No SBT, presidenciáveis voltam a criticar a polarização no Brasil

Por Geovanna Gravia

No debate realizado pelo SBT, em parceria com o UOL e a Folha de S. Paulo nesta quarta-feira, os candidatos ao planalto criticaram a polarização política no país.

Para o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), mais da metade da população não quer nem o PT e nem o “candidato da discriminação” na presidência:

“De um lado a volta do PT que levou o país a 13 milhões de desempregados com uma irresponsabilidade com a questão das contas públicas. Um projeto de poder só para ganhar a eleição. O Brasil é secundário. De um outro lado, evitar também a insensatez de um candidato que não tem as menores condições, que representa o que há de mais atrasado na política brasileira com uma intolerância num país tão plural como é o Brasil”, disse.

Diferentemente dos debates anteriores, onde as perguntas e respostas entre os presidenciáveis eram realizadas por meio de sorteios, pela primeira vez os candidatos puderam escolher a quem direcionariam as perguntas.

O presidenciável do MDB, Henrique Meirelles, comparou o debate com um ringue. Segundo ele, os candidatos estavam brigando entre si sem discutir o que de fato é importante para a população.

“O que nós vimos aqui hoje foi um ringue e um show. Todos brigando contra todos, mas ninguém brigando pelo o que de fato interessa a você. A minha briga é por emprego, renda e dignidade para você. Isto se conquista com trabalho, isto se conquista com um candidato eleito presidente da República que tem competência, já mostrou resultado como eu mostrei que sei criar empregos e que seja alguém honesto e que tenha uma vida limpa”, lembrou.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de incluir o PT em cargos de confiança e ministérios de seu governo, o candidato do PDT, Ciro Gomes, afirmou que prefere liderar sem o partido.

“Eu francamente se eu puder governar sem o PT, eu prefiro. Porque nesse momento o PT representa uma coisa muito grave para o país. Menos pelos benefícios, que não foram muito poucos que produziu. Mas mais porque transformou-se em um estrutura de poder odienta que acabou criando o Bolsonaro, essa aberração. E esse conflito entre os dois vai levar o país pra um fundo do poço que eu não quero testemunhar que aconteça”, enfatizou.

Sem a participação do candidato líder nas pesquisas Jair Bolsonaro (PSL), que segue internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, após ter sido esfaqueado durante um ato de campanha, os presidenciáveis direcionaram críticas ao segundo colocado, Fernando Haddad, do PT.

Haddad também entrou em confronto com a candidata da Rede, Marina Silva. Em reposta a afirmação de Marina de que o PT foi o responsável por colocar Michel Temer no cargo de presidente, Haddad alegou que a ex-presidente Dilma Rousseff teria sido traída pelo atual presidente.

“Me desculpe, mas quem colocou o Temer lá foram vocês. O Temer traiu a Dilma e não conseguiria chegar à presidência se não fosse o apoio da oposição. Você participou desse movimento pelo impeachment para colocar o Temer lá com as consequências conhecidas”, criticou.

Também participaram do debate os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos) e Cabo Daciolo (Patriota).

Programa da TV Aratu sofre ação do Ministério Público.

O programa televisivo ‘Na Mira’, exibido pela TV Aratu e conduzido pelo apresentador Uziel Bueno, é alvo de mais uma ação civil pública, com pedido de liminar, proposta pelo Ministério Público do Estado da Bahia. Desta vez, a emissora afiliada ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) é acusada pela promotora de Justiça da Infância e Juventude, Cíntia Guanaes, de veicular através do programa imagens de crianças e adolescentes de forma absolutamente indevida, além de exibir em horário inadequado cenas “repugnantes” de violência e humilhação de pessoas custodiadas ou economicamente desfavorecidas, ferindo a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e normas internacionais de defesa dos direitos humanos. O MP pede liminarmente à Justiça que a TV Aratu seja impedida de transmitir o programa no horário das 13h, devendo alterar a sua transmissão para um horário adequado para a faixa etária adulta, ou que a obrigue a não transmitir, no horário em que se encontra veiculado, cenas que contenham imagens violentas, impactantes ou de caráter sexual, bem como a exposição ultrajante de pessoas sob custódia. Em ambas as opções, deve ser ressaltada a proibição de utilização de imagens de adolescentes autores de ato infracional e, fundamentalmente, de toda e qualquer exploração de crianças e de adolescentes, sob pena de suspensão imediata do programa ‘Na Mira’ por um período de 15 dias e pagamento de multa diária no valor de R$ 100 mil.