Um blogueiro no Rio Grande do Norte, Carlos Santos, sofre três condenações a prisão, além de 9 interpelações e 27 ações judiciais, por críticas a prefeita de Mossoró, numa história que é uma aula de Brasil. E continua na moda, pelo país afora, o uso do Judiciário como instrumento para constranger a liberdade de expressão. O leitor não pode deixar de ler um candente artigo do editor do portal Congresso em Foco, Sylvio Costa, sobre o ataque da justiça e de políticos a um jornalista, que tem a maior audiência da região.
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Franklin Martins diz que imprensa tem “viés partidarizado”
Franklin Martins, o ministro-chefe da Comunicação Social do Governo Lula, apesar de não ter sido aceito por Dilma Rousseff, deixa sobre a mesa da presidente eleita um calhamaço sobre um pré-projeto de lei que contempla restrições à imprensa brasileira. Em longa entrevista aos jornalistas Sylvio Costa e Eduardo Militão, do portal Congresso em Foco, Franklin acusa o “viés partidarizado” e a má vontade de imprensa para com Lula, além de “jornalismo da pior qualidade”. E foi mais longe: “A imprensa precisa recuperar a credibilidade.
-“Um grande número de leitores não acredita mais no que o jornal diz. Muitas vezes os leitores perceberam que havia má vontade com o governo, desproporcional. E havia uma leniência com a oposição”. Os jornais distorceram números favoráveis ao governo e vão terminar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vendendo menos do que vendiam antes.
Segundo os jornalistas do Congresso em Foco, o Ministro diz que “o governo diariamente era derrotado de cinco a zero pelos jornalões”, quando ele chegou à Secom. Para enfrentar o que define como “posição contrária ao governo”, da parte da imprensa, o presidente Lula passa a falar mais com os jornalistas, contrapondo a visão oficial às versões de veículos “partidarizados”, que demonstravam “má vontade” com o governo. Citando os jornais O Globo e Folha de S. Paulo e a TV Globo, dá exemplos de coberturas, como a do acidente da TAM (em julho de 2007) ou do objeto atirado no tucano José Serra (durante a disputa presidencial), que, no seu entender, caracterizaram “agressão a qualquer manual de jornalismo”.

Ninguém nega que a imprensa foi dura com Lula, principalmente a partir do episódio do mensalão, quando o escândalo atingiu o núcleo duro do poder, e as denúncias seguidas de enriquecimento rápido de Lulinha. Lula chegou a acusar de golpistas quem divulgava matéria de denúncia de assuntos que polarizavam a opinião pública brasileira. Todavia, criar, a partir disso, fatos reais, um projeto de poder nem sempre baseado em princípios éticos, não pode e não deve ser motivo para um projeto de restrições à imprensa, seja ela nanica ou das grandes redes de televisão. Se a imprensa não tivesse arguido pertinaz e duramente as manobras de Lula, ele teria sido reeleito para um terceiro mandato. Dentro do padrão de republiquetas bolivarianas.
É importante ler e assistir todo o conteúdo da entrevista no Congresso em Foco.
