Uma meia dúzia de gaúchos vai às ruas pedir a volta dos militares

Recolhido do Facebook dos cidadãos gaúchos, Alberto Kopitke e Vera Spolidoro:

“Neste momento ocorre em Porto Alegre uma manifestação em favor de um golpe militar, com um número razoável de pessoas e com um importante apoio de carros que passam buzinando.

Em qualquer democracia sólida isso é considerado um crime contra a ordem democrática, um crime federal.

Assim como nos anos 1950 e 1960 acordaram um monstro que depois engoliu a todos. Até mesmo Lacerda, o campeão da moral conservadora foi pra cadeia e suspeita-se que morto pelo regime que ajudou a construir.

Enquanto isso por aqui assiste-se de forma complacente a ascensão do autoritarismo e aqueles que dirigiram as forças democráticas lutam meramente pra salvar sua pele, sem perceber a gravidade da situação.

A grande batalha em 2018 não será entre pensamento liberal ou social, mas entre o autoritarismo e a democracia. Tomará que percebam enquanto é tempo. A última vez o regime de “salvação” durou 25 anos.”

Os gaúchos foram, em um passado recente, protagonistas de lutas libertárias. Hoje, os ninhos de reacionários aparecem nas horas mais inoportunas.  Inclusive com uns papos exóticos de separatismo e xenofobia. Que Deus, que sempre foi gaúcho, maragato ou chimango, se apiede de todos esses imbecis.

Gauchada, revoltada, quer separar região Sul

região sul

Com a quebradeira que atinge o Rio Grande do Sul, onde salários dos servidores do Estado são pagos em quatro prestações, a gauchada voltou a falar em separação dos três estados do Sul.

região sul 2E têm bons argumentos, apesar do disparate: de 2011 a 2014, Brasília arrecadou na região Sul, exatos R$ 501 bilhões. E retornou, em verbas federais,  R$ 119 bilhões, com uma diferença de arrecadação da ordem de R$381 bilhões.

O movimento já tem bandeira e uma vasta propaganda que rola na internet. Enfrenta, no entanto, forte resistência entre os próprios sulistas, que defendem a Federação.

Um fato inusitado é que quase 50% dos gaúchos estão espalhados pelo resto do País, empurrados pela busca de terras férteis para a agricultura. E não querem voltar para a sua terra, a não ser para visitar a parentada e rever os pagos.

Concentração do PIB por regiões
Concentração do PIB por regiões

A região Sul, com participação de 16,2% no PIB do País, teve sua representação reduzida em 0,3 ponto percentual entre 2010 e 2011. O Rio Grande do Sul passou de 6,7% em 2010 para 6,4% em 2011. Santa Catarina ganhou 0,1 ponto percentual, ficando com 4,1%, e Paraná manteve o mesmo patamar de 2010: 5,8%. Em termos de comparação, o Nordeste tinha à mesma época uma participação de 13,4% do PIB. Com a redução prevista de até 1,8% negativo no PIB brasileiro, essa relação deve ganhar outras nuances, principalmente levando-se em conta a queda da indústria automobilística. Rio Grande do Sul tem fábricas de automóveis, mas principalmente são grandes fornecedores de autopeças ao restante da indústria especializada do País.

Só me faltava essa: quase aos 70 anos ter que pedir um visto no passaporte para visitar minha terra natal. Pois vou solicitar, oficialmente, minha naturalização como baiano.

Passado, mais uma vez, o perigo da revolução, vamos ser brasileiros de novo

gaucho

Passou o perigo! Todo dia 20 de setembro fico com medo que arrebente uma ‘rebolução’ no Rio Grande do Sul, que  seja refundada de novo a República do Piratini, tal o entusiasmo da gauchada. Eu, que plantei morada nessas chapadas cerradeiras de Goiás e Bahia desde fevereiro de 1980, estremeço de que a gauchada se ‘arrevolte’ e declare a nova pátria.

Como eu iria explicar nas novas fronteiras que um dia fui gaúcho, que nasci nos pagos ondulados da Cruz Alta, logo eu, com esse meu cabelo pichaco – o que resta – e pele morena? Acho que hoje tem mais gaúcho fora do Rio Grande do que no próprio Estado. E como já ouvi o maior gaiteiro do mundo, o Borghettinho, dizer: esses separatistas são todos uns babacas. 

Belém fica a 1.442 km por estrada de Santarém.

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Assim dá para entender porque os moradores do que seria o território de Tapajós querem a separação quase por unanimidade: por rodovia, uma grande parte em estradas de chão, uma cidade dista da outra 1.442 km. Um carro pequeno, que gaste 1 litro a cada 10 km, teria um custo de quase 500 reais. De Santarém a Belém ou se vai de barco (mais de dois dias) ou de avião. De carro, nem pensar. Seria uma aventura radical.