O que é e o que faz o spyware Pegasus? Entenda o que se sabe até aqui. Vazamento de números expôs possível vulnerabilidade no software espião mais poderoso do mundo
O vazamento de mais de 50.000 números de telefone supostamente usados por contratantes do software Pegasus, da empresa de vigilância israelense NSO Group, já escalou à lista de alertas da segurança cibernética global.
Segundo reportagem do Guardian, publicada no domingo (18.jul.2021), há jornalistas, figuras públicas, líderes políticos e ativistas da sociedade civil entre os milhares de contatos supostamente atrelados ao aplicativo.
Os dados preocupam, já que a comercialização do Pegasus é exclusiva a governos e agências militares. Originalmente, ele foi desenvolvido para que as forças de segurança conseguissem acessar núcleos criminosos sem serem descobertos.
Assim, qual é o motivo para que números de civis, em especial jornalistas e opositores de governos, estejam na lista vazada? Os dados foram de fato usados pelos clientes da empresa? É possível reprimir um spyware? Leia a seguir tudo o que se sabe sobre o Pegasus até agora.
A Cortina de Fumaça do Spray Nasal
A viagem de uma comitiva organizada pelo governo a Israel, entre 7 e 9 de março, custou pelo menos R$ 88,2 mil e terminou sem a assinatura de um acordo de cooperação entre o Brasil e a empresa israelense que desenvolve um spray nasal para possível tratamento da Covid-19.
As informações estão em uma resposta, de 44 páginas, do Ministério das Relações Exteriores a questionamentos formulados pela bancada do PSOL na Câmara dos Deputados. Os dados foram divulgados pelo portal UOL e obtidos também pelo G1.
Consultada, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que o Palácio do Planalto não irá se manifestar.
Participaram da comitiva brasileira o ex-chanceler Ernesto Araújo; os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Helio Lopes (PSL-RJ); o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten; os assessores do Palácio do Planalto Filipe Martins e Max Moura; auxiliares do Itamaraty; e somente dois técnicos: Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, e Marcelo Morales, secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência e Tecnologia.
De acordo com o documento do Itamaraty, do último dia 7, foram gastos US$ 14,2 mil, 1,6 mil euros e R$ 2,7 mil com passagens, alimentação, hospedagens, reserva de salas e diárias, entre outras despesas. Não estão contabilizados os custos com o deslocamento em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Em relação ao spray nasal, a resposta do Ministério das Relações Exteriores diz que havia uma proposta de o Brasil integrar a fase 2 do desenvolvimento do medicamento (EXO-CD24), “fazendo parte de um ‘pool’ internacional”.
Essa aproximação, segundo o documento, poderia facilitar a aprovação da droga no Brasil, agilizando a importação, e a “eventual produção local”.
Entretanto, o ofício do Itamaraty diz que um acordo entre o Brasil e o fabricante não foi celebrado, por falta de assinatura de representante do Ministério da Saúde brasileiro.
Os verdadeiros objetivos dos Bolsonaro.
O vazamento de mais de 50.000 números de telefone supostamente usados por contratantes do software Pegasus, da empresa de vigilância israelense NSO Group, já escalou à lista de alertas da segurança cibernética global.
Segundo reportagem do Guardian, publicada no domingo (18.jul.2021), há jornalistas, figuras públicas, líderes políticos e ativistas da sociedade civil entre os milhares de contatos supostamente atrelados ao aplicativo.