Caminhoneiros fecham rodovias em Luís Eduardo. Amanhã, bloqueio total.

rod 1Os caminhoneiros e agricultores da Região Oeste da Bahia amanheceram hoje com três postos de bloqueio nas BRs 020 e 242, em Luís Eduardo Magalhães. Durante o dia de hoje, os comitês estarão liberando, de duas em duas horas, o tráfego de caminhões. Mas amanhã bloqueiam completamente as rodovias. Carros pequenos, ônibus e carros de serviço de emergência serão liberados. Os bloqueios estão instalados na BR 242 em frente ao recinto da Bahia Farm Show e, após a Bunge, no final da duplicação; na O20 estão instalados junto ao posto 020.

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A situação econômica/financeira dos transportes rodoviários é realmente trágica: um caminhão 7 eixos (bi-trem) circula com 37 toneladas, recebendo R$100,00 por tonelada até o porto de Aratu e, com sorte, mais R$50,00 por tonelada no retorno, com o mesmo peso. Fatura bruto, portanto, R$5.550,00. Mas gasta só de óleo diesel mais do que a metade: entre 1.000 e 1.100 litros, aos preços de hoje entre R$2.890,00 e R$3.179,00. Além disso paga cerca de 7% sobre o valor do frete em impostos, R$388,50, pedágio, estacionamento no parque de triagem e gasta aproximadamente R$0,17 de desgaste dos pneus por km, em torno de R$340,00 por viagem.

Para aqueles que têm caminhões mais antigos, a oficina custa caro. Para os caminhões novos, prestações de 7 a 8 mil reais por mês. Se contabilizar ainda custo de alimentação, a conta dá negativa, com certeza. A conclusão é que caminhoneiros autônomos e frotistas estão pagando para trabalhar. Talvez por isso, uma de suas reivindicações mais fortes seja a prorrogação das dívidas de aquisição dos caminhões e o rebaixamento dos preços do diesel.

Os fretes praticamente não são reajustados há 4 anos, enquanto o diesel praticamente dobrou de preço.

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AGORA SÃO OITO ESTADOS COM ESTRADAS BLOQUEADAS

Caminhoneiros mantêm a paralisação em rodovias brasileiras na manhã desta terça, dia 24. Desde a última quarta, 18, eles bloqueiam diversas rodovias federais e estaduais em aos menos sete Estados num protesto contra, entre outras reivindicações, o reajuste do diesel, que impacta diretamente os valores do frete.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registra que hoje há bloqueios em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Bahia e Santa Catarina. Ontem, 30 rodovias foram paralisadas em sete Estados. No Rio Grande do Sul, a produção já sente as consequências dos bloqueios. O maior frigorífico do Estado deixará de sacrificar 3 mil suínos na hoje. A ração deixou de ser entregue e animais têm comida para mais dois dias. Na última quinta, 19, um caminhoneiro carregado de matrizes com destino a Pelotas tentou furar o bloqueio e foi tombado e saqueado. O motorista está em estado grave. Os protestos também se refletem na produção leiteira. Uma cooperativa que recolhe o leite de produtores de 34 municípios da Região Noroeste suspendeu a coleta.

Em Santa Catarina, os bloqueios estão causando prejuízos para as agroindústrias e para os produtores de leite de Campos Novos a São Miguel do Oeste, prejudicando o deslocamento de cargas em toda a região. O abastecimento de combustíveis em Mato Grosso já está impactado. Se o transporte de grãos sofrer um atraso considerável no calendário, o impacto pode ser grande, já que vai coincidir com o transporte da safra de milho na metade do ano.

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GOVERNO REAGE AOS BLOQUEIOS COM AÇÃO NA JUSTIÇA

Com objetivo de suspender os bloqueios das rodovias federais em sete estados, promovidos por caminhoneiros que reivindicam, entre outras medidas, a redução nos preços dos combustíveis, a Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu nesta terça-feira entrar na Justiça Federal com um pedido de liberação das rodovias bloqueadas. De acordo com a AGU, a medida tem o apoio do Ministério da Justiça, por meio da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional.

As ações, segundo a AGU, foram ajuizadas nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O órgão informa ainda que pediu a autorização da Justiça para que o Poder Público possa adotar “medidas necessárias para garantir a circulação nas pistas e a fixação de multa de R$ 100 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar o tráfego”.

Nas ações, as procuradorias regionais da União argumentam que “os bloqueios aumentam os riscos de acidentes e ameaçam a segurança de todos que precisam utilizar as rodovias, além de provocar graves prejuízos econômicos ao impedir que cargas, muitas delas perecíveis ou perigosas, cheguem ao destino”.

 

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Bloqueios dos rodoviários já ocasionam falta de combustíveis em Sta. Catarina

Seis pontos de bloqueio em Santa Catarina. Reprodução de imagem da RBS TV
Seis pontos de bloqueio em Santa Catarina. Reprodução de imagem da RBS TV

Pelo quinto dia consecutivo, caminhoneiros bloqueiam rodovias no Oeste de Santa Catarina. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), havia seis pontos de interdição em três rodovias federais até as 10h30 deste domingo (22). Não há previsão para que o protesto, que iniciou na quarta-feira (18), termine.

Os manifestantes reivindicam melhores condições nas rodovias da região e protestam contra o aumento no valor de combustíveis. Conforme Vilmar Bonora, integrante da comissão que organiza o movimento em São Miguel do Oeste, cerca de 300 caminhões estão parados no acostamento da BR-282.

Os caminhoneiros estão bloqueando inclusive caminhões tanque, o que já ocasiona falta de combustível em grande parte do Estado. Caminhões distribuidores de ração para aves e suínos tem passagem permitida.

Os pontos de bloqueio neste domingo ocorrem nas cidades de São Miguel do Oeste, Maravilha, Nova Erechim e Xanxerê.

Na BR-163, a manifestação é no km 101 em São José do Cedro e na BR-158, no km 109 em Cunha Porã. Com informações do G1.Globo, editadas.

No Oeste baiano, as paralisações estão marcadas para a próxima terça-feira, na BR 242, próximo a Luís Eduardo Magalhães.

Brasil investe muito pouco em rodovias.

Diz o jornalista Cláudio Humberto, hoje, em seu portal de notícias, que a CNT – Confederação Nacional dos Transportes fez um levantamento sobre investimentos em rodovias nos chamados países emergentes, os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China): a China investe anualmente 10% do seu PIB em rodovias. A Rússia, 7%, a Índia, 8%. O Brasil? Só 0,42%.

O que o jornalista não afirma, é que deste percentual é necessário descontar 50% que vai para a corrupção e para os projetos de poder do atual ‘establishment’ no País.