A tragédia continua.

Um pouco depois da 1 hora da madrugada de hoje, 16, já se falava em mais de 610 mortes na região serrana do Rio de Janeiro. Algumas fotos da Agência Nacional, da AP e dos portais IG e Terra dão uma noção do que foi a tragédia. Ontem à tarde chovia forte novamente, sinal que a calamidade pode seguir ainda por alguns dias.

Enquanto o tempo não consertar, o acesso de áreas isoladas é praticamente impossível, porque as máquinas não conseguem trabalhar.

Espera-se que a maior tragédia por inundações resulte em ensinamentos à gestão pública, tais como ordenamento de uso do solo, prevenção de inundações e melhores condições de trabalho e coordenação da defesa civil.

Felipe Werneck e Paulo Sampaio,   de O Estado de São Paulo, relatam que militares do Exército, usando máscaras cirúrgicas, ajudaram a sepultar [ontem],  cerca de 50 corpos ainda não reconhecidos da tragédia em Nova Friburgo no cemitério municipal Trilha do Céu, no bairro de Conselheiro Paulino.

Carregados por militares da quadra da escola de samba Unidos da Saudade, no Centro, na manhã de sábado os primeiros 20 caixões lotaram três caminhões de transporte de tropa. O comboio seguiu por ruas da cidade com uma escolta da Polícia Militar e faria uma nova viagem até o centro para buscar os outros caixões. Enquanto isso, funcionários da prefeitura cavavam outras 200 covas rasas na Trilha do Céu.

O coordenador do Ministério Público em Nova Friburgo, Hedel Nara Ramos, explicou que todos os 50 corpos ainda não reconhecidos foram identificados por impressões digitais e fotografias. Os seis corpos, em estado avançado de decomposição, em que não foi possível recolher digital, nem fazer foto, tiveram material genético colhido para futuro reconhecimento.

Dos 50 corpos que seriam levados para o cemitério, pelo menos três foram reconhecidos no local por parentes e enterrados em jazigos privados depois do velório. O apoio do Exército foi solicitado pelo promotor. Segundo ele não haverá sepultamento em cova coletiva.

“Não podemos permitir que isso ocorra até pela dignidade das pessoas e também porque perderíamos completamente o controle para futuros reconhecimentos.

Friburgo já contabiliza 264 mortos. “Temos a convicção de que há muitas famílias ainda soterradas, inclusive de um ex-prefeito do município, mas não conseguimos ainda chegar a estes locais”, explicou o promotor.

Após o enterro da manhã, 15 soldados do Exército seguiriam para auxiliar outro grupo de 30 homens que tentava resgatar corpos no bairro de Campo do Coelho. Segundo um coronel que coordenava os trabalhos, os corpos seriam levados diretamente para a Trilha do Céu.


Já são mais de 280 mortos pela chuva no Rio de Janeiro. É um cenário de guerra e a chuva não cessa.

 

Foto de Vanderlei Almeida, da AFP, para a Folha

 

Enquanto ontem pela manhã contavam-se 60 mortos e 40 desaparecidos, no início da madrugada de hoje, 13, já eram mais de 280 mortos nos deslizamentos de terra e grandes enxurradas na região serrana do Rio de Janeiro, principalmente nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. Os prejuízos materiais são incalculáveis. Defesa Civil, bombeiros, Marinha e Exército estão coordenando as buscas e o atendimento aos desabrigados.

Foto de Paulo Whitaker, da Reuters, para a Folha de São Paulo.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a prefeitura de Teresópolis informa que 130 pessoas morreram. A Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil dizem que são 107 mortos em Nova Friburgo, entre eles três bombeiros.

Mais de 1.000 homens dos Bombeiros, Defesa Civil e prefeituras trabalham nos regastes nas três cidades. Nove helicópteros, sendo 7 do Estado e 2 da Marinha, ajudam nas operações.

Os trechos da BR-116, entre Teresópolis e Além Paraíba, e BR-495, entre Petrópolis e Teresópolis, estão interditados. Vários pontos da BR-040 estão com tráfego em meia pista e com desvios. Na RJ-116 também há trechos atingidos por deslizamentos.

Hoje, 13, em torno das 18 horas, as vítimas passavam de 500. No entanto, estatísticas não oficiais dizem que os desaparecidos ultrapassam a cifra de 500. Já é a maior tragédia dessa natureza no País e só o prefeito de Teresópolis estima que os danos causados às obras públicas sejam maiores que 800 milhões de reais. A chuva continua, ainda que com menor intensidade e uma grande frente fria está estacionada no sudeste.

Após tragédia, Governador cria, rápido, um plano.

O número de vítimas em consequência das chuvas no Rio de Janeiro chegou a 229 neste domingo (11), segundo o Corpo de Bombeiros. No Morro do Bumba, em Niterói, foram resgatados até agora 36 corpos e a previsão é que haja mais 150 mortos pelo deslizamento da última quarta-feira (7). Niterói acumula um saldo de 146 vítimas.
O governador Sérgio Cabral esteve hoje à tarde no Morro do Bumba e anunciou que vai investir R$ 1 bilhão para a construção de moradias. Os recursos fazem parte dos cerca de R$ 5 bilhões do Tesouro Nacional que serão destinados a obras para a Copa do Mundo de 2012 e para as Olimpíadas de 2016.

Também será criado um Plano Diretor de Remoção de Famílias em áreas de risco, com quatro níveis de classificação: azul, baixo risco; amarelo, risco médio; vermelho, alto risco; e preto, altíssimo risco. Nas comunidades classificadas como risco preto a remoção das famílias será imediata. A previsão é que o plano fique pronto na próxima quarta-feira (14).
“Tenho certeza de que com esse dinheiro, mais os recursos do Minha Casa, Minha vida, mais o que as prefeituras podem fazer individualmente, além do Plano de Remoção, nós vamos conseguir, num espaço médio de tempo, dar uma solução para esse problema nas milhares de moradias em áreas de alto risco no estado do Rio de Janeiro”, disse o governador.

No município do Rio, 63 pessoas morreram por causa dos temporais e cerca de 5 mil estão desabrigadas. Também foram registradas mortes em São Gonçalo (16), Petrópolis (1), Paracambi (1), Magé (1) e Nilópolis (1).

Todos sabemos quem são os culpados pela tragédia do Rio.

Se os governos do Estado e da cidade do Rio de Janeiro não conseguem ordenar a ocupação das encostas, fazer drenagem profunda e superficial com a dinheirama toda dos royaltes do petróleo, imagine se faltar esse dinheiro. Os 8 bilhões dos royaltes perfazem 20% do orçamento. Além disso, o governador tem apoio integral do Governo Lula. E se não tivesse? Prepare-se para a próxima chuva:os favelados imolados na bagunça da gestão atual serão no mínimo o dobro. A combinação de pobreza com administradores incompetentes e demagógicos é pólvora pura.

Já são mais de uma centena as vítimas da chuva no Rio.

Resgate de vítima no Morro do Prazeres, no Rio Comprido. Rio de Janeiro, 06/04/2010. Sequência de fotos de Marcos de Paula/AE - Clique nas fotos para ampliar.

Voltou a chover forte em vários pontos do Rio de Janeiro, onde pelo menos 101 pessoas morreram vítimas do temporal. Foi a maior enchente que a cidade já viu, segundo o prefeito Eduardo Paes. Em menos de 24 horas, foram 288 milímetros de precipitação, contra os 245mm das chuvas de 1966, que assolaram a cidade. Para quem não é agricultor, uma informação: 288 milímetros equivalem a 288 litros por metro quadrado, ou 28 centímetros de chuva em toda a superfície. O pior é que as previsões meteorológicas prevêem mais chuva até esta quinta-feira. As informações são do jornal O Globo.

O temporal que atingiu o estado do Rio deixou um saldo de 95 mortos, a maioria soterrada. O balanço parcial foi divulgado ontem (6) pelo Centro de Operações do Corpo de Bombeiros, que corrigiu para 101 o número de feridos. Há informações sobre desaparecidos, mas os números são imprecisos.

Do total de vítimas, o município de Niterói foi um dos mais afetados e contabiliza 48 mortos. Na cidade do Rio são 35. Já as cidades de São Gonçalo, Nilópolis e Paracambi, na Baixada Fluminense, têm 11 mortos. Em Petrópolis uma pessoa morreu.

O temporal foi o maior desde 1966, segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Naquele ano, o índice pluviométrico foi de 245 milímetros, enquanto que nas últimas chuvas o nível chegou a 288 milímetros. A chuva provocou pontos de alagamentos, deslizamentos de terras, quedas de árvores, deixando ruas submersas. A Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul, um dos principais cartões-postais da cidade, transbordou.

Os aeroportos da cidade do Rio fecharam ontem à noite e só voltaram a operar nesta manhã. Passageiros foram alojados em hotéis. Nas estradas, a situação também foi complicada. As principais estradas de acesso ao Rio, como a Via Dutra, Linha Vermelha e Avenida Brasil registraram pontos de alagamento e retenções, sendo que a Ponte Rio-Niterói ficou fechada por mais de uma hora pela manhã.

Bairros ficaram sem luz. A Light chegou a recomendar que as pessoas não usassem os elevadores. A concessionária trabalha com 60% do efetivo para normalizar o fornecimento. Há ainda trechos de ruas de vários bairros sem energia.

O sistema de transporte público sofreu várias interrupções e muitas pessoas permaneceram até a madrugada de hoje nas ruas esperando para voltar para casa. Ao longo do dia, as barcas que unem o Rio a Niterói voltaram a operar normalmente, assim como os trens metropolitanos, que tiveram ramais suspenso. O metrô funciona com intervalo irregulares e os ônibus urbanos estão com a frota reduzida.

Por causa dos transtornos e dos inúmeros chamados de emergência, as autoridades recomendaram que as pessoas não saíssem de casa. O centro do Rio ficou vazio. Agências bancárias e lojas não abriram e serviços públicos funcionaram parcialmente. A Polícia Militar reforçou o policiamento em “pontos-chaves” para evitar assaltos a motoristas parados no trânsito.

Em um dos bairros mais afetados, o Maracanã, a Confederação Brasileira de Vôlei adiou o jogo da Superliga feminina, que seria realizado hoje no Ginásio do Maracanazinho. No Estádio do Maracanã, que amanhã (7) recebe jogo da Taça Libertadores, a equipe limpa túneis de acesso ao campo, que ficaram alagados.