A energia já está 25% mais cara. Só que o consumidor ainda não sabe.

apagaoOs problemas de energia elétrica no País podem se agravar ao longo deste ano, mesmo que ainda chova muito até o fim do verão. Primeiro: as termoelétricas, que rodam a todo vapor, estão custando US$2,5 bilhões por mês e, como não existe almoço grátis, o consumidor doméstico e os grandes consumidores industriais vão pagar a fatura logo a seguir. O mercado livre ou spot está alcançando patamares explosivos de preço e isso tira mais da pouca competitividade da indústria brasileira. Uma constatação: se o consumidor brasileiro economizasse 5% da energia consumida atualmente, essa conta das térmicas cairia para US$700 milhões por mês.

Agora, questiona-se o futuro próximo: enfrentaremos um apagão aos moldes de 2001? As redes de distribuição vão poder transferir energia de locais, como a Amazonia, onde existe fartura, para o sudeste e nordeste onde a situação é crítica?

Para o consumidor caseiro, uma informação relevante: só o standby, aquelas luzinhas dos computadores, da TV e de outros aparelhos eletrônicos, se desligado poderia economizar 15% na conta doméstica. É importante: a energia já está cara, cerca de 25% a mais do que estamos pagando, só que ainda não soubemos. A surpresa virá junto com as contas futuras */*-/. As informações são de Paulo Pedrosa, presidente da ABRACE, e de Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, em entrevista concedida a Miriam Leitão em programa da Globo News.

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Economia do horário de verão é anulada pelo uso das térmicas

Diferentemente dos anos anteriores, o horário de verão, que está em vigor desde 20 de outubro do ano passado e acaba à meia-noite deste domingo (17) em dez Estados do país, deixou de reduzir gastos com energia porque o governo precisou manter a capacidade de funcionamento das usinas termelétricas a pleno vapor para evitar o racionamento de energia.  Em 2012, o governo deixou de gastar R$ 160 milhões com as térmicas durante o horário de verão.

O horário de verão economizou 2.477 megawatts (MW) no período de pico (entre as 18h e as 21h) nos Estados onde foi implementado, número equivalente a 4,5% da demanda máxima nos três subsistemas onde a mudança de horário vigorou, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira (15) pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

Se as termelétricas não estivessem ligadas no período, essa redução significaria uma economia de R$ 200 milhões em energia, mas como elas continuaram a todo vapor, a isso o governo chamou de “despesa evitada”. Isso porque a economia de energia proporcionada pelo horário de verão contribuiu para a recuperação dos reservatórios do sistema, mas não para a economia de energia.

Com gasto médio de 250 MW de energia no período do horário de verão, a redução do consumo de energia foi incorporado aos ganhos de armazenamento no período e, valorizados por um custo médio de geração térmica.

Essa redução de 250 MW/med representa 0,5% da carga dos subsistemas envolvidos e equivale a 8% do consumo mensal da cidade do Rio de Janeiro, mais 10% do consumo mensal de Curitiba, somados a 2% do consumo mensal de Palmas, por exemplo.

Histórico

Por causa do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas registrado nos últimos meses, o governo teve que acionar as térmicas, que produzem energia mais cara e são mais poluentes. Atualmente, 14 mil megawatts de energia térmica estão acionados.

As usinas termelétricas devem continuar em funcionamento pelo menos até abril, declarou o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética ), Maurício Tolmasquim, na semana passada.

Segundo Tolmasquim, a situação dos reservatórios das hidrelétricas está se normalizando. “Está chovendo o que se esperava, está uma situação boa, mas mesmo assim devemos manter as térmicas funcionando”. Ele explicou que as térmicas funcionam como um seguro, e seu acionamento garante que não haverá problema de desabastecimento.

Buriti valeu esperar