Agrofloresta e sintropia, para os jovens que estão vendo que nem tudo está indo bem.

 

A monocultura de exportação é uma bomba de retardo. Vai explodir tanto no aspecto ambiental, quanto no aspecto financeiro. Por isso cabe aos jovens mudar diametralmente o pensamento e começar a produzir com sustentabilidade, cuidando do nosso solo, da nossa água e da nossa fauna.

Estamos agora numa encruzilhada, em que faremos a opção por desertos ou pelas florestas produtivas, as nascentes, o lucro real na atividade: aquele que traz dinheiro hoje e faz uma poupança para o futuro.

Sempre lembrando: o jovem de hoje é responsável pelo legado para os filhos, os netos e bisnetos. E por toda uma sequência de gerações. 

Noruega está lançando fundo de US$400 milhões para agricultura sem desmatamento

Sintropia, a agricultura sem desmatamento começa a se desenvolver no Brasil.
Sintropia, a agricultura sem desmatamento começa a se desenvolver no Brasil.

Fundo de US$ 400 milhões foi lançado em Davos com o objetivo de deter o desmatamento tropical e impulsionar a agricultura

O governo da Noruega está criando um novo fundo para dar início aos investimentos para a agricultura sem desmatamento em países que estão trabalhando para reduzir a degradação de suas florestas e turfeiras. Ele trabalhará em parceria com o Fundo Global para o Meio Ambiente, um programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com a IDH (Iniciativa de Comércio Sustentável) e com as principais empresas de alimentos e ONGs ambientais, visando proteger mais de cinco milhões de hectares de florestas e turfeiras até 2020, proporção equivalente ao tamanho do território da Costa Rica.

O fundo será disponibilizado com um compromisso de até US$ 100 milhões do governo norueguês, baseado em uma meta de capitalização de US$ 400 milhões até 2020, a ser obtido de outros doadores bilaterais e multilaterais, bem como parceiros do setor privado. O capital será utilizado em parte para ajudar a produtividade dos pequenos agricultores.

A agricultura é um dos maiores causadores do desmatamento. Entre 2000 e 2012, foram desmatados 2,3 milhões de quilômetros quadrados de floresta. Até esse período, os investimentos no aumento da produção agrícola tendiam a favorecer a expansão das florestas tropicais, em vez de intensificar a produção agrícola nas terras aráveis existentes.

Espera-se que o fundo proporcione um incentivo para os governos com florestas tropicais por meio de investimentos em países e regiões que protegem as florestas e reduzem as emissões de gases de efeito estufa. É um exemplo dos acordos que estão sendo desenvolvidos mediante a Aliança para Florestas Tropicais 2020, uma parceria público-privada global para impulsionar ações para cadeias de suprimento sem desmatamento, organizadas no Fórum Econômico Mundial.

Erna Solberg, primeira ministra da Noruega, anunciou hoje o lançamento do fundo na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial em Davos-Klosters. “O futuro do planeta depende de nossa capacidade comum de proteger e restaurar as florestas em uma escala sem precedentes e, ao mesmo tempo, aumentar a produção agrícola para atender às crescentes necessidades globais”, disse ela. “Através deste fundo, trabalharemos com os governos, o setor privado e a sociedade civil para que isso aconteça de forma inovadora.”

Espera-se que o fundo ajude aos países com florestas a cumprir os compromissos assumidos mediante o Acordo Climático de Paris da ONU e contribua com uma série de Metas de Desenvolvimento Sustentável, tais como: redução da pobreza (1); erradicação da fome (2); trabalho decente e crescimento econômico (8); ação climática (13); gestão sustentável da água (15); e um fim à degradação da terra e perda de biodiversidade (16).

“Nós incentivamos o fundo, porque acreditamos fortemente nos governos e nas empresas que trabalham juntos para proteger o meio ambiente enquanto alimentam o mundo”, disse Everton Lucero, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente do Brasil.

“Como parte do Acordo Climático de Paris, o nosso país se comprometeu a realizar a restauração florestal em 12 milhões de hectares e a intensificar a agricultura de forma sustentável em 20 milhões de hectares.”, disse Roberto Jaguaribe, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

“Chegou o momento de cumprir o objetivo de acabar com o desmatamento originado da cadeia de suprimentos das principais commodities globais. O aumento da produção agrícola não pode mais ocorrer à custa dos bens comuns globais”, disse Naoko Ishii, diretora do Fundo Global para o Meio Ambiente.

Andrew Steer, presidente e diretor executivo do Instituto de Recursos Mundiais, disse que as ações mais bem sucedidas para proteger as florestas também são boas para a economia: “Através dos melhores agentes públicos e privados e da nova compreensão das oportunidades de negócios no cenário tropical, o impacto desse fundo sobre o clima, a biodiversidade e as oportunidades econômicas poderiam ser verdadeiramente transformacionais”.

Erik Solheim, diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, disse: “É extremamente importante unirmos forças para proteger as florestas e as turfeiras e, por consequência, o nosso clima. Estamos muito satisfeitos pelo fundo estar sendo lançado e, o que é essencialmente importante, por termos também o setor privado empenhado nessa causa”.

Os principais membros da indústria global de bens de consumo, como Carrefour, Marks & Spencer, Mars, Metro, Nestlé e Unilever, expressaram o seu apoio, assim como o Fórum dos Bens de Consumo e outras associações industriais. A Unilever é a primeira investidora corporativa no fundo, investindo US$ 25 milhões por um período de cinco anos.

“O fundo está no centro dos programas “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” e “Nexus Clima”. Esta parceria público-privada inigualável alavancará o compromisso das empresas do Fórum dos Bens de Consumo em cumprir o nosso objetivo comum de eliminar o desmatamento, ao mesmo tempo em que apoiará o aumento dos meios de subsistência dos agricultores em nossa cadeia de suprimentos”, disse Paul Polman, diretor executivo da Unilever e co-presidente do Comitê de Sustentabilidade do Fórum dos Bens de Consumo.

O fundo será formalmente criado e incorporado pela IDH como uma entidade jurídica independente ainda este ano.

A 47ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial será realizada entre os dias 17 e 20 de janeiro em Davos-Klosters, na Suíça, sob o tema Liderança Responsável e Receptiva. Mais de 3.000 participantes de quase 100 países participarão de mais de 400 sessões.