– Me fala uma coisa gostosa no ouvido.
– 16,38%.
– Assim você me mata…
– Agora é tua vez, Cármen.
– Terceirização.
– Uau!!! Assim eu não durmo hoje.
De Paulo Magalhães, no twitter.

De Paulo Magalhães, no twitter.

Todos nós temos a certeza de que a terceirização de serviços essenciais, de obrigação precípua do Governo, como a custódia de presidiários só tem um motivo: o alargamento da bitola do propinoduto.
Fazer concurso e contratar funcionários impede o fluxo de dinheiro para as campanhas eleitorais. Como cobrar propina de funcionários contratados?
Melhor licitar uma grande empresa, por um preço absurdo e locupletar-se com os agrados e gorjetas dos empresários.
Na Bahia, o Governo do Estado já realizou três licitações para a administração do Presídio Provisório de Barreiras. E até agora, nada.
Faça o concurso, Governador; treine o pessoal e esqueça essa terceirização por um bom tempo.
Estão avançando com celeridade, em municípios do Oeste, os contratos de terceirização de pessoal e de gestão de serviços de saúde com organizações do terceiro setor. O primeiro contrato de terceirização de mão de obra foi feito em Luís Eduardo Magalhães. Depois, vieram os municípios de Cotegipe e Santa Rita de Cássia. Agora, comenta-se que Barreiras tem licitação marcada (o site da transparência da Prefeitura não faz referência) e um dos mais sérios candidatos seria o INTS – Instituto Nacional de Amparo à Pesquisa, Tecnologia, Inovação e Saúde. A instituição já tem uma filial instalada na cidade, à rua Floriano Peixoto, 296.
Sem entrar no mérito das vantagens aos Municípios na terceirização de serviços, a verdade é que já aconteceram problemas de monta com OSCIPs, ONGs, cooperativas, além de outras instituições do terceiro setor, nessa relação íntima com atividades meio e atividades fim dos Municípios, a verdade é que sempre as prestações de contas são complicadas, ao menos aos olhos do Tribunal de Contas dos Municípios. O exemplo da rejeição das contas de Jusmari Oliveira e a prestação de contas da OSCIP ISO é emblemático.
Não conhecemos a performance, a qualidade dos serviços e as vantagens financeiras dessas contratações, mas ao menos em um município, Serra, no Espírito Santo, o INTS e a Prefeitura Municipal sofreram representação do Ministério Público, tanto por participação em licitação com “graves indícios de ilegalidade”, como por outros detalhes do contrato de terceirização. Diz o Ministério Público:
“Tais apontamentos corroboram com o entendimento que não foram respeitados os recursos dos licitantes agindo a comissão com celeridade exagerada ao desfecho do certame sem atentar-se aos princípios da administração já citados e principalmente ao direito de defesa dos participantes.”
Veja o inteiro teor (68 páginas) da representação do Ministério Público de Contas clicando no link.
Os presos que se dedicarem à leitura de obra literária, clássica, científica ou filosófica poderão ter as penas, em regime fechado ou semiaberto, reduzidas. A cada publicação lida, a pena será diminuída em quatro dias. No total, a redução poderá chegar a 48 dias em um ano com a leitura de até 12 livros, de acordo com a Portaria 276 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
De acordo com a Agência Brasil, as normas preveem que o detento terá o prazo de 21 a 30 dias para a leitura de uma obra literária disponibilizada na biblioteca de cada presídio federal. Ao final, terá que elaborar uma resenha que será analisada por uma comissão de especialistas em assistência penitenciária. O participante do projeto contará com oficinas de leitura.
A comissão avaliadora também observará se as resenhas foram copiadas de trabalhos já existentes. Caso sejam consideradas plágio, o preso perderá automaticamente o direito de redução de sua pena.
Como dizem os gaúchos, esta me fez cair os butiás do bolso. Então teremos condenados premiados pela leitura, quando na realidade o acesso a livros deveria ser um premio ao bom comportamento dos presos?
Pergunta-se: por que ninguém está preocupado com o trabalho, voluntário ou obrigatório, durante o cumprimento das penas, depois da devida alteração constitucional?
Por que ninguém está preocupado com a terceirização dos presídios, já que o Estado não tem capacidade de investir?
Por que ninguém está preocupado com o aumento do índice de cumprimento dos mandados de prisão, seja na fase de inquérito judicial, seja depois de condenados?
O Brasil é um país de justiça rala, benevolente e ineficaz. E mesmo depois de feita a Justiça, o Estado, leniente, não cumpre suas determinações.