Especialista da FGV cobra punição dos servidores públicos que ajudam a fraudar licitações

As licitações para aquisição de bens e serviços pelo Poder Público são fundamentais para garantir a isonomia do processo, oferecendo direitos iguais a todas as empresas participantes. Alguns ajustes no modo como essas concorrências são feitas, no entanto, precisam ser feitos para evitar fraudes e combinações prévias de preços. A avaliação é do professor de direito administrativo da Fundação Getulio Vargas (FGV) Sérgio Guerra, que defende punições efetivas aos agentes públicos que ajudam a viabilizar esquemas fraudulentos.

Para o acadêmico, que atua há 25 anos na análise do direito público, uma medida simples que poderia ser facilmente implementada é a proibição da exigência de retirada física dos editais nos órgãos que promovem licitações por pregão eletrônico. Segundo Guerra, esse pode ser um instrumento de manobra para que servidores públicos mal-intencionados tenham acesso aos nomes das empresas concorrentes.

“O pregão eletrônico, em que o chamamento é feito pela internet, em tese, deveria evitar fraudes. O problema é que, em muitos casos, é exigido que os participantes retirem os editais no local da licitação. Com isso, tem-se o nome dos participantes, possibilitando que eles se organizem e cometam fraudes. A vedação dessa prática, que deveria ser prevista na estruturação dos próprios órgãos, ajudaria a evitar as fraudes porque as pessoas não saberiam quem está participando [do certame], o que garantiria um processo mais transparente e mais democrático”.

O especialista em direito administrativo destacou, ainda, que a falta de punições efetivas ou a demora para aplicação de sanções acabam colaborando para que os esquemas criminosos de corrupção se mantenham ativos. “Não vemos tantos casos de atribuição de sanções a servidores que participam desses esquemas. São, em geral, processos demorados, o que facilita a permanência de pessoas assim no serviço público”, lamentou Guerra. Da Agência Brasil. Informações de Thais Leitão com texto final de Vinicius Doria.

Para mostrar que nem tudo são flores.

O alto comando tucano se reuniu ontem, numa demonstração clara que estão adotando o lema escoteiro  “Sempre Alerta”. Na realidade, alguns imaginavam que a oposição no Brasil estava de férias; outros que o PSDB estava organizando a abertura de uma rede de mercadinhos de secos e molhados. A julgar pela foto, a reunião foi séria. Alguns tucanos ainda lamentam a perda de um número significativo de penas nas últimas eleições.

Chapa puro sangue do PSDB gera reação dos democratas.

O senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR) será o vice do correligionário José Serra na chapa presidencial que disputará as eleições deste ano. Fontes do PSDB ouvidas pela Folha já dão como certa a escolha de Dias para a vaga, que, já vinha pressionando a cúpula do partido para ocupar a vice. Por meio do microblog Twitter, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, adiantou a informação: “Falei agora com o Sergio Guerra [presidente nacional do PSDB]. O vice será o Álvaro Dias”, disse. A escolha do senador paranaense vai contra os interesses do DEM, principal aliado do PSDB no plano nacional. Os democratas tentavam evitar uma chapa puro-sangue tucana para emplacar nomes como o deputado José Carlos Aleluia ou Valéria Pires Franco (PA), vice-presidente do partido. O presidente do DEM, Rodrigo Maia, disse que o seu partido não irá aceitar indicação do PSDB para a vaga de vice na chapa do presidenciável José Serra (PSDB), qualquer que seja ela. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse à Folha que está consultando os partidos da aliança sobre o nome do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Segundo Maia, a única opção que o DEM aceita no PSDB é o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, fora ele, o nome deve sair do DEM. O vice-presidente do Democratas (DEM), deputado Ronaldo Caiado (GO), reagiu com indignação à notícia de que o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) seria indicado para a vaga de vice na chapa de José Serra à Presidência da República. Caiado afirmou que defenderá na Executiva do partido a quebra da aliança com o PSDB.

As últimas pesquisas do IBOPE, colocando Dilma Rousseff à frente de Serra, detonaram a ligação de todos os alertas no bunker da campanha tucana. Acabou-se o tempo da campanha “low profile” de Serra. Agora é a vez de decisões cruentas, no longo caminho que se encerrará no dia 3 de outubro.

Serra: meu reino por um vice!

Dinheiro pode fazer diferença? No início da semana, José Serra bate o martelo sobre o seu companheiro de chapa. É quase certo que seja mesmo Sérgio Guerra, presidente do PSDB, com uma pequena chance de que a escolha recaia sobre Tasso Jereissati. Mas, a exemplo do futebol, em política sempre pode ocorrer uma surpresa. Se dinheiro faz diferença, Jereissati tem mais chance. Resta saber se Jereissati também tem um bom conceito no Nordeste ou só no Ceará.