Exportação de uva deve crescer 25% em projeto da Codevasf no semiárido baiano

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A exportação de uva produzida no projeto público de irrigação Maniçoba, gerido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Juazeiro (BA), deve chegar a 12 mil toneladas este ano – um aumento de cerca 25%, em relação ao ano passado. A expectativa é dos próprios produtores. O cultivo da fruta no projeto é todo voltado para o mercado externo. No ano passado, a produção foi de aproximadamente 9 mil toneladas nos lotes empresariais e familiares, atingindo um valor bruto de cerca de R$ 20 milhões.
 
“Para este ano, temos perspectiva de um aumento de cerca de 15% na produtividade do projeto”, ressalta Valter Matias de Alencar, gerente-executivo do Distrito de Irrigação de Maniçoba (DIM). Segundo ele, além do clima favorável, um outro fator que está propiciando o aumento é a produção em áreas novas que este ano atingiram produtividade plena. “A expectativa dos empresários do projeto é que a produtividade seja de 30 a 35 toneladas por hectare”, afirma Alencar.
 
A uva cultivada no projeto público de irrigação Maniçoba é direcionada para exportação. “Uma boa parte vai para o mercado norte-americano e para a Europa. Tem também uma pequena janela de exportação para o Japão. Mas a maior parte vai mesmo é para a Europa”, explica Alencar. A fruta produzida na região tem um sabor intenso e que é muito apreciado pelos europeus. Por isso, o foco para as vendas são países como Inglaterra, Alemanha e Holanda.
 
O projeto público de irrigação Maniçoba fica localizado na rodovia BA 210, a 35 km do centro de Juazeiro, Bahia – onde está sediada a 6ª Superintendência Regional da Codevasf. O projeto foi implantado pela Companhia na década de 1980. Nele, vivem e trabalham mais de 600 famílias, instaladas em 238 lotes familiares e 80 empresariais. Entre as principais culturas, além da uva, estão a manga e a cana-de-açúcar. Em 2015, o valor bruto de produção foi de R$ 129 milhões.
 
Comércio em alta
 
O Vale do São Francisco foi o principal responsável pelas exportações de uva no Brasil no ano passado, contribuindo com aproximadamente 99,87% do volume (34,3 mil toneladas) e 99,78% do valor bruto de produção total (U$ 72,1 milhões). Os estados de Pernambuco e Bahia são os principais exportadores, com 26,6 mil toneladas e U$ 55,5 milhões, e 7,6 mil toneladas e U$16,5 milhões, respectivamente.
 
O valor vem aumentando gradativamente ao longo dos anos, conforme informações da Associação de Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), embora tenha sido observada uma queda nas exportações de uva nos anos de 2009 e de 2014. No entanto, em 2015 o volume voltou a crescer, indicando uma nova tendência de aumento. 
 
Segundo dados divulgados pela Valexport, nos próximos três meses a previsão é que 20 mil toneladas de uva sejam comercializadas para o exterior. A expectativa é que a exportação da fruta movimente U$ 72 milhões. Só para os Estados Unidos, por exemplo, espera-se um crescimento de 10% nas exportações. 
 
Destaque entre as culturas
 
Cerca de 251 mil toneladas de uva foram produzidas, em 2015, nos projetos públicos de irrigação geridos pela Codevasf em Pernambuco, Bahia e Minas Gerais, representando um valor bruto de produção de R$ 895 milhões. O desempenho coloca a viticultura como a atividade que mais se destaca nessas áreas devido ao rendimento elevado e à qualidade dos frutos produzidos. 
 
Segundo dados da Área de Gestão de Empreendimentos da Irrigação da Codevasf, nos projetos públicos de irrigação mantidos pela empresa o resultado positivo pode ser observado pela evolução dos números em relação ao ano de 2014: a produção aumentou em 20%; o valor bruto de produção cresceu aproximadamente 42% e a área cultivada também foi ampliada em 8%, passando de 5,6 mil hectares em 2014 para 6,1 mil hectares em 2015.
 
“Além disso, o rendimento médio da cultura da uva nos projetos públicos de irrigação passou de 42,53 toneladas por hectare, em 2014, para 42,84 toneladas por hectare em 2015. Esse aumento na produtividade provavelmente pode ser atribuído ao melhor manejo e tecnologia adotados pelos produtores da região”, explica Andréa Rachel Sousa, gerente de Apoio à Produção da Codevasf. 
 
A viticultura nos projetos públicos de irrigação da Codevasf é explorada por pequenos, médios e grandes produtores. O custo variável médio de produção fica em torno de R$ 48 mil por hectares, com rendimento bruto em torno de R$ 140 mil por hectare. Embora a margem seja alta, o principal custo ainda está na implantação do pomar no primeiro ano de cultivo, que fica em torno de R$ 120 mil por hectare. 
 

Existem mais de oito variedades de uva exploradas no Vale do São Francisco, sendo que algumas estão voltadas para o mercado externo. A variedade Itália (Bicane x Moscatel de Hamburgo) ainda é a mais cultivada, e por isso sujeita a oscilações de mercado. No entanto, outras variedades são produzidas: dentre as uvas com semente estão a Benitaka e a Red Globe, e entre as sem semente estão Crimson, Thompson e Festival.

Apoio da Codevasf à apicultura garante renda em meio à seca no semiárido  

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As ações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) voltadas para a inclusão produtiva no semiárido baiano ajudaram a transformar Campo Alegre de Lourdes no município que hoje contabiliza a maior produção de mel do Norte do estado. São cerca de 260 famílias em 45 comunidades produzindo, em média, 40 kg de mel por colmeia.
Os investimentos de cerca de R$ 4,4 milhões feitos pela Codevasf na atividade da apicultura daquela região beneficiaram também produtores familiares dos municípios vizinhos de Pilão Arcado, onde 191 famílias produzem mel em 38 comunidades, e Remanso, onde 181 famílias de 27 comunidades rurais são contempladas com as ações.
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No total, a região norte da Bahia registra uma produção de mais de 20 mil toneladas de mel por ano, gerando renda para centenas de famílias que antes dependiam da agricultura de subsistência e que se encontravam em situação de extrema vulnerabilidade social, sobretudo em razão da seca prolongada.

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Eduardo Salles: falta d’água coloca em risco 240 mil empregos

Eduardo Salles em Sobradinho - Cozinha Show

Afirmação do deputado Eduardo Salles, sobre os irrigantes que dependem do lago de Sobradinho, hoje com apenas 18% de sua capacidade:

“Na mesma época do ano passado, o volume útil do lago era de mais de 50%. Nunca vi uma situação tão dramática.” E ratifica:

“Os números são assustadores e as providências tem que ser imediatas. Ele lembrou ainda que, somente no Vale do São Francisco, cerca de 240 mil empregos em mais de 120 mil hectares irrigados movimentam toda a economia da região, que está ameaçada nesse momento.”

Vale do São Francisco: sem chuvas, mas com inundações.

As chuvas na cabeceira do Rio São Francisco, em Minas Gerais, estão provocando enchentes no sertão baiano. No povoado de Bem Bom, distrito de Casa Nova (BA), mais de 100 produtores de feijão e milho já foram prejudicados. O nível da água subiu e inundou mais de dois quilômetros de extensão, às margens do Rio.

O problema se agrava, porque os agricultores vivem duas situações extremas: o excesso e a falta de água ao mesmo tempo. Na região não houve chuvas o suficiente para poder plantar na área segura e por isso os produtores resolveram plantar às margens do rio, na área de vazante, correndo o risco de alagamento, o que de fato aconteceu. Do blog Nordeste Rural.

Vale do São Francisco poderá ser polo de produção de vinhos.

Menos de uma semana depois de importantes contatos feitos no Rio Grande Sul, durante a Fenavinho, na cidade de Bento Gonçalves, com cooperativas e produtores de uva e de vinhos, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, visitou diversas pequenas propriedades produtoras de uvas e pequenas vinícolas no Norte da Itália, iniciando conversações que têm o objetivo de transformar a região do Vale do São Francisco no Vale dos Vinhedos do Nordeste, e de mudar a realidade da Chapada Diamantina.

Salles, que acompanha o governador Jaques Wagner em uma missão comercial à Itália, também visitou, a convite, uma das propriedades da família Valduga, que está se instalando em Juazeiro com uma moderna indústria para a produção de sucos, geléias e espumantes.

A atração de investimentos do Rio Grande do Sul e da Itália pode ser uma das importantes possibilidades tanto para a região do Vale do São Francisco como para a Chapada Diamantina, gerando milhares de empregos. O secretário Eduardo Salles acredita que pode ocorrer uma nova onda de imigração italiana e migração gaúcha para a Bahia, a exemplo do que aconteceu no Oeste baiano e na região de Jaguaquara.

Especialistas na produção de uvas e de vinhos analisam que filhos de agricultores italianos e descendentes que já estão na região de Bento Gonçalves, para implantar pequenas propriedades e vinícolas, onde as terras são caras e não há mais para onde expandir, podem vir para o Vale do São Francisco e para a Chapada. Também no norte da Itália as terras são caras e praticamente todas as áreas estão ocupadas, inviabilizando a expansão das propriedades.

Além da disponibilidade de terras agricultáveis, a Bahia tem competitividade muito grande devido a possibilidade de mecanização e de duas safras durante o ano. A área plantada de uva na região de Juazeiro é de 12 mil hectares, mas pode ser dobrada ou triplicada, superando os 27 mil hectares do Rio Grande do Sul.

Na região do Vale do São Francisco existem hoje 120 mil hectares de fruticultura irrigada, que geram aproximadamente 240 mil empregos, fato que torna a fruticultura em uma das maiores empregadoras entre as cadeias produtivas da agropecuária. Com esta nova imigração italiana e migração gaúcha será possível gerar milhares de empregos na região do Vale do São Francisco e na Chapada, agregar valor, e colocar estas regiões num circuito internacional do enoturismo mundial.

Segunda, plantio de frutas de clima temperado na Bahia.

Segunda, 22 de novembro de 2010, será um dia histórico para o Vale do São Francisco, segundo a Codevasf. Nesta data, serão plantadas as primeiras mudas de maçã, pêra e caqui no Perímetro de Irrigação Senador Nilo Coelho.

Nesse ensaio para produção em escala comercial, 1000 macieiras, 1000 pereiras e 450 caquizeiros, vindas do Paraná, serão testadas numa área de 1,5 hectare irrigado de um lote agrícola no Núcleo Habitacional IV (N4).

O processo de adaptação climática, floração e frutificação dessas plantas terá acampamento do pesquisador da Embrapa Semi-árido, Paulo Roberto Coelho Lopes, que desde 2005 trabalha nos estudos para diversificar a fruticultura na região.

A inserção da maçã no Nilo Coelho é resultado do Projeto de Integração e avaliação de culturas alternativas para as áreas irrigadas do semiárido brasileiro desenvolvido pela Embrapa Semi-árido com financiamento da Codevasf, Banco do Nordeste e Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco – Facepe. Só a Companhia repassou cerca de R$ 1 milhão para o projeto.

“Os investimentos em pesquisas são responsáveis pelo fortalecimento do agronegócio no Brasil. E são as inovações científicas e tecnológicas que estão proporcionaram a introdução dessas três novas variedades agrícolas no Vale do São Francisco”, destaca o superintendente da Codevasf em Pernambuco, Luís Eduardo Frota ao ressaltar que nessa fase preliminar serão verificados, entre outros aspectos, o desempenho agronômico, a vulnerabilidade e a lucratividade dessas culturas para os produtores do Perímetro Nilo Coelho.

O cultivo da maçã numa região com altas temperaturas durante a maior parte do ano ganhou destaque no campo científico. Isso porque a maçã é uma fruta de clima temperado, algumas variedades exigem entre 300 e 350 horas de frio com temperatura em torno de 7º C. Contudo os limites climáticos estão sendo superados.

No campo experimental da Embrapa, localizado no Perímetro de irrigação Bebedouro, já vão sendo colhidas duas safras do fruto da macieira.

No Vale do São Francisco, as variedades de maçã que tiveram melhor adaptação ao clima quente da região foram Eva, Julieta e Princesa. Elas sofreram indução genética para frutificarem no período da entressafra nacional, o que coincide com os meses de junho e julho, tradicionalmente os mais frios no Sertão com média de temperatura mínima oscilando de 18º a 20º C.

A maçã, agregado ao fato de reduzir em 35% o risco de câncer intestinal, é uma fruta em expansão no mercado agrícola. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontaram o crescimento de 18% nas exportações de maçãs alcançando em 2008 um faturamento de US$ 80 milhões para a balança comercial do Brasil. JC OnLine – Recife

A Bahia, por seu grande território, grande volume de insolação e facilidades de irrigação, ainda vai ser o grande produtor do agronegócio brasileiro.