Região do Recôncavo já sofreu 15 abalos sísmicos

Por  Diego Vieira e Luiz Felipe Fernandez, para o bnews

Desde os primeiros abalos sísmicos que assustaram a população de São Miguel das Matas e diversas outras cidades da Bahia, a região já registrou ao menos 15 tremores.

Os de maior magnitude foram registrados no domingo, entre às 7h30 e 8h30, e um deles alcançou a marca de 4.2 na escala Ritcher. Nesta terça-feira (1°), o prefeito Zé Renato (PDT) relatou que foram sentidos outros tremores nos últimos dias, mas todos de menor proporção do que os do fim de semana, que causaram rachaduras e danificaram cerca de 50 casas na zona rural da cidade.

Na noite desta segunda-feira (31), o prefeito participou de uma live com o Dr. Paulo Luz, da Superintendência da Defesa Civil, que tranquilizou a população. Ele lembrou que o evento pode não ser comum, mas não tem nada de “sobrenatural”.

Em conversa com o BNews, Zé Renato reforçou que equipes da Prefeitura estão à disposição dos moradores de São Miguel das Matas, para prestarem assistência médica e psicológica, já que muitas pessoas estão sensibilizadas com os recentes tremores.

Ele afirmou que será decretada situação de emergência na cidade.

Para a medição e acompanhamento da atividade sísmica no local, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) irá ceder sismógrafos, que são instrumentos que registram as vibrações da terra, para a cidade.

A terra treme de novo em Montes Claros

montes2Mais um tremor de terra atingiu na manhã hoje (18) o município de Montes Claros, em Minas Gerais. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ainda não há informações sobre feridos e os chamados recebidos pela corporação são relativos apenas a pequenas rachaduras, principalmente em residências.

O soldado plantonista do Corpo de Bombeiros em Montes Claros Alexandre Freitas disse, em entrevista à Agência Brasil, que moradores de diversos bairros sentiram o tremor por volta das 7h20. Ele explicou que o órgão aguarda avaliação do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) para saber a intensidade do tremor.

“Ainda não temos um levantamento preciso sobre as ocorrências porque as equipes estão na rua, fazendo vistorias juntamente com a Defesa Civil do município. Ainda não sabemos exatamente a intensidade, mas estamos trabalhando com a hipótese de todos os bairros terem sentido o tremor”, disse.

O bancário Frederico Pereira, 30 anos, morador do bairro Cidade Nova, região sul da cidade, disse que acordou com o abalo. “É uma sensação muito estranha, de desconforto e descontrole sobre a situação. É como se alguma coisa estivesse passando por baixo da terra e a gente não pode fazer nada”, relatou.

Segundo ele, no entanto, a sensação não foi pior do que a do fim do ano passado, quando foi registrado o último tremor na cidade mineira, em 19 de dezembro.

“Daquela vez foi pior porque dois tremores foram sentidos durante a madrugada e, com tudo escuro, houve desespero e pânico. A sensação de impotência foi maior e muita gente, no meu prédio mesmo, desceu com colchão, foi dormir dentro dos carros”, disse.

Antes disso, o último sismo em Montes Claros havia sido registrado em 15 de novembro, de 2,3 graus na escala Richter, considerado de intensidade fraca. O maior abalo já registrado no município atingiu 4,2 graus, em 19 de maio deste ano.

No fim do ano passado, a prefeitura de Montes Claros informou que 174 tremores de terra de magnitudes fraca a moderada foram contabilizados na cidade no período de julho a dezembro de 2012.

Atualmente, nove sismógrafos monitoram a ocorrência de tremores de terra em Montes Claros, sendo cinco equipamentos da Universidade de São Paulo (USP) e quatro da UnB.

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A terra treme, agora em Goiás.

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília registrou tremor de terra no município de Mara Rosa, no norte de Goiás, neste domingo (13). Na vizinha Mutunópolis, também se percebeu o fenômeno. Na mineira Montes Claros, houve relatos de moradores, porém sem confirmação técnica.

Nenhum desses eventos está relacionado aos terremotos ocorridos no Japão, garante o professor Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório. “Os tremores de Mara Rosa são decorrentes daquele sismo de magnitude 5 que aconteceu no dia 8 de outubro (de 2010)”.

Uma estação sismográfica do Observatório foi levada para a região, a fim de registrar microtremores para descobrir a extensão da falha geológica que gera estes efeitos. “Aquele primeiro produziu trincos, rachaduras, destelhamentos de casas. Os danos não foram maiores porque as fazendas são de boa qualidade. Foi sentido a 300 quilômetros de distância, em Goiânia. Em Brasília, assustou muita gente, evacuaram prédios”, relata Barros.

Mara Rosa já sofreu com “umas 500 réplicas talvez”, estima. A maioria dos tremores não é sentida por seus habitantes, que só percebem os fenômenos de grau 2 em diante. Informações do portal Terra.

Está afastada a hipótese de tsunami, mesmo porque, em Goiás, a grande onda só poderia ser composta de um grande volume de pequi.