Na capital do País, madames ficam sem faxineiras, empresários sem secretárias e condomínios sem porteiros.
Após assembleia realizada neste domingo (7), mais de 11 mil motoristas e cobradores de ônibus decidiram entrar em greve geral a partir desta segunda-feira. A paralisação começou a meia noite do domingo e afeta mais de um milhão de passageiros no DF.
A assembleia, que durou cerca de uma hora e meia, deliberou sobre as reinvindicações da categoria. Os rodoviários alegam que as operadoras do sistema não estão dispostas a conversar sobre as exigência de motoristas e cobradores
Os rodoviários pedem 20% de reajuste salarial e de 30% no tíquete refeição, além de plano de saúde familiar. Segundo o diretor do sindicato, José Carlos, as empresas ofereceram 8,38% de reajuste nos salários, o que não é suficiente para a categoria. Hoje o salário de um motorista de ônibus é de R$ 1.928 e de um cobrador de R$ 1.008.
Os rodoviários decidiram descumprir decisão judicial do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que concedeu limiar neste sábado (6) em favor das empresas de ônibus e determinou que 70% da frota circule em horário de pico e 50% nos horários de menor movimento. Em caso de descumprimento, foi estipulado multa de R$ 100 mil.
Com a greve, ônibus que atendem nas cinco bacias não vão sair das garagens das empresas. São elas: São José, Piracicabana, Marechal, Pioneira e Urbi.
Para amenizar o impacto da greve, o DFTrans (Transporte Urbano do Distrito Federal) elaborou um plano emergencial apresentado às companhias. A estratégia prevê, com base no percentual de ônibus exigido pelo TRT, que as principais linhas aquelas que ligam as regiões administrativas circulem, todos os dias, por pelo menos 18 horas (das 5 às 23 horas). Para garantir que isso ocorra, as rotas de menor fluxo podem ser reduzidas. Além disso, as viagens deverão ser realizadas pelos ônibus de maior capacidade das frotas, como os veículos articulados.
Na tarde desta quarta-feira, 12, o prefeito de Barreiras, Antonio Henrique, acompanhado de secretários municipais e do deputado estadual eleito Antonio Henrique Júnior, assinou, após homologação, o contrato com a empresa vencedora da primeira Licitação Pública de transporte coletivo da história do município. A licitação ocorreu no último dia 4 de novembro em sessão aberta ao público na Câmara Municipal, e teve como vencedora a Viação Cidade de Barreiras.
De acordo com o contrato, a empresa terá concessão para operar o serviço de transporte coletivo urbano, rural e distrital de passageiros pelo prazo de 20 anos. A partir de agora, a Viação Cidade de Barreiras deverá cumprir a proposta apresentada na licitação.
“A assinatura do contrato inicia uma nova etapa entre o gestor e o concessionário, no caso a Viação Cidade de Barreiras, que inclui a aquisição de uma nova frota de ônibus, incluindo 35 veículos zero quilômetro, para oferecer uma comodidade que até então não foi ofertada na cidade. Com isso, ganha o gestor do município, ganha a população e ganha a empresa, que poderá ofertar um serviço com maior segurança e qualidade para os usuários”, declarou o presidente da empresa, José Maria.
Para o prefeito Antonio Henrique, esse é um momento histórico, uma vez que em 123 anos de emancipação político administrativa, é a primeira vez que o município realiza uma licitação para o transporte público.
“É uma data histórica para a cidade. Eu me sinto muito satisfeito com isso, por ser o primeiro prefeito a assinar essa concessão pública em nosso município. Essa transformação no sistema de transporte é de grande responsabilidade, tanto do gestor público como da concessionária autorizada a prestar o serviço, que deve oferecer um serviço público de qualidade, com ônibus novos e uma série de melhorias que virão para o cidadão de Barreiras”, afirmou o prefeito.
Ao final do ato de assinatura, o prefeito afirmou que detalhará em entrevista coletiva, a ser realizada na manhã desta quinta-feira, 13, todo o processo de implementação do novo sistema de transporte público.
Após assembleia no auditório do Sinergia, na Sete Portas, na tarde desta quinta-feira (22), os rodoviários decidiram que vão entrar em greve na próxima terça-feira (27). Segundo a classe, a paralisação é por tempo indeterminado e começará a partir das 00h.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, despreocupa a população sobre uma possível parada dos ônibus a qualquer momento, como aconteceu em São Paulo, nesta semana. “A nossa classe é ordeira e não queremos atrapalhar a população, somente garantir nossos direitos. Será a maior greve dos rodoviários que Salvador já viu”, afirmou o presidente.
Durante um café com amigos na praça central da cidade, nesta terça-feira, entre 19 e 20h30m, tivemos oportunidade de contar: passaram 6 ônibus da nova cessionária dos serviços de transporte de Luís Eduardo Magalhães, que transportavam um total de 4 passageiros. Um passou com 2 passageiros, outros dois ônibus com um passageiro cada e três veículos sem nenhum passageiro. Como portavam as luzes internas e os letreiros de destino acesos, acredita-se que não estavam sendo recolhidos à garagem. Alguém que entenda de transporte público e não seja apenas uma pitonisa que nem Madame Almerinda, poderia nos esclarecer: no que isso vai resultar? Em subsídios por parte do Município ou renúncia de contrato da cessionária?
Como dizia o filósofo popular, “tudo na vida é passageiro, menos motorista e cobrador”.
O prefeito Humberto Santa Cruz anunciou hoje a entrada em operação, neste domingo, da empresa vencedora da licitação do transporte público, a Stadtbus, de Santa Cruz do Sul, RS. Junto com o gerente de implantação da Empresa, Zaqueu Orgiarini, Humberto falou sobre diversos assuntos relacionados com o deslocamento dos eduardenses, como a necessidade de coibir a ação de táxis e vans clandestinas e a adequação paulatina da operação da empresa à demanda dos passageiros.
Tarifa: sem garantias
O Prefeito anunciou a tarifa que será cobrada pela empresa nas linhas urbanas, algumas bastante longas, como aquela que percorre os bairros Jardim das Oliveiras, Jardim das Acácias, Santa Cruz até o distrito industrial: R$2,00. Na verdade, a tarifa inicial seria de R$1,80, conforme o estabelecido no edital de licitação, mas como o processo levou mais de um ano, já houve correção de valores em abril deste ano. Se mantido o mesmo índice de correção, a passagem custaria, em abril de 2014, acima de R$2,20. Humberto não dá garantias que essa tarifa vá permanecer por muito tempo nesses valores e provavelmente será aumentada novamente em abril. Quanto ao transporte clandestino, que hoje tem até 8 carros em operação em bairros mais distantes como o Jardim das Oliveiras, o Prefeito referiu-se vagamente a uma “mudança da cultura” dos usuários, “que devem preferir os ônibus legalizados aos táxis coletivos e vans ilegais”.
Stadtbus em Cachoeirinha: operar com prejuízo está fora dos planos.
Para incrementar o uso do ônibus, o que permitiria a viabilidade da tarifa atual, o Prefeito prometeu uma campanha pelo pagamento, por parte dos empresários, do vale transporte, previsto na legislação trabalhista. Prometeu também melhorar os abrigos dos pontos de parada, em parceria com empresas especializadas, que usando verbas de propaganda minorem o custo de construção e manutenção. A empresa manterá inicialmente 5 linhas urbanas e 3 linhas na zona rural.
Apesar de classificar a tarifa como uma das mais baratas do País, o Prefeito sabe que a empresa não vai operar com prejuízo. Um exemplo disso é a notícia publicada ontem, no site ClicTribuna, de Cachoeirinha, na região Metropolitana de Porto Alegre, onde a empresa pede, com a intervenção do Ministério Público, o aumento da tarifa em 100%, de R$2,45 para R$4,90, já que a perspectiva de 450 mil passageiros/mês, prevista em edital de licitação, não passou de 220 mil, prejudicada exatamente pelo transporte alternativo como acontece hoje em Luís Eduardo Magalhães. Veja a matéria “Stadtbus amarga prejuízo e situação está insustentável”, clicando no link.
Travessia da BR para pedestres e ciclistas
Outro assunto relacionado com a mobilidade urbana é a travessia da BR 242, após a inauguração, com trânsito intenso em quatro pistas. O principal obstáculo para o trânsito de pedestres e ciclistas na rodovia, além do trânsito, são os aterros construídos, que exigirá de crianças e velhos alguma intimidade com as técnicas de alpinismo. Humberto, no entanto, aponta com o projeto da grande passarela do Santa Cruz como solução e de outras duas passarelas, que ele não soube precisar onde estariam localizadas e quando seriam construídas. O que não deixa de caracterizar um certo otimismo por parte do Prefeito, já que ele não pode ou não deve esperar que ciclistas e pedestres desloquem-se até 2 ou 3 quilômetros na rodovia para poder acessar uma passarela. Na realidade, está sendo criada a profissão de toureador baiano, em que os pedestres se desviarão, com habilidade inaudita, de carros e caminhões na BR. A sugestão de que o Prefeito propugnasse, junto ao DNIT, a combinação de redutores eletrônicos de velocidade com faixas de segurança e escadas e pequenos pontilhões nos aterros das pistas, parece não ter sido bem recebida. “Eu sei que se começar a morrer gente na rodovia, o culpado será o Prefeito”, disse, como se alertasse a si mesmo sobre o perigo.
Plano diretor e centros comerciais
Instado por jornalistas presentes à coletiva de imprensa, Humberto discorreu sobre a instalação de shopping comercial na cidade: “Estamos fazendo, através de empresa terceirizada, um novo plano diretor para a cidade. Um shopping altera profundamente o bairro onde estiver localizado, com aumento de demanda de vias de trânsito e de infraestrutura urbana. Só teremos a autorização para a instalação de centros comerciais de porte depois do estudo do impacto sobre o bairro onde for alocado e na cidade como um todo”.
A Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães informa que o processo licitatório de concessão do serviço de transporte coletivo urbano deste município foi finalizado em (04/10/2013), com a contratação da licitante vencedora, STADTBUS TRANSPORTES LTDA., para a prestação do serviço pelo prazo de 10 (dez) anos.Os estudos técnicos e de engenharia de tráfego que embasaram o processo licitatório levaram em conta todas as necessidades e características locais, bem como a perspectiva de crescimento do município nos próximos anos.
Vale lembrar que Luís Eduardo Magalhães caracteriza-se pelo seu acelerado crescimento urbano e populacional, o que, além de dificultar o acompanhamento pelo Poder Público exige frequentes ajustes nas estruturas físicas e viárias do município, e como consequência no pleno atendimento da demanda de transporte e deslocamento tanto da zona urbana quanto rural.
Assim, o prazo inicialmente previsto para o início da operação (12/11/2013) teve de ser adiados em alguns dias, tendo em vista a necessidade desta municipalidade em finalizar as adequações necessárias às rotas, sinalização e novos pontos de parada que surgiram enquanto perdurou o processo licitatório. Estes ajustes nas condicionantes técnicas são necessários para a realização das vistorias dos veículos, expedição das Ordens de Serviço e o pleno atendimento às necessidades da operação.
Por fim, considerando que o transporte dos cidadãos é um serviço público e, portanto, não sujeito a interrupções, a Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães assegura que o serviço continuará sendo prestado pela atual empresa permissionária até que sejam finalizados os ajustes citados e a nova empresa possa iniciar sua operação em (24/11/2013).
Sistema Tiradentes em São Paulo. Provado que funciona bem.
As denúncias da multinacional Siemens sobre superfaturamento em obras do metrô paulista, o descarrilamento de uma das composições do metrô acontecido hoje e o grande engarrafamento acontecido hoje, quando as autoridades de trânsito de São Paulo resolveram criar mais uma faixa exclusiva de ônibus, na avenida 23 de Maio, são três fatos que tem profunda interação.
A primeira conclusão que se chega é que os governos são maus gestores da chamada mobilidade urbana. E que a corrupção é componente crucial dessa conjuntura. Porque São Paulo e outras capitais brasileiras não têm os chamados VLT – Veículos Leves sobre Trilho, de custo baixíssimo em relação ao metro? Porque os metrôs acabam ficando inacabados como em Salvador? Porque o metrô de Brasília, por exemplo, construído há menos de 2 décadas, já não atende a demanda?
Enquanto isso, Curitiba, uma das capitais que mais cresce no Brasil, onde nunca foi feito um centímetro de metrô, tem um sistema de transporte coletivo satisfatório, o BRT – Bus Rapid Transit, que foi implantado, a partir da experiência paranaense, até em outros países.
Os VLTs, pelo seu baixo impacto nas cidades, e as canaletas exclusivas de ônibus, com estações elevadas e ar condicionado, embarque rápido por até 3 portas, baixíssimo custo, são comprovadamente as ferramentas mais provadas para o transporte público no País.
Por que, então, ônibus sujos, barulhentos, lotados, de difícil acessibilidade e de confiabilidade duvidosa? Seria porque as empresas de transporte coletivo são os maiores contribuintes das campanhas eleitorais?
Em Curitiba, onde tudo começou, os bi-articulados e as estações elevadas, onde se paga a passagem antecipadamente. Ideias simples, baixo custo, racionalidade.
Bogotá: sistema desenvolvido pela empresa de Jaime Lerner, a mesma que o implantou em Curitiba.
Quando falamos aqui que o transporte público, estopim do motim em todo o País, além de ser de péssima qualidade e caro, financiava as campanhas políticas, a informação ficou no ar, porque efetivamente a caixa preta da corrupção não deixa provas. Leiam porém o que a coluna Panorama Político, de Ilimar Franco, em o Globo, de ontem, 22, fala sobre o assunto:
“Governadores, prefeitos e tribunais de contas não podem mais fugir da raia. Os lúcidos cobram a abertura da caixa-preta do transporte. Empresas do setor são doadores de campanha. Para ilustrar, um secretário estadual relatou que em 2005, em São Paulo, o subsídio às empresas de transporte era de R$ 240 milhões. Este ano será R$ 1,2 bi. O subsídio cresceu cinco vezes em oito anos.”
A facilidade com que o dinheiro público viaja por empresas “prestadoras de serviços públicos” direto para o bolso dos políticos é impressionante.
No Rio de Janeiro, descobriram que 47% do transporte público está nas mãos do sogro do Governador. Assim, direto, sem intermediários.
O problema do transporte público em Luís Eduardo Magalhães parece prolongar-se indefinidamente. Em agosto de 2012, foi feita uma nova licitação pela Prefeitura Municipal e, a partir daí, vencedores e vencidos entraram com recursos contra a decisão do órgão gestor. A nova tarifa contemplaria uma combinação de subsídios e investimentos por parte do órgão concedente. A tarifa atual dos ônibus está, há seis anos, estabelecida em R$1,30, para enfrentar percursos superiores, em alguns casos, a 20 km, o que parece ter desinteressado os atuais operadores.
No último aumento, o óleo diesel, principal insumo do transporte, custava R$1,80, portanto quase 30% menos que agora, quando está em R$2,35 nas bombas.
O antigo prefeito subsidiava o transporte público com concessão de vale transporte para funcionários públicos e para escolares. O primeiro foi abolido e o segundo transferido para as frotas exclusivas de transporte escolar.
Além disso, a maioria dos empresários de Luís Eduardo prefere fornecer transporte aos seus funcionários. E aqueles que não fornecem, não pagam o vale transporte porque os funcionários possuem meios de locomoção, como motos e carros.
A verdade é que com as marchas e contramarchas, Luís Eduardo teve o transporte público substituído por táxis e moto-táxis clandestinos, que cobram tarifas acima de R$3,00 dos usuários.
Uma cidade que caminha célere para os 100 mil habitantes não pode e não deve prescindir de um bom transporte público.
O edital para a nova concessão de serviços de transporte público em Luís Eduardo deverá ser publicado no dia 15 de maio. Foi a conclusão que se chegou na audiência pública realizada ontem no Promati.
Um empresário do ramo afirmou ontem que a demanda está tão pulverizada entre moto-táxis e táxis coletivos que será difícil uma proposta que tenha as mesmas bases monetárias atuais, com a passagem a R$1,30.