
O Governador, o Ministro da Saúde e o Prefeito.
O governador do Estado, Jaques Wagner, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, inauguraram ontem, 14, a primeira Unidade de Pronto Atendimento do Oeste baiano e apenas a quarta de todo a Bahia. O equipamento atenderá, 24 horas por dia, até 150 pacientes de tratamento de baixa e média complexidade, com a concorrência de 80 profissionais de saúde. O investimento do Governo Federal é da ordem de R$1 milhão e a construção do prédio foi feita sob a gestão da Prefeitura Municipal.
O local abrigará uma recepção, laboratório de análises clínicas, sala de raio X, sala de nebulização, seis leitos de observação e mais dois leitos para os pacientes mais graves. A unidade contará com médicos especialistas em clínica geral, pediatria e traumato-ortopedia e atenderá a toda a população que normalmente se dirigia à unidade Gileno de Sá, no centro da cidade. O custeio da unidade será por conta da administração municipal, com verbas oriundas do Governo Federal.
Revoada de políticos
Dada a proximidade das eleições, o evento contou com a presença de inúmeros políticos, entre eles, os deputados estaduais, Cacá Leão, Mário Negromonte Jr. e Kelly Magalhães; o deputado federal Oziel Oliveira; o senador Walter Pinheiro; o vice-governador Otto Alencar; o presidente da Assembléia, Marcelo Nilo; e os pré-candidatos de Barreiras, Antonio Henrique, Paê e Regina Figueiredo. Esteve presente também o bispo dom Josafá Menezes, da Diocese de Barreiras.

Claques Patrocinadas
O tom da festa foi dado pelas claques patrocinadas, conduzidas pelos políticos pré-candidatos ao recinto da comemoração, que vaiavam, ao ser citado um político adversário ou aplaudiam com gritos histéricos o seu candidato e patrocinador. Moral da história: ninguém conseguiu discursar direito, mesmo que aos gritos, pois a patuléia interrompia com urros e xingamentos.
Antes dos discursos começarem, o próprio Governador pediu pacientemente: “Aplaudam o seu candidato de preferência e fiquem quietos quando seu adversário falar”. Nada disso aconteceu: a baixaria continuou e o próprio deputado Oziel Oliveira, que certamente levou o maior número de adeptos, acabou protestando: “Exijo respeito, sou deputado federal e fui prefeito desta cidade”. Tomou uma vaia densa durante todo seu discurso.

As claques vibram: um espetáculo antes deprimente do que efetiva demonstração de democracia.
Quem é o dono?
Outro ponto baixo da festa, foi a apropriação, pelos políticos presentes da realização da obra. Oziel Oliveira chegou a mostrar ao público e também distribuiu folhetos com o pedido da obra ao Governo Federal. Humberto fez a obra em tempo recorde, mas ficou bem mais de um ano esperando pelos equipamentos da UPA, numa demonstração clara de que a política do Governo Federal em relação à saúde anda bem devagar. Isso é claramente demonstrado pelo fato de um município com mais de 70 mil habitantes, caminhando celeremente para 80 mil e com incremento da população de 14% ao ano, ficou 12 anos esperando por um simples pronto-socorro. Um hospital com capacidade de intervenções de alta complexidade seria um bom motivo para festejos. Ao povo não interessa quem é o dono da saúde, desde que receba bons serviços, já que é o único pagador na qualidade de contribuinte.
O Governo Federal deveria ter, no mínimo pejo, de inaugurar uma obra tão pouco significante, com tanta festa, quando a saúde pública é uma das maiores calamidades do início deste século. A saúde no País é, efetivamente, serviço destinado a poucos privilegiados, como se viu há pouco com o acometimento de doença maligna da atual Presidenta, do ex-presidente Lula da Silva e de seu vice-presidente José Alencar.


UPA: quase dois anos esperando pelos equipamentos do Governo Federal

Regina, Tonhão, Paê e o bispo Dom Josafá.
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