
O e-mail fictício que Mônica Moura disse à Lava Jato que usava para se comunicar com a ex-presidente Dilma Rousseff foi registrado em cartório para valer como prova de sua delação no dia 13 de julho de 2016, quando a empresária, esposa do marqueteiro João Santana, estava presa em Curitiba por ordem de Sergio Moro.
E a conta do e-mail foi aberta um dia antes da moça do chiclete ser presa. O juiz soltou a dupla de vigários cerca de duas semanas depois do registro, no dia 1º de agosto de 2016.
O e-mail era forjado e o “suposto” dinheiro que se destinava a propaganda em Caixa 2 foi “supostamente” roubado por dois mascarados,claro.
Isso, me perdoem, é fraude à Justiça ou só o famoso jeitinho brasileiro para evitar que a ex-presidente seja candidata ao Senado pelo Rio Grande do Sul? Veja só: ela poderia se transformar numa incômoda peça no Senado. Ou mesmo: ser um corpo estranho no meio daquela matilha de lobos.

A prova certamente foi criada por aquele douto procurador da República, Santos Lima, que vem de uma região de sombras chamada Operação Banestado. Em setembro de 2003 a hoje insuspeita revista IstoÉ publicou uma matéria sobre Santos Lima cujo título é no mínimo inspirador: “Raposa no galinheiro”.
O subtítulo emenda: “Procurador Santos Lima, casado com ex-funcionária do Banestado, tentou barrar quebra de sigilo de contas suspeitas”. Como se sabe, no final da história, depois da evasão de R$500 bilhões – algo equivalente a 10 vezes o valor dos desvios na Lava-Jato -, a operação terminou em nada, com a soltura do doleiro Alberto Youssef. Ele se tornaria então o principal “alcaguete, cachorrinho, x-9” do juiz Sérgio Moro. E foi o primeiro a fazer uma delação premiada na atual Operação Lava-Jato.
Pois é: a acusação à dona Dilma está no terreno das plenas de convicções, mas sem provas, não é?
Se é o caso de tomar o poder via acordão entre a direita, a justiça e a grande imprensa, com inspiração estrangeira interessada na divisão do butim – minérios, pré-sal, terras férteis, concessões de infraestrutura – assim como se faz na Venezuela e em outras republiquetas de banana ou como se fez no Iraque, na Líbia e na Síria – até se entende.
Ou se era a garantia de não se falar mais em BRICs, moeda paralela ao dólar e cooperação entre grandes países não alinhados, também se entende. Sempre se fez isso no terceiro mundo. Quem poderia enfrentar um bloco econômico como Brasil, Rússia, Índia e China? Nada. Nem mesmo a soma dos países da zona do euro com a Aliança do Pacífico.
Agora entende-se porque sucessivos governos no Brasil enterraram a educação, afastando das universidades aqueles que não eram filhos da classe privilegiada, menos de 1% da população. O objetivo era criar essa grande massa de manobra, analfabeta e alienada, que contempla 99% dos brasileiros.
Quem ousou quebrar essa corrente? Lula e Dilma, sim aqueles mesmos do triplex com contrato de venda sem assinatura e do e-mail forjado.
Aí, golpe final, é só evitar o botão de compartilhamento em algumas redes sociais mais populares, onde as menininhas expõem a bunda e os menininhos expõem sua barriga de tanquinho, e teremos o golpe completo e uma grande vara de porcos comendo a sua ração misturada às suas próprias fezes.
Pobre Brasil, tão inocente e tão culpado de suas próprias barbaridades.
