Bahia: líder de seita é acusado de assediar e estuprar mulheres.

Jair Tércio é suspeito de abusar sexualmente de 14 mulheres — Foto: Reprodução / Fantástico

Segundo informações da promotora de Justiça, Gabriella Manssur, denunciantes participavam da seita de Jair Tércio Cunha Costa. Veja depoimentos de algumas dela.

Por Renata Capucci e Monica Marques, Fantástico, no G1.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) investiga denúncias de abusos sexual e psicológico contra um líder espiritual, Jair Tércio Cunha Costa, de 63 anos, ex-grão-mestre de uma loja maçônica na Bahia e desenvolvedor de uma doutrina pedagógica que é estudada em retiros espirituais promovidos por ele toda semana.

Segundo informações da promotora de Justiça, Gabriella Manssur, as denúncias de 14 mulheres, que participavam da seita de Jair Tércio, chegaram à Ouvidoria das Mulheres, órgão do Conselho Nacional do Ministério Público e ao Projeto Justiceiras.

“Desde quando uma mulher fala sobre um caso de abuso sexual que é cometido em série pelo mesmo agressor contra um grupo de mulheres que de alguma forma ele tem alguma superioridade, alguma hierarquia, outras mulheres falam”, disse.

Uma dessas 14 mulheres é a pedagoga Tatiana de Amorim Badaró, que namorava um jovem que frequentava os encontros. Ela conta que buscou amparo emocional na doutrina após ficar grávida.

“Ele se aproveitou de um momento de extrema fragilidade, eu grávida aos 16 anos. precisando de apoio. A partir daí eu perdi minha vida”, disse a pedagoga.

Leia a íntegra da matéria no G1.

Em 2017, Jair Tércio se tornou Cidadão de Barreiras

Em dezembro de 2017, a Câmara de Vereadores de Barreiras realizou Sessão Solene para outorga do Título de Cidadão Barreirense ao Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia, Jair Tércio Cunha Costa, homenageado pelo vereador Eurico Queiroz Filho (PRB), que por meio da indicação, reconhece os trabalhos prestados pelo Venerável ao município de Barreiras.

A Sessão Solene contou com a participação de representantes das Lojas Maçônicas de Barreiras e cidades vizinhas, e contou também com a presença de vereadores e presidentes de Câmaras da região.

A proposição da homenagem foi do vereador Eurico Queiroz Filho

 

“Estou feliz aqui” diz membro da seita suspeita de trabalho escravo em MG, BA e SP

Leia mais no G1 do Sul de Minas

Um dos membros da seita religiosa suspeita de manter trabalhadores em regime análogo a escravidão afirmou nessa segunda-feira (17) que vive bem no local e nega exploração: “Estou feliz aqui”. O trabalhador, que não foi identificado por segurança, vive em uma das propriedades da seita “Jesus, a verdade que marca” em Minduri (MG). Uma operação da Polícia Federal realizada em Minas Gerais, Bahia e São Paulo, prendeu seis líderes da seita religiosa nessa segunda-feira (17).

Segundo a investigação da PF, os fiéis frequentavam uma igreja com sede em São Paulo (SP) e depois eram convencidas a participar da seita religiosa com a proposta de uma vida nova em comunidade, onde tudo seria de todos.

Essas pessoas eram levadas para fazendas no Sul de Minas, onde trabalhavam sem receber nenhum salário. Além disso, eram convencidas a vender todos os bens e doar o dinheiro para os líderes do grupo.

Uma das propriedades que hoje pertencem à organização, a Fazenda Manancial do Paraíso, foi fundada em Minduri em 2005. No lugar, é possível ver plantações de laranja, limão, banana e eucalipto.

O rapaz, que aparenta ter cerca de 25 anos, faz questão de dizer que está melhor vivendo e trabalhando na fazenda. “Uma coisa muito boa pra mim, entendeu? Eu me sinto aqui uma pessoa livre. ‘Tô’ em paz, e sem hipocrisia viu? ‘Tô’ em paz mesmo aqui, ‘tô’ feliz aqui”, diz o jovem.

Outro trabalhador da fazenda está no local há 10 anos com a esposa e cinco filhos. Ele nega que estava sob um regime de escravidão. “Mas como manter uma família sem salário?”, diz após ser questionado sobre não receber pagamento, e diz ainda nunca ter doado nada à seita. “Eu nunca fiz isso”, finaliza.

Quanto à investigação, o homem afirma ainda que na fazenda todos estão tranquilos. “Nós aqui ‘tamo’ todo mundo tranquilo, sossegado”, completa.

Trabalhadores das fazendas dizem que não se sentiam em regime de escravidão (Foto: Reprodução EPTV)Trabalhadores das fazendas dizem que não se sentiam em regime de escravidão (Foto: Reprodução EPTV)

Líderes presos
O pastor Cícero Vicente de Araújo, preso em Pouso Alegre (MG), é considerado pela Polícia Federal um dos principais líderes da seita. Ele e outras cinco pessoas, que formariam a cúpula da seita religiosa, foram detidas em Minas Gerais e Bahia.

O pastor negou envolvimento nos crimes investigados na operação. “Nenhum, até hoje”, afirmou Araújo após ser questionado sobre estar envolvido no caso.

Entre os presos como líderes da seita está também o vereador Miguel Donizete Gonçalves (PTC), de São Vicente de Minas (MG). O advogado dele se limitou a dizer que não sabia de nada ainda sobre as investigações e não se manifestou sobre o caso. A Polícia Federal não informou os nomes dos outros suspeitos presos.

A seita conhecida como “Comunidade Evangélica Jesus, a verdade que marca”, é suspeita de manter fiéis em situação análoga à escravidão em propriedades rurais e empresas em Minas Gerais e Bahia, e ainda se apoderar de todos os bens das vítimas.

 

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