Em seis dias matou quatro pessoas, baleou outras três e fez reféns em chácaras.
Outra fazenda foi invadida por Lázaro Barbosa, 32 anos. A casa fica a cerca de 8km de Edilândia (GO). A propriedade estava vazia.
Informações preliminares apontam que ele arrombou a porta, preparou comida e abandonou o local. O dono da propriedade informou aos vizinhos sobre a invasão na madrugada desta quarta-feira (16/6).
Um forte aparato policial segue mobilizado na mata à procura do criminoso. As buscas chegaram hoje ao oitavo dia.
“Ele entrou lá para fazer comida. Ainda quebrou a porta, mas não tinha ninguém. Ele pegou o que quis, a casa estava abastecida de comida. Dá a entender que ele estava muito tranquilo. Agora, está cheio de polícia. Helicóptero pousando lá em casa”, afirmou uma das vítimas, que preferiu não se identificar.
Com medo, a família deixou a casa temporariamente.
Na tarde dessa terça-feira (15), Lázaro baleou um policial durante troca de tiros. O autor de uma chacina no Distrito Federal também fez três reféns na cidade de Edilândia (GO).
Base de campo da Polícia que está em perseguição a Lázaro.
Na fuga, Lázaro passou por uma chácara e escondeu reféns sob folhas para que não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia. No fim da tarde dessa terça-feira (15/6), a polícia os encontrou com vida, e eles foram libertados. As vítimas eram pai, mãe e filha, de 48, 40 e 15 anos, respectivamente.
Procurado desde 9 de junho, o suspeito tem espalhado terror por onde passa. Os reféns foram soltos e, logo depois, Lázaro foi cercado por agentes de diversas forças de segurança em uma rodovia e abriu fogo contra a guarnição. Um policial militar de Goiás chegou a ser baleado de raspão no rosto e foi transportado para um hospital de Anápolis (GO), de helicóptero. O estado dele é estável.
Ana Maria Duarte, à esquerda, assassinada em 14 de março, está na lista dos crimes assemelhados.
A Polícia Civil de Goiânia anunciou nesta sexta-feira (8) que um suspeito de envolvimento em dois homicídios contra mulheres praticados por motociclistas foi preso na noite desta quinta-feira (7). O delegado de policia e coordenador de planejamento operacional da Policia Civi, Reinaldo Koshiyama de Almeida não informou em quais casos ele poderia ter agido, mas afirmou que o suspeito é um jovem que já havia cumprindo pena em Goiânia por crimes de assalto e formação de quadrilha.
Ana Maria Victor Duarte, de 26 anos, foi assassinada na porta de uma lanchonete do Setor Bela Vista. Ela trabalhava como assessora parlamentar. A família ofereceu recompensa de R$10 mil a quem trouxer informações fidedignas sobre o paradeiro do assassino.
Pânico nas redes sociais
Às voltas com as investigações para esclarecer 15 assassinatos similares de mulheres entre 14 e 29 anos, a Polícia Civil de Goiás pede que as pessoas sejam criteriosas ao usar as redes sociais para comentar o assunto e evitem compartilhar falsas informações. O receio é de que a divulgação de boatos e suspeitas infundadas gere pânico entre a população e se repita um episódio como o que aconteceu em maio, no Guarujá (SP), quando uma dona de casa foi linchada após ter sido confundida com uma sequestradora de crianças.
Mega operação policial
A Polícia Civil de Goiás montou uma força-tarefa com 108 policiais para tentar resolver uma série de assassinatos que acontece em Goiânia desde janeiro deste ano. Até agora, 15 mulheres e um rapaz já foram mortos por motociclistas. Segundo informações de Reinaldo Koshiyama de Almeida, delegado de policia e coordenador de planejamento operacional da Policia Civil, as investigações contam com 16 delegados, 23 escrivães, 70 agentes policiais. Além desses crimes, mais duas tentativas de homicídio também estão sendo investigadas.
A Polícia goiana nega a existência de uma série de assassinatos com mesmas características, até pelo fato de evitar pressão pública pelo esclarecimento dos crimes. A verdade é que as mulheres de Goiânia já mudaram seus hábitos para não ser surpreendidas pelo assassino ou assassinos.
As autoridades policiais de Goiás investigam outros três casos que podem estar relacionados com as mortes em série ocorridas em Goiânia, protagonizadas por motociclistas armados. As tentativas de homicídio contra duas jovens e o homicídio de um homem fizeram a lista de casos investigados subir de 12 para 18 de um dia para outro. Os crimes causaram 15 mortes.
As vítimas foram atacadas por um ou mais motociclistas e alvejadas em locais públicos de Goiânia de janeiro para cá. Outra característica que pode relacionar esses crimes aos demais é a idade das mulheres, entre 13 e 29 anos. Além disso, a maioria delas era morenas de cabelos longos — e nada foi levado delas.
Entre os moradores, o medo de a ação estar partindo de um serial killer, o que os próprios investigadores passaram a não descartar, mudou hábitos. A Polícia Civil de Goiás formou uma força-tarefa com mais de 30 integrantes, entre delegados, agentes e escrivães, para tentar elucidar os crimes.
Nesta quarta-feira (6), a TV Anhanguera divulgou uma entrevista com uma vítima que sobreviveu a um ataque de um motociclista e quase ficou tetraplégica. Ela descreveu a forma de agir e deu algumas características do agressor, descrito como um homem de cor branca, de estatura alta, usando jaqueta preta com um detalhe de gola branca.
Segundo a vítima, que seguia com uma amiga ao lado, o homem encostou o revólver nela pelas costas, mandando ficar quieta. Depois deu um tiro, a mulher caiu no chão, mas a amiga conseguiu correr. Ele ainda disparou duas vezes contra a jovem que correu, mas errou a mira. A mulher ferida relatou seu medo de sair de casa e afirmou que agora sofre com pesadelos. Com informações do R7.
Ana Lídia, a última vítima: morte sem motivo aparente.
O superintendente da Polícia Judiciária da Polícia Civil de Goiás, delegado Deusny Aparecido, negou, na manhã desta terça-feira (5), as informações vinculadas em mensagens postadas em redes sociais de que um homem teria sido preso apontado como o suposto “serial killer” de mulheres em Goiânia. “Lamentavelmente nas últimas 24 horas foi uma avalanche de falsas informações, de falsas denúncias e isso tem prejudicado de sobremaneira o trabalho da Polícia Civil e em último caso prejudicado a sociedade goiana”, afirma.
As mensagens começaram a se espalhar na segunda-feira (4). As mensagens também falam na morte de mulheres em diversos pontos da cidade, como a Avenida T-63 e o Setor Cidade Jardim, mas nenhum dos crimes foi confirmado pela Polícia Civil, Polícia Militar e Instituto Médico Legal (IML).
“Essa notícia não procede, assim como as várias mortes ocorridas na capital, em vários locais na data de ontem, nenhuma procede. Nós não tivemos mais nenhum caso”, acrescenta Deusny Aparecido.
Homicídios
Desde maio, quando surgiu a informação de que existe um “serial killer” na capital, a Polícia Civil tratava o caso como um boato. No último domingo (3), a corporação voltou a afirmar que não crê na possibilidade de que um assassino em série esteja agindo em Goiânia, mas não descartou a hipótese.
“Nós temos a convicção de que não é uma única pessoa [a matar as vítimas], mas também não podemos excluir a possibilidade se não pudemos comprovar isso ainda”, afirmou ao G1 o delegado Murilo Polati, titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).
Segundo informações da Polícia Civil, 12 crimes contra jovens mulheres tiveram dinâmica semelhante: o suspeito chega de moto, saca a arma, dispara contra a vítima e foge sem levar nada. Porém, de acordo com Polati, as investigações apontam que as motocicletas usadas são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.
Ponto de ônibus
No último homicídio com essas características confirmado pela polícia, a estudante Ana Lídia Gomes, 14 anos, assassinada em um ponto de ônibus na capital, no último sábado (2).
A garota morreu após ser baleada no Setor Conjunto Morada Nova. Segundo a investigação, ela estava em um ponto de ônibus para se encontrar com a mãe, quando um homem passou pelo local em uma moto escura e efetuou três disparos na direção da vítima. Dois dos tiros atingiram o peito da menina, que morreu na hora. O suspeito fugiu logo após o crime. Leia mais no G1.globo.
Ruas de pouco movimento, em locais afastados de bairros pobres, os pontos preferidos do assassino(s).
Até agora, 12 vítimas foram mortas da mesma forma em Goiânia: um motoqueiro se aproxima e atira. A última vítima, uma adolescente de 14 anos, foi assassinada no domingo (3). Uma força-tarefa foi anunciada para investigar os crimes. Segundo a Polícia Civil, os investigadores não descartam nenhuma hipótese, inclusive a possibilidade de um assassino em série.
A adolescente estava no ponto de ônibus quando foi atacada. Ela levou dois tiros no peito e morreu na hora. A vítima esperava o ônibus para ir a feira ajudar a mãe que é feirante.
A polícia não acredita que as 12 mulheres tenham sido mortas por um único homem, mas não descarta nenhuma possibilidade. Diz que já existem alguns suspeitos e que dois já estão com mandados de prisão em aberto, como explica o delegado Murilo Pola.
— O que indica é que várias pessoas, usando do mesmo modo de agir, utilizando motocicletas, estão ceifando vidas de mulheres com perfis e características semelhantes.
As vítimas são jovens com perfis semelhantes, idades entre 14 e 29 anos, bonitas, morenas e, na maioria das vezes, sem antecedentes criminais. A primeira morte foi registrada no dia 19 de janeiro deste ano.
Os crimes contra mulheres têm causado pânico. Em todo ano passado, 46 mulheres foram assassinadas em Goiânia. Neste ano, já são 45, 12 vítimas de motoqueiro. Algumas morreram em situações parecidas: um homem em uma moto dá voz de assalto, não leva nada e atira à queima-roupa.