Amanhã, dia de sofrer com o nosso selecionado.

Amanhã pela manhã, nova sessão de tortura do torcedor brasileiro. Vamos tomar esse suco de laranja? O que devemos lembrar durante o stress e o acometimento da síndrome de movimentos involuntários, é que futebol permanece apenas um negócio, uma cadeia produtiva milionária. Jogadores, comissão técnica, dirigentes estão preocupados apenas com o fechamento das contas. E se tem gente ali dentro da Seleção Brasileira que joga com o coração na ponta da chuteira é apenas uma singela exceção, não a regra. Aquele tempo romântico da “pátria de chuteiras”, de Nelson Rodrigues, hoje é apenas uma questão semântica.Seleção de 1958, a Pátria de Chuteiras. O time era tão bom, que Vicente Feola, o treinador, (o gordo à esquerda) dormia durante as partidas. Mesmo assim, o camisa 10, Altafini Mazolla, substituído por Pelé, foi acusado de fazer corpo mole porque já estava contratado por uma equipe italiana. Este editor tinha 10 anos na época, mas até agora sabe a escalação da foto: Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e o magistral goleiro Gilmar; agachados, Garrincha, o anjo das pernas tortas; Didi, o inventor da folha seca, Pelé com 17 anos, Vavá e Zagalo.

Deixa-se, portanto, um aviso aos torcedores: em caso de derrota, nada de depressão. Em caso de vitória, nada de euforia. Temos muito o que fazer nestes quatro anos que separam uma copa da outra.