Anderson Torres sabia dos riscos do terrorismo de 8 de janeiro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não deixe chegar no Supremo”. Essa foi a orientação que o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, o ex-ministro Anderson Torres, deu ao substituto, Fernando de Sousa Oliveira, no dia dos ataques antidemocráticos.

Já no comando da SSP-DF, Torres estava nos Estados Unidos em 8 de janeiro deste ano, quando – além da Suprema Corte -, radicais inconformados com o resultado das eleições de 2022 também invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.

A determinação ao secretário executivo da pasta consta no celular de Oliveira, de acordo com perícia feita pela Polícia Federal. Preso desde o dia 14 de janeiro, Torres não apresentou aparelho de telefone ao se apresentar à PF, alegando ter perdido o aparelho.

De acordo com o site Metrópoles, no dia dos ataque o ex-ministro e ex-secretário enviou uma imagem em que extremistas improvisavam barracas no gramado central da Esplanada.  Ele teve sua prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes,  sob a suspeita de ter sido omisso no combate aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Enfermeira de SC, amiga do Governador, entra na política e multiplica patrimônio.

Do DCM e Plantão Brasil. O Governador e a Vereadora sediciosa.

Agora está presa na Colmeia, por terrorismo e outros crimes.

Odete Correia de Oliveira Paliano (PL), vereadora do município de Bom Jesus, no oeste de Santa Catarina, encontra-se atualmente na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (Colmeia). Ela estava entre os mais de 1.500 agentes detidos após o ataque de vandalismo aos três poderes da República, no último dia 8.

Ela foi ouvida, seu flagrante foi lavrado, suas condutas foram identificadas e individualizadas na forma da lei e ela seguiu presa para a penitenciária. Está sendo investigada por crimes cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos.

Seu nome de urna é Odete Enfermeira, uma alusão à profissão que dizia ter antes de se tornar vereadora, em janeiro de 2021. Difícil é saber como ela podia ser enfermeira se tinha apenas o ensino médio completo, segundo declaração dela própria à Justiça.

Quando começou a trabalhar na Câmara de Bom Jesus, município de pouco mais de 2.000 habitantes a 525 quilômetros de Florianópolis, Odete Enfermeira era uma mulher branca. Seu patrimônio era composto por um veículo Chevrolet 2017, que valia R$ 37 mil, e R$ 4.700 na conta bancária. E fim.

Em 2022, Odete, já vereadora, candidatou-se a deputada estadual de Santa Catarina. Na urna, porém, o nome não mudou, seguiu sendo enfermeira, seguiu sendo enfermeira que só estudou até o ensino médio. Tampouco mudou a foto que utilizou na urna para concorrer em 2020, continuou branca como era, mas algo aconteceu no âmago da vereadora, posto que passou a enxergar-se como parda, e assim se declarou à Justiça.

Se ainda era enfermeira na urna, na conta bancária já estava mais parecida com política. Em um intervalo inferior a dois anos, seu patrimônio saltou dos R$ 41,7 mil para R$ 382 mil.

Assim, o patrimônio atual da vereadora é nove vezes maior do que suas posses de 2020. Pode parecer um case de sucesso, mas há quem duvide da capacidade da parlamentar em gerir suas finanças, já que ela possui um patrimônio de quase R$ 400 mil, mas não tem um real para tomar uma água no bolicho, como se nota acima. Perdeu até os R$ 4,700 que tinha quando era só uma enfermeira de ensino médio completo. Como ela vive, come e coloca gasolina no seu Chevrolet (que, aliás, como também se pode ver acima, conseguiu a proeza de aumentar de valor na medida em que envelheceu), é um mistério.

Outro mistério é o crescimento de seu patrimônio. Isso porque o salário líquido da vereadora de Bom Jesus é de pouco mais de R$ 2.300.

Bom, conclui-se que, somando inclusive os 13º salários, ela recebeu pouco mais de R$ 60 mil ao longo desses dois anos em que enriqueceu mais de R$ 300 mil.

Sabe-se, então, que a vereadora presa por terrorismo conseguiu aumentar seu patrimônio em uma ordem de grandeza incompatível com seus vencimentos desde que entrou para a política. Se recebeu uma herança, se recebeu doações de cidadãos de bem, se incorreu em algum tipo de atividade pouco abonadora porém lucrativa, é difícil precisar.