Treze pessoas – sete em prisão preventiva – são acusadas de constituir organização criminosa, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva envolvendo licitações em 14 municípios entre 2013 e 2018: Ilhéus, Valença, Wenceslau Guimarães, Ibirapitanga, Camamu, Ubaitaba, Ituberá, Maraú, Igrapiúna, Piraí do Norte, Ibirataia, Ubatã, Nazaré e Eunápolis
Operação Sombra e Escuridão. O Ministério Público Federal (MPF) Polo Ilhéus/Itabuna (BA) ofereceu denúncia, no dia 8 de fevereiro, contra treze pessoas por formação de Organização Criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva. O grupo está relacionado ao desvio de aproximadamente R$ 30 milhões por meio de empresas irregulares e de diversas ilegalidades em licitações e contratos públicos.
Uma quadrilha especializada na venda ilegal de armas e munições foi desarticulada, na manhã desta quarta-feira (1º), nos municípios de Itabuna e Ubaitaba, Sul do estado. Ao todo, 11 pessoas acabaram presas durante a Operação Pelagius, realizada pelas 6ª e 7ª Coordenadorias Regionais de Polícia do Interior (Coorpins/Itabuna e Ilhéus). Além disso, uma grande quantidade de armas e cerca de 10 mil munições foram apreendidas.
Deflagrada de forma simultânea em ambas nas duas cidades, a operação cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão por tráfico de munição e drogas, além de homicídios. As investigações apontaram que os empresários Geci dos Santos Rocha e Delci dos Santos Rocha, irmãos presos em flagrantes, forneciam munição em larga escala para traficantes de drogas que agiam em toda a região, principalmente na localidade conhecida como Morro dos Macacos, em Itabuna.
De acordo com nota divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), além dos comerciantes, a polícia cumpriu mandados de prisão contra Flávio Ribeiro Cruz, o ‘Painho’, Fabiano Ribeiro Cruz, o ‘Terror’, José Sidinei Santos Silva, Zanata Andrade Teles, Juliano Aguiar de Oliveira, Gustavo Mesquita Matos da Paz, ou ‘Playboy’, Pedro José Nascimento da Silva, o ‘Pedrinho’, Idaiane Pereira de Jesus, ou ‘Daí’ e Ianna Caroline Alencar Teles.
Arsenal O titular da 6ª Coorpin, delegado André Aragão, afirmou que foram encontrados em um veículo e em um ponto comercial pertencentes aos criminosos seis rifles calibres 12, 21, 22 e 23, nove espingardas calibres 12, 20, 28, 36 e 38, duas espingardas de pressão calibres 4.5 e 5.5, revólveres calibre 38 e seis pistolas calibre 380.
As munições e cartuchos apreendidos foram: 675 para armamento de calibre 36, 700 munições para calibre 38, 526 para calibre 38, 680 para calibre 12, 1.565 para calibre 32, 728 para calibre 20, 558 para calibre 28, 2.800 para calibre 22, 100 para calibre 24, 390 para calibre 25, 273 munições para arma de calibre 16, 63 para calibre 30, 210 para calibre 765, 150 munições para calibre 44.4, cinco munições para calibre 944, 58 para calibre 28/70, oito para calibre 36/762, 77 para calibre 44/40 e 50 para calibre .40. (Correio24horas)
O vereador no dia da sua prisão em flagrante com 300 kg de drogas
Do G1/Bahia com fotos das redes sociais
O vereador Messias Aguiar (PMDB), 34 anos, da cidade de Ubaitaba, no sul da Bahia, foi recebido com festa, passeata e trio elétrico após sair da cadeia, depois de passar quatro meses preso por ter sido encontrado com com quase 300 kg drogas.
A informação sobre a soltura do vereador foi passada ao G1 pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Conforme o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a defesa do vereador conseguiu um habeas corpus para que o edil responda pelo crime de tráfico de drogas em liberdade. Ele deve começar os trabalhos na Câmara de Vereadores de Ubaitaba na quarta-feira (15).
O vereador conversou com o G1 por telefone logo após deixar a prisão. Ele disse que foi vítima de uma armação e afirmou que vai provar a inocência na Justiça.”Nunca foi minha aquela droga, nem sei quem é o dono daquela fazenda [onde o material apreendido foi encontrado]. Tenho certeza que vou provar minha inocência”, disse.
Messias Aguiar afirmou ainda que no dia da prisão estava na zona rural de Ubaitaba, com mais de 100 eleitores, e que a droga foi apreendida em outra cidade. A versão da polícia é de que o material foi encontrado em uma fazenda que pertence ao vereador. Ele, no entanto, nega.
“Eu estava festejando [a vitória na eleições] com mais de 100 eleitores em uma estrada de chão. Não aconteceu como foi divulgado e vou provar”, relatou o vereador.
Posse Mesmo preso, o vereador Messias Aguiar (PMDB) tomou posse do cargo no dia 13 de janeiro. Ele teve autorização judicial para deixar a unidade prisional e chegou à Câmara em uma viatura, algemado e com o uniforme usado pelos detentos. Já no local, Messias colocou um paletó sobre a roupa para tomar posse.
Na ocasião, o edil foi recebido com aplausos pela população e ainda deu risada durante a cerimônia. Messias foi preso um dia após ter sido eleito vereador no município de Ubaitaba. Ele foi o segundo mais votado na cidade, com 571 votos.
Logo após a cerimônia, o vereador Messias Aguiar voltou sob escolta para o Conjunto Penal de Valença. No dia 5 de janeiro deste ano, Messias Aguiar foi diplomado para o cargo mesmo sem ter sido solto. A diplomação ocorreu por meio de procuração e foi autorizada pela Justiça Eleitoral.
O prazo para posse do vereador seria encerrado no dia 15 de janeiro. Caso o documento não fosse assinado, o suplente iria ocupar o cargo.
Prisão De acordo com a Polícia Militar, a prisão do vereador Messias Aguiar ocorreu após denúncia anônima, no dia 3 de outubro, em uma fazenda localizada na zona rural de Ubaitaba. Com o suspeito, a polícia encontrou 270 kg de maconha, 2 kg de cocaína, uma balança de precisão e sacos plásticos para embalar a droga.
Conforme a PM, durante a abordagem policial, Messias Aguiar negou que a fazenda fosse dele, mas confessou a posse das drogas. No entanto, o advogado do vereador, Rogério Andrade, disse que o cliente é inocente e que não tem relação com o tráfico de drogas. “Aconteceu uma apreensão em um município e ele foi preso em outro. Ele nega a acusação e vai ser absolvido”, disse o advogado.
Em nota, à epoca da prisão, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que o vereador recém-eleito teve a campanha financiada pelo tráfico de drogas da região.
Conforme o delegado Evy Paternostro, que comanda a 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Ilhéus), embora sem passagens pela polícia, o vereador já havia sido denunciado por participação no tráfico de drogas do município.