Pandora Papers expõe pobreza dos latino-americanos e a crescente sonegação

Por Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Dos 14 líderes latino-americanos, três estão hoje no poder: Chile, Equador e República Dominicana. Os demais são ex-presidentes de Colômbia, Peru, Paraguai, Honduras e Panamá.

“A América Latina tem 14 dos 35 líderes mundiais expostos na maior investigação jornalística da história. A região perde anualmente US$ 300 bilhões em sonegação de impostos.”

O capítulo latino-americano da investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês) divulgado nesse domingo (3) aponta, sobretudo, para 14 dos 35 chefes e ex-chefes de Estado do mundo envolvidos em sociedades offshore. Esses líderes latino-americanos alegam ter todas as contas e ativos no exterior declarados e negam qualquer atividade ilícita.

“Nem o presidente nem a sua família possuem sociedades de investimento no exterior”, garante a Presidência do Chile. “Aqui não existiu nenhum encobrimento de nenhuma natureza”, afirma o presidente do Equador, Guillermo Lasso. “Nunca ocultei a identidade dos diretores e beneficiários”, defende-se o ex-presidente colombiano, Andrés Pastrana. “Todas as declarações exigidas por lei, assim como o pagamento de impostos vinculados ao ativo estão em regra”, responde o ex-presidente paraguaio, Horacio Cartes.

Dos 14 líderes latino-americanos, três estão hoje no poder: Sebastián Piñera, do Chile, Guillermo Lasso, do Equador, e Luis Abinader, da República Dominicana. Os demais são ex-presidentes: os colombianos César Gaviria e Andrés Pastrana, o peruano Pedro Pablo Kuczynski, o hondurenho Porfirio Lobo, o paraguaio Horacio Cartes e os panamenhos Juan Carlos Varela, Ricardo Martinelli e Ernesto Pérez Balladares.

As sociedades offshore que lhes são atribuídas são anteriores à chegada desses líderes ao poder, sendo esse um dos principais argumentos usados na defesa. Todos os que reagiram às revelações do Pandora Papers, alegaram ter declarado sociedades inscritas em paraísos fiscais como Ilhas Virgens Britânicas, Panamá, Belize e os estados norte-americanos de Nevada ou Dakota do Sul.

Paulo Guedes

Outras 90 autoridades ou ex-autoridades latino-americanas aparecem com contas offshore. É o caso do atual ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto. Os dois também garantem ter tudo em regra.

Além de líderes, a investigação revelou que 78 sociedades secretas escondiam US$ 2 bilhões em Andorra, desviados da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) a membros do regime chavista.

Pódio para a Argentina

De todos os países latino-americanos, a Argentina é o que mais se destaca no ranking da opacidade. O vazamento de documentos dos paraísos fiscais deixa os argentinos no terceiro lugar com 2.521 beneficiários finais, abaixo apenas da Rússia (4.437) e do Reino Unido (3.501).

Quando classificada a informação por empresas, a Argentina fica em quinto lugar com 1.448 firmas controladas por argentinos, atrás do Reino Unido (3.936), da Rússia (3.694), de Hong Kong (2.104) e da China (1.892).

Aparecem nomes envolvidos em casos de corrupção no país como Daniel Muñoz, falecido secretário do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e encarregado de arrecadar o dinheiro ilegal e enviado ao exterior.

Outro nome ligado à corrupção do período de Cristina Kirchner (2003-2015) é Ernesto Clarens, um financista que confessou seu envolvimento em um esquema de remessa de dinheiro da corrupção a paraísos fiscais e é processado por lavagem de dinheiro.

O consultor político Jaime Durán Barba, próximo do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), também aparece, assim como Mariano Macri, irmão mais novo do ex-presidente. Historicamente, a família Macri detém uma série de empresas na Argentina.

Zulema Menem, filha do falecido ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), integra a lista que traz também o nome dos jogadores de futebol, Lionel Messi, Ángel Di María e Javier Mascherano, além do treinador do Paris Saint-Germain, o argentino Mauricio Pochettino. Fontes dos três jogadores informaram à imprensa argentina que as sociedades offshore foram declaradas ao fisco.

O futebol também aparece com Humberto Grondona, filho do falecido cartola Julio Grondona, que comandou a Associação do Futebol Argentino durante 25 anos.

No total, 79% das sociedades dos 2.521 argentinos citados estão localizadas nas Ilhas Virgens Britânicas. A maioria é assessorada pela firma de advocacia panamenha Alemán, Cordero, Galindo & Lee (Alcogal), pivô das contas reveladas pelos “Pandora Papers”.

Presidentes latino-americanos em exercício: Chile

Em seu primeiro mandato (2010-2014), o presidente Sebastián Piñera, que era empresário antes de entrar na vida política, teria realizado negócios nas Ilhas Virgens Britânicas com a compra e venda de uma mineradora de nome Dominga. A transação envolveu o empresário Carlos Alberto Délano, um amigo de infância de Piñera.

Nove meses depois de assumir como presidente, Piñera vendeu o projeto de mineração. No Chile, o valor do contrato de venda foi de US$ 14 milhões, mas, nas Ilhas Virgens, foi de US$ 138 milhões. Em apenas 18 meses, a operação de compra e venda teria deixado um lucro de 1.000%.

A venda foi condicionada a que a área de exploração de minérios não se tornasse de proteção ambiental como pediam ambientalistas. Piñera não promoveu a proteção ambiental da área, garantindo o negócio.

Através de uma nota oficial, a Presidência chilena desmentiu a investigação “Pandora Papers”, ressaltando que Sebastián Piñera não administra os seus negócios há 12 anos, que não foi informado sobre o processo de venda e que a investigação judicial sobre a operação terminou sem provas em 2017.

“O presidente nunca participou nem teve informação sobre o processo de venda da mineradora Dominga, operação realizada em 2010, quando já não tinha participação na administração dessas empresas”, argumentou o governo chileno.

“O presidente não participa da administração de nenhuma das suas empresas há mais de 12 anos. Nem o presidente nem a sua família possuem sociedades de investimento no exterior”, concluiu a nota.

No entanto, os candidatos à presidência da centro-esquerda e da esquerda nas próximas eleições de novembro exigem que Sebastián Piñera defenda-se publicamente da suposta sonegação de impostos e da decisão de frear uma área de proteção ambiental para benefício pessoal. A oposição argumenta que os dados revelados pelos “Pandora Papers” não eram conhecidos durante a investigação judicial

Equador

O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, assumiu o governo em abril passado, mas construiu a sua carreira como banqueiro, primeiro como executivo e depois como acionista do Banco de Guayaquil.

A investigação “Pandora Papers” revelou que Lasso chegou a operar 11 sociedades offshore. Ele se desfez das empresas em 2017, quando uma lei passou a proibir candidatos à presidência que tivessem relação com paraísos fiscais. Segundo a investigação, o dinheiro saiu do Panamá para constituir fundos fiduciários em Dakota do Sul, nos Estados Unidos.

O presidente garante que a maioria dessas firmas estão inativas e as que ainda operam não pertencem mais a ele ou não geram dividendos. Também assegura que as sociedades eram “legais e legítimas” e que cumprem com a lei do Equador. Lasso ressalta que nunca escondeu sua participação na sociedade panamenha.

“Não tenho nenhuma relação de propriedade, controle, benefício ou interesse de nenhum tipo com essas entidades”, afirmou Guillermo Lasso numa carta ao jornal equatoriano El Universo, responsável pelo capítulo Equador.

“Sempre cumpri com a lei equatoriana que proíbe candidatos e funcionários públicos de manter companhias offshore, como bem indicado nas minhas declarações juramentadas”, apontou.

“Portanto, aqui não existiu sonegação de nenhuma natureza”, concluiu.

República Dominicana

O presidente Luis Abinader aparece vinculado a duas sociedades secretas no Panamá, criadas em 2011 e 2014, antes de chegar ao poder em agosto de 2020.

Por outro lado, o vice-presidente da República Dominicana, Carlos Morales, criou trusts em Dakota do Sul para guardar ações de uma empresa produtora de açúcar.

Os estados de Delaware, Alasca e Dakota do Sul nos Estados Unidos também funcionam como paraísos fiscais.

Colômbia

O capítulo da Colômbia envolve os ex-presidentes colombianos César Gaviria (1990-1994) e Andrés Pastrana (1998-2002), além de 588 colombianos, entre empresários, embaixadores e legisladores, donos de sociedades offshore.

Pastrana defendeu-se, garantindo que “nunca ocultou a identidade dos diretores e beneficiários” e que a sociedade panamenha procurava transformar pesos colombianos em dólares para internacionalizar um patrimônio”.

Além dos ex-presidentes, uma personalidade famosa colombiana chamou a atenção por aparecer com bens offshore, a cantora pop Shakira.

Paraguai

O empresário Horacio Cartes (2013-2018), governou o Paraguai enquanto era proprietário de sociedades com mais de US$ 1 milhão no Panamá. A empresa offshore possuía um apartamento em Miami e uma conta no banco paraguaio Amambay que recentemente tornou-se propriedade do Grupo Cartes sob o novo nome de Banco BASA.

Os advogados do ex-presidente e empresário usaram os meios de comunicação do próprio Horacio Cartes para publicar a sua defesa. A publicação afirma que o ex-presidente cumpriu com todas as obrigações exigidas pela lei.

“A sociedade foi adquirida como veículo legal para a compra de um apartamento para a sua família em Miami, Florida. A compra através desse tipo de estrutura societária era em 2011, e continua sendo, uma modalidade absolutamente legal, muito usada em processos de compra e venda porque agiliza as transações e, ao mesmo tempo, permite organizar a transferência ordenada de bens aos herdeiros em caso de falecimento do titular”, explicaram os advogados na publicação.

“Todas as declarações exigidas por lei, assim como o pagamento de impostos vinculados ao ativo estão em regra”, finaliza o texto.

Panamá

O governo panamenho anunciou que vai supervisionar os envolvidos na investigação “Pandora Papers” que envolve o escritório de advocacia Alemán, Cordero, Galindo & Lee (Alcogal), o mais citado na rede de sociedades offshore.

Entre os panamenhos denunciados aparecem três ex-presidentes: Juan Carlos Varela, Ricardo Martinelli e Ernesto Pérez Balladares.

A um passo da ilegalidade

Nos países da América Latina, ter ativos offshore e sociedades para negócios no exterior não é ilegal, embora gere controvérsias, sobretudo quando envolve políticos. Essas sociedades permitem custos menores e maiores facilidades para o movimento de capitais.

As suspeitas, no entanto, recaem sobre tentativa de sonegação por parte de empresários e de corrupção por parte de políticos. A ilegalidade surge quando os ativos não são declarados total ou parcialmente. Nesse caso, podem ser instrumentos ilícitos de delitos fiscais e penais.

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), todos os anos, mais de US$ 300 bilhões são sonegados na América Latina.

Segundo cálculos do Banco Central da Argentina, os argentinos possuem US$ 220 bilhões não declarados. O montante representa 55% do Produto Interno Bruto do país e 10% de todos os dólares que circulam no mundo, fazendo dos argentinos os que mais dólares têm, acima, inclusive, da quantidade per capita de dólares dos norte-americanos.

 

Não falha nunca: o Gnomo da Havan sonegou R$2,5 milhões entre 2009 e 2010.

Foto: Fepesil/The News2 / Estadão Conteúdo

A Receita Federal aponta sonegação de contribuição previdenciária por parte da Havan, empresa comandada por Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro e investigado no inquérito das fake news. Entre contribuições e multas, a Receita cobra da Havan R$ 1.052.000,00. O processo é de 2013. Em valores corrigidos, o crédito tributário cobrado da empresa alcança R$ 2.486.973,20.

O crime é semelhante ao que levou o empresário a ser condenado em segunda instância em 2003. Na ocasião, ele fez um acordo para pagar o que devia e a execução da pena acabou suspensa.

O caso mais recente chegou ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que negou recursos e manteve a autuação. A sonegação foi detectada em auditoria sobre atos de 2009 e 2010 realizada na empresa, situada em Brusque (SC). Segundo relatórios obtidos pelo Estadão, a Havan deixou de declarar e de recolher devidamente a “contribuição previdenciária patronal”, a “contribuição destinada a terceiros” (Sesc, Senac, Sebrae, Incra e FNDE), os “incidentes sobre a rubrica de folha de pagamento aviso prévio indenizado” dos funcionários e até a contribuição empresarial que deveria recolher por patrocínio a time de futebol da cidade.

Além disso, entre janeiro e dezembro de 2010, segundo os fiscais, a empresa inseriu na documentação contábil uma compensação de créditos indevidos. A manobra reduziu a contribuição previdenciária patronal incidente sobre a remuneração dos empregados. Isso levou a Receita a apontar suspeita de falsificação de documento, crime previsto no artigo 297 do Código Penal.

De Vinícius Valfré, do Terra.

Trump acaba de se enrolar com o fisco norte-americano. Lá, sonegar dá cadeia.

US$70 mil para manter o topete no lugar. Por conta do contribuinte.

As manchetes do jornal New York Times são expressivas: Donald Trump abateu 70 mil dólares por idas ao salão de beleza às custas do fisco. Em 11 de 18 anos o atual Presidente dos Estados Unidos não pagou impostos e em 2016, ano da eleição, contribuiu com apenas 750 dólares.

Trump está enrolado com o fisco e isso é mortal nos Estados Unidos. Ao contrário do Brasil, onde sonegadores fazem REFIS e prorrogam suas dívidas, lá, sonegar dá cadeia.

Trump deveria ter aprendido com os brasileiros, principalmente com seus seguidores bolsonaristas, que compram imóveis em dinheiro vivo e escapam, pela tangente, por enquanto, da Receita Federal.

Maiores devedores da Previdência são as grandes empresas

Por Cyntia Campos

“A falácia do Governo é que a MP 871 pretende combater a fraude e os desvios da aposentadoria dos pobres, principalmente dos trabalhadores rurais”, denuncia Paulo Rocha

O governo que se empenha em dificultar o acesso dos mais pobres a seus direitos previdenciários é o mesmo que não economiza benevolência no trato com os grandes devedores da Previdência.

Enquanto isso, as grandes empresas respondem por 62% das dívidas com a Previdência. Do total de R$ 2,2 trilhão de débitos em dívida ativa, os 28 mil grandes devedores são responsáveis por R$ 1,37 trilhão do que foi sonegado aos cofres públicos.

Falácia do governo

“A falácia do Governo é que a MP 871 pretende combater a fraude e os desvios da aposentadoria dos pobres, principalmente dos trabalhadores rurais. Mentira!”, denuncia o senador Paulo Rocha (PT-PA), que, junto com a Bancada do PT, votou contra a proposta.

Na noite da última segunda-feira (3), a MP 871 foi aprovada pelo Senado, mudando as regras para concessão de benefícios do INSS. A medida criou uma série de entraves ao acesso à pensão por morte, ao auxílio-doença, à aposentadoria por invalidez, ao salário-maternidade, entre outros direitos.

Recordistas em sonegação

 

Entre os recordistas de dívidas com a Previdência, a JBS (frigoríficos e indústria de alimentos) é a maior devedora entre as empresas que ainda estão em atividade. São quase R$ 2,4 bilhões que deixaram de ser pagos.

Entre os 10 maiores devedores da Previdência estão empresas que já não existem mais. É o caso das empresas áreas Varig, a campeã (R$ 3,9 bilhões), Vasp (R$ 1,9 bilhão) e Transbrasil.

“Em cinco meses de governo Bolsonaro, o Congresso Nacional só aprovou legislação para atacar os direitos dos trabalhadores, dos mais pobres, dos pequenos. Por que ele não mandou para cá, através de medida provisória, o combate aos sonegadores?”, cobrou Paulo Rocha.

E ainda tem gente condenando os três senadores da Bahia, Otto Alencar, Coronel e Jaques Wagner que votaram contra a MP 871:

“Ai, ai, que o PT é contra as fraudes na Previdência; ai, ai, que Bozonaro é nosso rei; ai, ai, que empresários não devem pagar os seus débitos com a Previdência!”

Impostos no Brasil: pobre paga mais, ricos são isentos e sonegadores premiados

Para os especialistas, o senso comum de que a carga tributária no país é alta empobrece o debate. Reverter a situação de cobrança sobre consumo é o desafio para o país avançar.

O Brasil das injustiças históricas é injusto até mesmo na hora de debater certos temas, em que a realidade acaba por ficar oculta, como é o caso da incidência de tributos e da recorrente discussão sobre reforma tributária. “As pessoas reclamam que no Brasil se paga muito imposto, mas não é verdade. O problema é que os pobres pagam muito mais que os ricos”, afirmou o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Eduardo Fagnani. Ele participou na tarde desta quinta-feira (23) de um debate sobre a questão ao lado do auditor da Receita Federal Paulo Gil Introini e da assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) Graziella David. O encontro foi promovido pelo Le Monde Diplomatique Brasile mediado pelo editor-chefe do veículo, Sílvio Caccia Bava.

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Receita de olho nos sonegadores que compram imóveis em Miami e não declaram

A Receita Federal já sabe quem são mais de 2.100 brasileiros, entre 4.700, que compraram imóveis nos Estados Unidos, principalmente em Miami, sem declarar. Pior: compraram em dinheiro vivo, com dólares de colete – passado por doleiros brasileiros para contas de terceiros nos EUA.

“Chamou a atenção da gente e das autoridades norte-americanas o fato de que os brasileiros, embora sejam a segunda nacionalidade que mais adquire imóveis em Miami, são os que compram os imóveis mais caros”, comentou o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Jung, durante a apresentação do balanço das fiscalizações feitas pela Receita no primeiro semestre de 2017. Os proprietários dos imóveis não declarados serão alvos de fiscalização a partir de agosto, quando termina o prazo de adesão do Regime de Regularização Cambial e Tributária.

Já que temos tantos corruptos na cadeia, não custa arrumar uma pena por crime de sonegação e lavagem de dinheiro pra esses patriotas. Se investigar, poderemos ver que eles estão nas redes sociais, falando mal dos políticos.

Se um dia esses lavadores de dinheiro precisarem vender o imóvel vão ficar sabendo como age a Receita americana. Não estão nem aí para a entrada do dinheiro, mas na saída cobram 30% de IR, sem dó nem piedade.

Sonegadores devem cinco vezes o buraco fiscal do Governo

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Cerca de 13,5 mil pessoas físicas e jurídicas devem valores acima de R$ 15 milhões e juntas são responsáveis por uma dívida de R$ 812 bilhões aos cofres federais.

O débito desses devedores representa cinco vezes o buraco total no Orçamento federal previsto para 2016 (R$170 bilhões). Entre as empresas devedoras estão as quebradas Varig e Vasp, a Vale, a Carital Brasil (antiga Parmalat) e a Petrobras.

Jorge Solla denuncia blindagem de peixes grandes em CPI da Zelotes

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Com o apoio de toda a bancada do PT, foi aprovado na CPI do Carf, nesta terça-feira (12), um requerimento que prorroga as investigações por mais 60 dias. O deputado Jorge Solla (PT-BA) encaminhou o voto em favor da prorrogação e criticou os deputados do PSDB, DEM e PMDB, que tentaram impedir a investigação a banqueiros e empresas da grande mídia envolvidas na Operação Zelotes, que desvendou esquema de compra de sentenças no Carf para anular dívidas tributárias.

“Só tinha peixe graúdo na rede, RBS, Itaú, Bradesco, aí de repente deixou-se essa investigação de lado começou-se a buscar uma Medida Provisória para achar alguma forma de incriminar alguém do governo ligado ao PT. E aí passa a investigar empresa esportiva, futebol americano, que não tem nada a ver com o Carf. Se querem atingir a família do presidente Lula, abra uma CPI. Aqui não, não tem nada a ver com o Carf”, reclamou Solla.

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O Brasil está sendo sangrado pela evasão de divisas e sonegação

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Manobras empresariais ilícitas tiram US$ 170 bi do País em 10 anos. Esta manchete da Carta Capital não pode ser ignorada pelos leitores. Subfaturar exportação e superfaturar importados permitem evasão de divisas e sonegação. Brasil tem o 7º maior fluxo ilícito do mundo, diz estudo internacional. Leia a matéria clicando aqui.

Seriam os responsáveis por esse crime inominável os mesmos que querem uma virada política no País? Seriam eles aqueles que pedem a volta dos militares? O Brasil é hoje um país em que as perguntas superam de longe as respostas.

 

 

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Rico tem medo da CPMF pelo imposto proporcional e pela sonegação

A equipe econômica do governo federal anunciou nesta segunda-feira (14) que vai propor o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) com alíquota de 0,2%. A contribuição foi extinta em 2007, pelo Senado Federal, após vigorar por mais de uma década. Para que volte a valer, a proposta de retorno do imposto precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Segundo os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, o imposto servirá como alternativa para cobrir o déficit previsto da previdência. “A CPMF irá integralmente para o pagamento de aposentadorias e será destinada para a Previdência Social”, garantiu Levy.

O conjunto de medidas fiscais anunciadas pelo Executivo pode trazer para os cofres públicos R$ 64,9 bilhões. A volta da CPMF, segundo os cálculos divulgados pelo governo, vai ser responsável por metade desse valor, com arrecadação prevista em R$ 32 bilhões.

Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o objetivo é que a CPMF seja provisória e não dure mais do que quatro anos. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, declarou ser “muito pouco provável” a aprovação, no Congresso, do retorno da taxa.

Parece claro que o povo não aceita mais impostos. Mas o que deixa a classe dominante mais refratária ao imposto sobre movimentação financeira é que todos pagam, na proporção do volume de dinheiro movimentado, a mesma alíquota, com o valor absoluto proporcional. Além disso, no cruzamento da malha fina da Receita Federal, quem ganha muito e sonega Imposto de Renda vai sempre se dar mal.

Imposto no Brasil é pago por pobres, na boca do caixa de supermercados, postos de gasolina, farmácias e lojas de eletrodomésticos.

Rico só paga quando lhe dá na telha ou quando tem temor de cair na malha fina. Está aí a Operação Zelotes para provar.

Receita e Polícia Federal prende doleiros e sonegadores em Fortaleza e Natal

A Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram hoje (30) a Operação Godfather, que resultou na prisão de integrantes de organização criminosa suspeita de desviar cerca de R$ 150 milhões do sistema financeiro, principalmente em Fortaleza e Natal, nos últimos cinco anos. Parte dos recursos montante resultou de transações feitas no Brasil de empresas sediadas em paraísos fiscais ou de instituições e pessoas físicas que operam com compra e venda de dólares (doleiros).
Nota divulgada pela Receita Federal informa que há indícios de prática de crimes como sonegação fiscal, gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores. Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão em residências de investigados e em empresas supostamente ligadas à organização criminosa. Foram também decretados, pela Justiça Federal, o sequestro e o bloqueio de valores existentes em contas bancárias, em bolsas de valores e em instituições do mercado financeiro no Brasil em nome dos principais suspeitos. Da Agência Brasil.

Se a corrupção nas áreas privada e pública continuar no mesmo ritmo e com a relevante deficiência de vagas em presídio, em breve vamos ter que implantar os campos de concentração no País. Arame farpado, galpões e uma enxada para cada prisioneiro. Uma maravilha.

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Élio Gaspari, na Folha: “Pagar imposto é coisa de otário”

“Pela ordem social do andar de cima, há no país os cavalgados e os cavalcantis. Os cavalgados compram suas coisas e pagam todos os impostos no caixa. Trabalham o mês todo e, quando recebem o contracheque, ele vem com a mordida do Imposto de Renda.

sonegac3a7c3a3oOs cavalcantis não pagam o que a Receita cobra e, uma vez autuados, esperam que o governo lhes ofereça um plano de refinanciamento do débito. Os descontos são tamanhos que não pagar torna-se bom negócio. O truque atende pelo nome de Refis e, num acordo do governo com a oposição (em ano eleitoral), a Câmara dos Deputados, numa medida provisória relatada pelo deputado Eduardo Cunha, acaba de patrocinar mais uma festinha. É o Refis 8.0. Resta saber se a doutora Dilma vai sancioná-la.

O Refis socorre sonegadores desde 1999. Por meio de engenhosos mecanismos, tornou-se um benefício contínuo. Houve empresa com a dívida parcelada por 1.066 anos. Outra, que devia R$ 128 milhões, passou a pagar R$ 12 por mês.

Bancos e multinacionais já refinanciaram R$ 680 bilhões. A Vale parcelou uma cobrança de R$ 45 bilhões com 50% de desconto. A Companhia Siderúrgica Nacional safou-se de uma dívida de R$ 5 bilhões. A Braskem podou um espeto de R$ 1,9 bilhão.

Em 2009, a secretária da Receita, Lina Vieira, disse que, com esse gatilho, “o bom contribuinte se sente um otário”. Ela foi demitida pouco depois pelo ministro Guido Mantega. Sempre que o governo maquia o Refis vem o argumento de que com ele arrecada-se cerca de 15% do que está emperrado. É verdade, mas deixa-se de receber o que se cobrou aos cavalcantis, o que nunca acontece com os cavalgados.”