São Borsalino, o santo entre os santos, meditabundo, pensando em como vender as estatais e gastar o dinheiro em sua próxima campanha.
Não sabemos se são os tempos de pandemia ou está se aproximando realmente o fim dos tempos, mas todo dia se revelam novos beatos e beatas neste país tropical.
Há dois meses, os soldados pagãos levaram em sacrifício São Fabrício, o Queiroz, aquele que de tão bom e casto, costumava beneficiar as contas bancárias de seu rebanho, entre elas Santa Micheca.
Há um mês surgiu São Wilson Witzel, aquele que só acertava na cabecinha dos demônios e foi abençoado nas eleições de 2018, pelo santo dos santos, São Biroliro Borsalino. A patota de homens santos da Santa Congregação dos Homens Santos da Assembleia do Rio de Janeiro acabou queimando-o em sarça ardente, para honra e glória de São Borsalino.
Há 15 dias, surgiu a beata Flordelis, também seguidora de São Biroliro, que entre atividades beneméritas participava de orgias sexuais, inclusive com filhos adotivos, acabando por mandar matar o marido.
Nesta semana, surgiu São Crivella, que acompanhado de um apóstolo, são Rafael Alves, estava mandando ver na roubalheira do Rio de Janeiro.
Gente! Sinto até meu corpo transfigurar-se com tanta santidade. Estamos vivendo tempos de espiritualidade extrema, em que os exemplos de santidade se replicam com a força dos espíritos mortificados em sacrifício.
São Borsalino bateu asas, hoje, a bordo do Transcoca e veio parar, piedoso, em São Desidério, onde inaugurou a placa de construção de 18 km de ferrovia. Não esquecendo que existem 18 mil km de estradas férreas abandonadas no País.
Resumindo a ópera: tudo ladrão, sem vergonha, mas santos aos olhos bovinos do gado seguidor.