Governo quer “redução” voluntária de consumo de energia e vai dobrar valor da bandeira vermelha.

De Marlla Sabino e Anne Warth para o Estadão, editado.

O ministro de Minas e EnergiaBento Albuquerque, afirmou que o programa de redução voluntária voltado para consumidores residenciais iniciará a partir de 1º de setembro. O governo vai dar descontos nas contas de luz de consumidores residenciais que economizarem energia elétrica, como antecipou o Estadão/Broadcast.

A expectativa, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), é divulgar as regras da medida no início da próxima semana.

Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia de Jair Bolsonaro © Dida Sampaio/Estadão Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia de Jair Bolsonaro

“O programa está sendo estruturado e contará com definição de meta mínima de redução para concessão de crédito”, informou o ministério em nota distribuída à imprensa.

“Estamos avaliando a métrica para todos os consumidores. A ideia do programa é premiar aqueles consumidores que se esforçarem em reduzir a carga e, assim, contribuir para o aumento da segurança, da confiabilidade e do custo de geração”, disse o secretário de energia elétrica do ministério, Christiano Vieira, sem detalhar como será dado esse “prêmio” aos consumidores.

Ele afirmou que havia uma escassez bem caracterizada nos reservatórios localizados no Sudeste, considerado a caixa d’água do sistema elétrico, mas que as perspectivas de chuvas na região Sul não estão se concretizando. Durante entrevista coletiva, ele citou aprovação para aumentar a transferência de energia do Nordeste para Sudeste e Sul, para aproveitar a geração de usinas eólicas.

Para garantir o abastecimento de energia elétrica, o governo tem autorizado o acionamento de usinas termelétricas, até mesmo as mais caras. Segundo o secretário, hoje há usinas em uso que custam acima de R$ 2 mil por megawatts-hora (MWh).

O governo espera, segundo ele, que o programa de redução de consumo voluntário voltado para os grandes consumidores (como a indústria), e as demais iniciativas, sejam opções mais “econômicas”.

“Com economia voluntária, poderemos não colocar em operação usinas com custo acima de R$ 2 mil/MWh”, afirmou.

Apesar do incentivo financeiro para economia de energia, as medidas adotadas para evitar racionamento e apagões vão custar caro para o consumidor. Conforme mostrou o Estadão/Broadcastcálculos internos apontam a necessidade de que a bandeira vermelha nível 2, hoje em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), seja elevada para algo entre R$ 15 e R$ 20. Há ainda um cenário-limite de até R$ 25, mas é improvável que ele seja adotado. A bandeira para setembro será anunciada na sexta, 27. A bandeira vermelha 2 está vigente desde junho.

O governo ainda decretou a redução compulsória do consumo de eletricidade na administração pública federal. Órgãos e entidades deverão reduzir entre 10% a 20% o consumo de eletricidade de 1º de setembro a abril de 2022. Os órgãos deverão apresentar justificativas em casos em que não conseguirem atingir a meta de redução.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o ministro afirmou que “todos sabem que o custo da geração de energia tem aumentado em face da geração termelétrica”, mas descartou racionamento. “Isso tem que ficar muito claro”, afirmou.

Medidas

A bonificação para consumidores residenciais faz parte de uma série de ações que o governo busca para tentar evitar apagões em horários de pico, quando há mais demanda por energia.

Na segunda-feira, 23, o MME publicou as regras para o programa similar de redução voluntária do consumo de energia, mas voltado para grandes consumidores, como as indústrias. Em contrapartida, as empresas vão receber compensações financeiras.

Para possibilitar uma maior adesão ao programa, o governo acatou pleitos de agentes do setor e reduziu o lote mínimo de economia que as empresas devem oferecer de 30 megawatts médios (MWm) para 5 MWm. As propostas deverão ser apresentadas ao ONS e serão analisadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A medida valerá até 30 de abril de 2022.

Sem chuvas

Bento Albuquerque afirmou que as perspectivas de chuvas até o fim do período seco deste ano, meados dos meses de setembro e outubro, “não são boas no momento”. Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, 25, ele afirmou que os meses de julho e agosto registraram a pior quantidade de águas que chegaram nos reservatórios da série histórica.

“As perspectivas para o futuro que temos até agora, em termos de precipitação até o final do período seco, não são boas. Permanece com a perspetiva de menores precipitações até o final do período seco, até o final de setembro, outubro”, afirmou.

O ministro afirmou que o governo monitora o setor elétrico 24 horas por dia e que nesta semana foram realizadas reuniões importantes de forma extraordinária, do CMSE e da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG).

“Identificamos que os meses de julho e agosto foram os piores meses da série histórica de monitoramento do nosso setor elétrico. Particularmente, os reservatórios da região Sul, que corresponde a 10% da nossa capacidade de armazenamento e dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional como um todo. Isso evidentemente que causa consequência para a gestão hidroenergética do nosso sitema”, afirmou.

O País enfrenta a pior crise hídrica nos últimos 91 anos, com grave escassez nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas.

Na terça, 24, o Ministério de Minas e Energia (MME) admitiu, em nota, uma “relevante piora” no cenário hídrico do País e nas projeções para os próximos meses. O governo anunciou novas medidas para restringir o uso de água e afirmou ser “imprescindível” a adoção de todas as ações em andamento e propostas para garantir o fornecimento de energia.

Prepare o bolso: conta de energia ficará mais cara com retirada de subsídios

Os subsídios na conta de luz do consumidor vão ser reduzidos. O Diário Oficial da União traz hoje (28) um decreto assinado pelo presidente Michel Temer com o objetivo de reduzir gradativamente os descontos concedidos em tarifa de uso do sistema de distribuição e tarifa de energia elétrica, bancados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), paga por todos os consumidores.

“A partir de 1º de janeiro de 2019, nos respectivos reajustes ou procedimentos ordinários de revisão tarifária, os descontos serão reduzidos à razão de 20% ao ano sobre o valor inicial, até que a alíquota seja zero”, diz o decreto.

No último dia 19, o Ministério de Minas e Energia enviou à Casa Civil da Presidência da República a proposta de decreto para cortar alguns dos subsídios tarifários presentes na conta de luz. A CDE é uma espécie de taxa embutida na conta de luz que custeia programas sociais, descontos tarifários e empréstimos subsidiados para o setor.

Segundo o ministério, o objetivo da medida é retirar das contas de energia elétrica, pagas pelos consumidores de todo o país, benefícios a atividades considerados estranhos ao setor elétrico, como serviço público de água, esgoto e saneamento.

A proposta foi encaminhada pelo titular da pasta, Moreira Franco, que defende a eliminação desse tipo de subsídio como forma de reduzir os preços nas contas de luz.

“O decreto propõe uma transição de cinco anos para eliminação total dos benefícios considerados injustificáveis do ponto de vista setorial. De acordo com o decreto, a partir de janeiro de 2019, os benefícios serão reduzidos à razão de 20% ao ano, até sua extinção”, informou o Ministério de Minas e Energia, no dia 19.

O objetivo é também eliminar a cumulatividade de dois subsídios concedidos à irrigação e aquicultura na área rural, “que hoje permite que um mesmo beneficiado tenha acesso aos dois subsídios ao mesmo tempo”.

CDE

A Conta de Desenvolvimento Energético é um fundo setorial que concede benefícios a diversos grupos, como a tarifa social da baixa renda e o programa Luz para Todos; descontos para diversos grupos, como agricultores, irrigantes e empresas de saneamento; subsídios para produtores e consumidores de energias renováveis e para compra de carvão mineral; empréstimos subsidiados para distribuidoras da Eletrobras e compra de combustível para usinas termelétricas em regiões isoladas. Da Agência Brasil, com edição de O Expresso.

Se o caro eleitor tem dinheiro, sugerimos a instalação de placas de energia solar.

Se não tem dinheiro, a fabricação caseira de velas, lampião de querosene ou lampião de gás, sempre utilizando o mínimo possível.

O Governo está a fim de tirar o couro do consumidor. Vai piorar muito antes de você achar que melhorou.

Quando o governo vai derrubar a bandeira vermelha nas tarifas de energia?

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Apesar de uma melhora no nível dos reservatórios das hidrelétricas neste ano em relação ao ano passado, ainda não há uma definição do governo sobre a possibilidade de desligar as termelétricas que foram acionadas para garantir a oferta de energia para o país. O uso das usinas térmicas aumenta o preço da energia, refletido na aplicação da bandeira tarifária vermelha nas contas de luz de todos os consumidores.

Em agosto do ano passado, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou o desligamento de usinas térmicas com maior custo de geração. A medida foi proposta pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), devido à recuperação de parte dos níveis de armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo o Ministério de Minas e Energia, isso gerou uma economia de R$ 5,5 bilhões no segundo semestre de 2015 e permitiu que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reduzisse o valor da bandeira tarifária vermelha de R$ 5,50 para R$ 4,50 por quilowatt-hora consumidos.

Mas, de lá para cá, não houve nova determinação do CMSE para que outras térmicas fossem desligadas. Na reunião mais recente do grupo, há uma semana, foi determinado que ONS deverá continuar acompanhando as condições hidroenergéticas do Sistema Interligado Nacional para, em função da sua evolução, propor ao CMSE a definição da geração térmica necessária para a garantia do atendimento energético do país.

Particularmente, temo que a tal bandeira vermelha seja incorporada às tarifas de energia, à guisa de aumento, como foi feito com a famigerada CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, que nada mais é que um disfarçadíssimo confisco na economia popular. Parece claro que as chuvas abundantes no Sudeste-Centro Oeste ( 40% na capacidade dos reservatórios e no Sul (94% da capacidade dos reservatórios) são suficientes para o desligamento em cadeia das termelétricas.

A região Sudeste/Centro Oeste tem capacidade de geração de 205 mil Mega-watts mês, enquanto o Nordeste, o mais deprimido em termos de reservatórios (10% da capacidade) tem capacidade de geração de 52 mil mega-watts. As termelétricas estão concentradas no Nordeste, onde um período de 3 anos de chuvas ralas está sendo interrompido por este janeiro chuvoso.

O reservatório de Sobradinho, que tem capacidade de gerar mais de 50% da energia do Nordeste, está aumentando a razão de quase 1% por dia com as recentes chuvaradas.

 

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Aneel reduz teto da energia no mercado livre e medida deve beneficiar tarifa final do consumidor

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reduziu nesta terça-feira (25) o limite máximo do preço da energia no mercado de curto prazo, de R$ 822,83 para R$ 388,48. A mudança começa a valer a partir da primeira semana de 2015. O mercado de curto prazo vende energia a preços livres para as empresas de distribuição em casos emergenciais, como aconteceu neste ano, em que o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas baixou demais por causa da seca. Por isso, os preços deste mercado estavam altos.

A nova medida pode ajudar a reduzir o custo da tarifa energia elétrica para o consumidor final, já que grande parte das empresas distribuidoras precisou recorrer ao mercado de curto prazo para conseguir atender integralmente sua demanda neste ano, o que acaba impactando a conta de luz dos consumidores. Como o preço do mercado de curto prazo é mais caro, as distribuidoras tendem a repassar esse custo para a conta de luz de seus clientes. Continue Lendo “Aneel reduz teto da energia no mercado livre e medida deve beneficiar tarifa final do consumidor”

Energia vai custar 14,82% mais caro aos baianos a partir do dia 22

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (15) o reajuste tarifário da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba), com efeito médio de 14,82%. Para os consumidores conectados à alta tensão, o reajuste será de 16,04%. 
De acordo com a Aneel, o principal componente do reajuste foi o gasto com a compra de energia, que aumentou 7,68% em relação ao processo tarifário anterior. A Coelba atende a 5,4 milhões de unidades consumidoras no estado. 
Em novembro de 2012 já anunciávamos que 10 Gigawatts de energia estavam sendo gerados pelas térmicas. Veja aqui. Hoje as térmicas entram com 1/4 da produção brasileira de energia, gerando mais de 22 GW, com um custo acima de R$1.000,00 o kw/hora. Há poucos dias alertávamos que a média do custo da energia tinha subido 25% às distribuidoras. Portanto não se surpreenda com o tarifaço, marcado para os primeiros dias após as eleições (primeiro ou segundo turno).
Outro detalhe importante: nos novos preços continuam embutidos 45% de impostos, entre os quais 30% de ICMS, diligentemente recolhido pelo Governo do Estado.

As contas de energia, uma esfinge que vai continuar nos devorando

Desde o dia 24 de janeiro a tarifa de energia da COELBA deve ser cobrada a razão de R$0,32740 o kW/h. Mas não esqueça: na Bahia temos 27% de ICMS, 0,97 de PIS e 4,46 de CONFINS, além dos tais encargos setoriais (sei lá o que isto significa!) e da tal taxa de iluminação pública.

O Governo é sócio em mais de 36% das geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia, além da tarifa que você paga para a sua rua estar iluminada, o que nem sempre é efetivo.

De maneira que fica difícil, mesmo ao consumidor esclarecido, saber quanto vai reduzir a sua conta de energia. Sei que na minha conta de energia já paguei mais de 11.000 Kw/h, que a R$0,59 do valor cobrado antes do dia 24, inclusos impostos, daria R$6.490. Se nos próximos 3 anos tiver uma redução de 15% nesse valor, terei economizado algo como R$973,00. Isso seria muito bom.

Como sempre transparência em assuntos estatais é uma dificuldade absoluta, coisa que nem madame Almerinda é capaz de prever.

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O notável zelo da Aneel pelas distribuidoras.

É notável o zelo das agências reguladoras com as empresas reguladas. O aumento da tarifa da COELBA para os baianos já está autorizado e ajustado. A Coelba não está entre aquelas distribuidoras que faturaram 10 bilhões a mais nos últimos anos?  De quanto será esse reajuste num ano sem inflação e sem crescimento? O aumento do salário mínimo vai ser suficiente para pagar o reajuste? São perguntas que não querem calar, apesar da insistência em transparência zero do Governo e das agências reguladoras.