Que lições estamos aprendendo com a tragédia da Samarco em Mariana?

Ontem, 22 de março, dia Internacional da Água, comemorou-se também a impunidade, por quase 3 anos, de diretores e responsáveis da empresa Samarco, que acabou com as chacrinhas do distrito de Bento Rodrigues, com as margens do Rio Doce e foi jogar os detritos dos rejeitos de mineração mais de 100 km mar adentro, no Oceano Atlântico.

Grande parte dos moradores de Bento Rodrigues se dedicavam a fazer geleias de Pimenta Biquinho doce e dali tiravam seu sustento.

O rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município brasileiro de Mariana, Minas Gerais, ocorreu na tarde de 5 de novembro de 2015. Rompeu-se uma barragem de rejeitos de mineração controlada pela Samarco Mineração S.A., um empreendimento conjunto das maiores empresas de mineração do mundo, a brasileira Vale S.A. e a angloaustraliana BHP Billiton.

Inicialmente a mineradora Samarco informara que duas barragens haviam se rompido – a de Fundão e a de Santarém. Porém, no dia 16 de novembro, a Samarco retificou a informação, afirmando que apenas a barragem de Fundão havia se rompido. O rompimento de Fundão provocou o vazamento dos rejeitos que passaram por cima de Santarém, que, entretanto, não se rompeu. As barragens foram construídas para acomodar os rejeitos provenientes da extração do minério de ferro retirado de extensas minas na região.

O rompimento da barragem de Fundão é considerado o desastre industrial que causou o maior impacto ambiental da história brasileira e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de 62 milhões de metros cúbicos. A lama chegou ao rio Doce, cuja bacia hidrográfica abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, muitos dos quais abastecem sua população com a água do rio.

Ambientalistas consideraram que o efeito dos rejeitos no mar continuará por pelo menos mais cem anos, mas não houve uma avaliação detalhada de todos os danos causados pelo desastre. Segundo a prefeitura do município de Mariana, a reparação dos danos causados à infraestrutura local deverá custar cerca de cem milhões de reais. Com informações da wikipedia.

O antes e o depois do desastre ambiental de Mariana em fotos de satélite

antes_depois

No dia 5 de novembro de 2015 as barragens de Fundão e Santarém, da Samarco Mineração, localizadas entres os municípios de Mariana e Ouro Preto, se romperam liberando uma onda de lama que devastou o distrito de Bento Rodrigues.

Veja acima as imagens do “antes e depois” da região devastada com mais detalhes:

Imagens do satélite WorldView-2 – Bento Rodrigues – Mariana/MG
A primeira imagem foi coletada no dia 21 de Julho de 2015. Já a segunda, foi coletada no dia 10 de Novembro de 2015, data posterior ao rompimento da barragem. Abaixo, mais detalhes da tragédia, que resultou no maior desastre ambiental na história do País. Clique nas imagens para ampliar.

IMG_1_NOVO_editado1

IMG_2_NOVO_editado

IMG_3_NOVO_editado

Uma grande barragem da mesma empresa mineradora, Samarco, na mesma calha, tem fissuras conforme estudos geológicos realizados depois do desastre. Ela contem o dobro do volume de rejeitos e águas das duas barragens que estouraram.