patrocinado por bicheiros e políticos no poder.

Nesta madrugada, no entanto, recuperou parte da sua originalidade, quando a Paraíso da Tuiuti mostrou no sambódromo do Rio de Janeiro o escracho dos poderosos. Com uma comissão de frente dolorida, mostrando que a escravidão ainda está presente; que os manifestantes do pato da FIESP e da camisa da seleção eram fantoches da mídia, em especial da Globo; e com o principal destaque, o Vampirão Temer.
A cabine da Rede Globo silenciou durante vários momentos durante a apresentação da Escola, sem saber o que dizer do manifesto da Paraíso. A maior saia justa. E até o refrão, “Eh!Kalunga” virou “Eita Lula” na boca do pessoal da arquibancada.
Outro grande mico do carnaval ficou com João Doriana, o menino malufinho, que levou um toco, um fora, um sai-pra-lá de um sambista de verdade, Zeca Pagodinho.
E finalmente, last but not least, por ultimo mas não menos importante, o micão de Bolsomico, que frente a empresários e rentistas, em evento, afirmou que em seis horas acabava, na base da metralha, com a bandidagem da Rocinha. Bolsomico é o verdadeiro capitão-do-mato, que também estava representado na Paraíso do Tuiuti.
O carnaval voltou, por breves instantes, ao seu verdadeiro papel na sociedade, brincar e denunciar os malfeitos dos poderosos.
