Ministério da Agricultura diz que aquecimento global gera ‘prejuízo econômico incalculável’

Do Estadão, por Lauriberto Pompeu

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento se manifestou nesta segunda-feira, 9, sobre as informações indicadas pelo Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU (IPCC), que apontam que o ritmo do aquecimento global está mais acelerado do que o imaginado.

“Cenários de aumento de seca, chuvas mais intensas, aumentos ou diminuição de temperatura podem levar a perdas de produção e comprometer diretamente a segurança alimentar nacional e global, gerando prejuízos socioeconômicos incalculáveis”, afirmou, por meio de nota, a pasta comandada por Tereza Cristina.

Tereza Cristina, ministra da Agricultura © Marcelo Camargo/Agência Brasil Tereza Cristina, ministra da Agricultura

A Terra está esquentando mais rápido do que era previsto e se prepara para atingir 1,5ºC acima do nível pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do que era esperado. Com isso, haverá eventos climáticos extremos em maior frequência, como enchentes e ondas de calor, indica o relatório da ONU.

“O documento traz cenários preocupantes de mudanças do clima, evidenciando ainda mais a vulnerabilidade do setor. Ressaltamos que o setor agropecuário é um dos mais vulneráveis à mudança do clima”, disse o ministério.

A pasta afirmou que trabalha na mitigação de emissão de gases do efeito estufa no setor agropecuário. O ministério também mencionou a iniciativa da Carne Carbono Neutro.

Já o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Joaquim Leite, declarou apenas que o País não vai mudar as metas de emissão de gás carbônico. “O compromisso brasileiro é uma meta percentual de redução de emissões frente ao ano base de 2005 e, por ser de longo prazo, não foi e não deve ser alterada a cada revisão metodológica”, declarou a pasta.

“Ela é uma das mais ambiciosas entre os países em desenvolvimento, por abarcar a economia como um todo e apresentar metas intermediárias”, completou.

A diminuição nas emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa pode limitar as ameaças dessas mudanças climáticas. Caso contrário, alguns dos efeitos diretos para países como o Brasil serão secas mais frequentes e a queda na capacidade de produção de alimentos.

Na gestão do presidente Jair Bolsonaro, o número de focos de incêndios em regiões como Amazônia, Pantanal e Cerrado disparou. Em 2020, o Cerrado brasileiro, assim como o Pantanal, registraram as piores queimadas já captadas pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Ministra da Agricultura diz que Bolsonaro perdoará dívidas do FUNRURAL

Uma das principais demandas do setor, o projeto que perdoa as dívidas de produtores com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) – contribuição previdenciária de produtores e empreendimentos rurais – está em estudo pelo governo de Jair Bolsonaro. Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o presidente “tem se posicionado a favor de fazer o perdão” dos débitos – o que teria impacto estimado em cerca de R$ 17 bilhões nas contas públicas.

— Existe um grupo estudando, porque tem que estar no orçamento (…) Não é uma decisão do Executivo sozinho. Precisa saber como pode ser feito, se é por medida provisória, e encaminhar ao Congresso. Aí é o congresso que precisa entender que é uma pauta importante do agronegócio brasileiro e votar a favor. E o presidente com certeza não vetará, se ele mandar a medida provisória é porque ele tem certeza que não acarretará na Lei de Responsabilidade Fiscal — disse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (7).

De acordo com Tereza Cristina, inicialmente, a ideia é fazer uma nova prorrogação para a renegociação das dívidas para que esse estudo seja feito. O último prazo terminou em 31 de dezembro e não foi estendido pelo ex-presidente Michel Temer devido a “impedimentos legais”.

Uma das principais demandas do setor, o projeto que perdoa as dívidas de produtores com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) – contribuição previdenciária de produtores e empreendimentos rurais – está em estudo pelo governo de Jair Bolsonaro. Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o presidente “tem se posicionado a favor de fazer o perdão” dos débitos – o que teria impacto estimado em cerca de R$ 17 bilhões nas contas públicas.

— Existe um grupo estudando, porque tem que estar no orçamento (…) Não é uma decisão do Executivo sozinho. Precisa saber como pode ser feito, se é por medida provisória, e encaminhar ao Congresso. Aí é o congresso que precisa entender que é uma pauta importante do agronegócio brasileiro e votar a favor. E o presidente com certeza não vetará, se ele mandar a medida provisória é porque ele tem certeza que não acarretará na Lei de Responsabilidade Fiscal — disse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (7).

De acordo com Tereza Cristina, inicialmente, a ideia é fazer uma nova prorrogação para a renegociação das dívidas para que esse estudo seja feito. O último prazo terminou em 31 de dezembro e não foi estendido pelo ex-presidente Michel Temer devido a “impedimentos legais”.

— O governo anterior não fez (a prorrogação) teve impedimentos legais para isso, porque entrava no mandato do novo presidente e então não pode ser prorrogado até 30 de março, o que era pedido pelo setor — explicou a ministra.

No início de dezembro, a Câmara dos Deputados aprovou pedido de urgência na tramitação do projeto que trata do perdão das dívidas do Funrural. Com a decisão, o texto pode ser votado diretamente no plenário da Casa, sem passar pelas comissões permanentes.

O governo anterior não fez (a prorrogação) teve impedimentos legais para isso, porque entrava no mandato do novo presidente e então não pode ser prorrogado até 30 de março, o que era pedido pelo setor — explicou a ministra.

No início de dezembro, a Câmara dos Deputados aprovou pedido de urgência na tramitação do projeto que trata do perdão das dívidas do Funrural. Com a decisão, o texto pode ser votado diretamente no plenário da Casa, sem passar pelas comissões permanentes. O texto é do portal Gaúcha/ZH.

O Presidente da República mantém um olho no gato e outro no peixe. Sabe que se negar o perdão do passivo do Funrural se indispõe com a bancada ruralista, amplamente majoritária na Câmara, com mais de 300 deputados na última legislatura.