
A fama do xerife Joe Arpaio, de Phoenix, Arizona, que criou a prisão-acampamento de Maricopa, está ganhando o mundo. Criativo, ele criou a cadeia onde as celas são várias tendas de lona, cercadas por arame farpado e vigiado por guardas como numa prisão normal.
Baixou os custos da refeição para 40 centavos de dólar que os detentos, inclusive, têm que pagar.
Proibiu fumar, não permite a circulação de revistas pornográficas dentro da prisão e nem permite que os detentos pratiquem halterofilismo.

Começou a montar equipes de detentos que, acorrentados uns aos outros, (chain gangs), são levados à cidade para prestarem serviços para a comunidade e trabalhar nos projetos do condado.
Cortou a TV a cabo dos detentos, mas quando soube que TV a cabo nas prisões era uma determinação judicial, religou, mas só entra o canal do Tempo e da Disney.
Quando perguntado por que o canal do tempo, respondeu que era para os detentos saberem que temperatura vão enfrentar durante o dia quando estiverem prestando serviço na comunidade, trabalhando nas estradas, construções. Em 1994, cortou o café, alegando que além do baixo valor nutritivo, estava protegendo os próprios detentos e os guardas que já haviam sido atacados com café quente por outros detentos, sem falar na economia aos cofres públicos de quase US$ 100.000/ano. Quando os detentos reclamaram, ele respondeu:

– Isto aqui não é hotel 5 estrelas e se vocês não gostam, comportem-se como homens e não voltem mais.
Distribuiu uma série de vídeos religiosos aos prisioneiros e não permite quaisquer outros tipos de vídeo na prisão. Com a temperatura batendo recordes a cada semana, uma agência de notícias publicou:
– Com a temperatura atingindo 116 F, (47º C), em Phoenix, no Arizona, mais de 2.000 detentos na prisão acampamento de Maricopa tiveram permissão de tirar o uniforme da prisão e ficar só de shorts, (cor de rosa), que os detentos recebem do governo. Na última quarta feira, centenas de detentos estavam recolhidos às barracas, onde a temperatura chegou a atingir a marca de 138°F, (60°C). Muitos com toalhas cor de rosa enroladas no pescoço estavam completamente encharcados de suor.
– Parece que a gente está dentro de um forno, disse James Zanzot que cumpriu pena nessas tendas por um ano.
Joe Arpaio, o xerife durão que inventou a prisão-acampamento, faz com que os detentos usem uniformes cor-de-rosa e não faz questão alguma de parecer simpático. Diz ele aos detentos:
– Nossos soldados estão no Iraque onde a temperatura atinge 120°F (50°C), vivem em tendas iguais a vocês, e ainda tem de usar fardamento, botinas, carregar todo o equipamento de soldado e, além de tudo, não cometeram crime algum como vocês, portanto calem a boca e parem de reclamar.

Se a iniciativa acontecesse no Brasil, logo viriam os defensores dos direitos humanos, em caravana, reivindicar, protestar e bradar com a Constituição na mão. No entanto, os prisioneiros no Brasil apodrecem em cubículos infectos, sem chance de trabalhar e de levar uma vida saudável. E faltam vagas. Se dobrassem as vagas nos presídios de todo o País, ainda assim não seria suficiente para abrigar todos os criminosos. Por que, então, uma solução simples, barata e segura?
Veja o que aconteceu ontem no Presídio de Serrinha, segundo notícias do jornal A Tarde:
A Polícia Militar da Bahia invadiu na tarde desta sexta-feira (21), o Conjunto Penal de Serrinha, onde cerca de 130 presos encontravam-se rebelados. Homens do Batalhão de Choque da PM usaram fumaça preta e cães de guarda para adentrar ao prédio. Antes da ação, uma pessoa já havia sido morta pelos presos por enforcamento e há informações não confirmadas de outra queimada durante o motim, que teve início na tarde desta quinta (20). De acordo com o jornal A Tarde, outros dois detentos eram mantidos reféns no primeiro andar Pavilhão C, com cordas feitas de lençóis amarradas no pescoço. O Complexo com capacidade para 476 internos, abriga atualmente 460 infratores. Os rebelados pedem transferência para outras unidades, a permissão para entrada de alimentos enviados por familiares e que as visitas sejam feitas nos pavilhões da unidade prisional.
Na prisão de Joe Arpaio não acontecem rebeliões. Os prisioneiros estão tão cansados à noite que só pensam em dormir.
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