Tag: semi-árido baiano
Oliveiras podem ser alternativa sustentável para o semiárido baiano
Que susto ao ler a frase acima! Na realidade trata-se de notícia da assessoria de comunicação da Secretaria da Agricultura da Bahia, na qual o secretário Eduardo Salles analisa a possibilidade de plantio, com participação de empreendedores franceses da tradicional cultura de oliveiras, visando a produção de azeite de oliva.
Diz o Secretário que a seca que atinge o Nordeste, a maior dos últimos 47 anos, possibilita o plantio da oleácea.
Após visitar, em abril, experimento com diversas variedades de oliveiras, implantado pelos franceses, em Rio de Contas, e verificar o potencial para a produção da cultura em plantio de sequeiro, Salles ficou entusiasmado com a nova alternativa que se apresenta para incrementar a renda de pequenos, médios e grandes produtores.
Com o objetivo de avançar nas pesquisas com novas variedades, o grupo pretende introduzir espécies do clima mediterrâneo, de regiões montanhosas que exigem poucas horas de frio, a exemplo do Norte da África (Argélia, Tunísia e Marrocos) e Turquia, ideais para produção na Chapada Alta, graças ao clima e altitudefavoráveis. Os franceses demonstraram ainda interesse em firmar convênio com a Embrapa Semiárido para trazer as mudas de oliva. “Através de parceria com o governo estadual, vamos trazer as mudas de locais que possuem amplitude térmica semelhante ao da Chapada Diamantina”, disse Didier Chinchilla.
A intenção é aproveitar as áreas das estações experimentais de uvas e frutas temperadas de Morro do Chapéu, Mucugê e Rio de Contas. “Com o sucesso da cultura, o objetivo é que, futuramente, o fruto seja agroindustrializado, transformando-o em azeite de oliva ou azeitona em compotas, além de integrar ao processo os pequenos produtores”, explicou o secretário Eduardo Salles, ressaltando que as oliveiras somam-se a outras cadeias produtivas que convivem de maneira sustentável com o semiárido, a exemplo da palma, do caju, do sisal, do umbu e da ovinocaprinocultura.
“São medidas estruturantes que vão além de qualquer governo, ou seja, são frutos que deverão ser colhidos por outras gerações. Então, é algo que nós temos que começar agora, plantando essa semente para que daqui a alguns anos, caso a Bahia passe pela mesma experiência, o impacto da seca seja menor para o homem do campo. Em relação às oliveiras, formamos um grupo de trabalho para trazermos para a região da Chapada as mudas”, disse o secretário. A busca de Salles por variedades de alto padrão de qualidade e que convivem melhor com o bioma não param por aí.
Na foto ao lado, o Secretário ao lado de um pequeno pé de oliveira.
Seca: já são 72 as cidades em estado de emergência na Bahia.
A estiagem no semiárido baiano até esta sexta-feira (23) já fez 72 cidades decretarem estado de emergência, informa a Coordenaria Estadual de Defesa Civil (Cedec), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes). Nos últimos oito dias, dez cidades solicitaram ajuda emergencial para o estado, segundo o coordenador adjunto Paulo Sérgio Luz, do Cedec. A Bahia chega a ter média de mais de 200 cidades com situação de emergência todos os anos.
Atualmente, a Cedec aponta o entorno de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, formado por 27 cidades, como uma das regiões mais afetadas pela estiagem nesse período do ano. Porém, a região oeste também é preocupante, segundo a Cedec, devido aos 150 dias consecutivos sem chuva. “A baixa umidade do ar nesses locais também tem causado incêndios florestais”, indica o coordenador.
Na maioria das cidades falta água até para o consumo humano. O Estado apoia as localidades impactadas pela estiagem com construção de cisternas emergenciais e convênio com carros pipa, além da execução do programa Água Para Todos, do Governo Federal. No norte do estado, embora só tenha chovido até julho, a situação não é considerada crítica.


