
Vazio Sanitário da soja começa no dia 26 e exige atenção dos produtores da Bahia






Foto: Adapec
Produtor havia semeado área com sementes sem origem comprovada, fora do período permitido e levou multa pelo desrespeito a lei
O vazio sanitário para a soja não acabou em nenhum estado ainda, mas em Tocantins um produtor rural resolveu semear o grão, contrariando a proibição. Para piorar a área não era cadastrada no sistema do governo e as sementes não tinham comprovação de origem. Resultado: multa de R$ 7,2 mil e destruição mecânica da lavoura.
Durante uma fiscalização de rotina, os técnicos da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) localizaram a lavoura irrigada por pivô central, em uma propriedade rural, localizada no município de Miracema (TO). No mesmo dia o dono do local foi notificado e orientado a destruir a soja clandestina em 48 horas. Na última quarta-feira, dia 29, ao retornar a região, notaram que a lavoura seguia inteira, foi então lavrada multa e nova notificação.
Só que desta vez os próprios técnicos da Adapec providenciaram a destruição dos 68 hectares de soja com grade. A ação deve durar três dias. O agricultor foi multado em R$ 7,2 mil por infrações administrativas e por risco de propagação de pragas nas lavouras da região.


“A plantação irregular poderia afetar o status de excepcionalidade do plantio da soja nas Várzeas Tropicais, destinado a pesquisa e sementes, prejudicando 60 mil hectares da cultura, além de possibilitar a disseminação de pragas nas propriedades rurais vizinhas,” avaliou o diretor de defesa, sanidade e inspeção vegetal, Alex Sandro Arruda, acrescentando que o empresário tinha conhecimento dos riscos.
Segundo a entidade, o estado mantém um controle rígido de produção de soja com o monitoramento de 100% das áreas plantadas e cadastradas, levando também informações aos sojicultores. O vazio sanitário, responsável por quebrar o ciclo da ferrugem asiática, é uma medida respeitada pelos sojicultores tocantinenses, por isso este caso foi considerado atípico. “Somos referência nacional na produção de sementes de qualidade, por isso não podemos nos descuidar de algo conquistado com muitas lutas de toda a cadeia produtiva, afinal basta a ação irregular de um para causar grandes prejuízos a todos”, destacou o presidente da Adapec, Alberto Mendes da Rocha.
Em Tocantins o vazio sanitário vai do dia 1º de julho até 30 de setembro. Nesta época, fica proibido o plantio de sementes da oleaginosa em lavouras. Esta medida é fundamental para prevenir e controlar a ferrugem asiática, a principal praga que ataca a cultura da soja.
Durante o vazio sanitário só é permitido o cultivo de soja nas várzeas tropicais, que compreendem os municípios de Lagoa da Confusão, Dueré, Pium, Formoso do Araguaia, Cristalândia e Guaraí. Nestas localidades, a Adapec autoriza o plantio da oleaginosa para fins de pesquisa científica e de produção de sementes, mediante um rigoroso controle e monitoramento da ocorrência da praga feito pelos inspetores da Agência. Do Projeto Soja Brasil, no Canal Rural.

Com o aumento dos registros da doença nesta safra, associações e entidades se unem para levar informações de manejo e combate aos produtores
Por André Anelli, de Luis Eduardo Magalhães (BA), para o Projeto Soja Brasil
A incidência da ferrugem asiática na Bahia tem preocupado os produtores. Além de perder produtividade, os custos para controlar a doença estão pesando bastante nesta temporada. Com isso a Aprosoja Bahia criou uma iniciativa para combater o fungo causador da doença.
O tempo chuvoso, na região oeste da Bahia, tem gerado uma a expectativa de boa produção entre os produtores. Mas, a umidade também forma o ambiente ideal para o surgimento da ferrugem asiática. Na propriedade de Paulo Schimdt, no município de Luís Eduardo Magalhães (BA) já foi encontrada a doença e ele prevê aumento no custo de produção.
“O custo de produção já estava alto, porque já tínhamos cuidados contra a ferrugem. Esse custo pode aumentar de cinco a sete sacas, dependendo a época de plantio e tudo mais “, comenta Schimdt.
Até o fim de fevereiro, 22 casos de ferrugem asiática foram detectados no estado. Para tentar diminuir os casos, a Aprosoja estadual, a Fundação Bahia, a Associação dos Irrigantes do Oeste da Bahia e Sindicatos Rurais de municípios da região criaram programa “De Olho na Ferrugem”. E, já definiu pelo menos quatro ações de combate à doença.
Uma delas é a reorganização dos calendários agrícolas: o vazio sanitário irá durar quase cem dias (de 30 de junho a 7 de outubro) e o período de plantio vai ser reduzido (de 8 de outubro a 15 de janeiro).
“Temos que evitar esses plantios mais tardios. O grande problema da soja na safrinha é que a ferrugem entra mais cedo, com uma pressão de inóculo muito maior. Uma severidade maior e o número de aplicações de inseticidas consequentemente tem que ser maior, em intervalos mais curtos. Quanto mais fungicida eu aplico, mas selecionamos indivíduos resistentes”, diz o engenheiro agrônomo, Luís Henrique Carregal.
Outra medida que tem sido indicada é a rotação de defensivos, para diminuir a resistência do fungo. Prática que a pesquisadora Mônica Martins defende, em conjunto com a aplicação de fungicidas multissítios (moléculas que agem em diversos pontos do metabolismo do fungo).
“Nós temos que proteger as moléculas que temos, esses multissítios vieram para agregar. O ideal seria que o produtor usasse os protetores em todas as aplicações, para que a gente protegesse essas moléculas, mesmo porque a eficiência desses produtos tem caído”, garante Mônica.
O presidente da Aprosoja Bahia, Alan Julieni, destaca a importância do combate às plantas guaxas ou tigueras, que são aquelas que resistem fora do ciclo de plantio e servem de hospedeiras para doenças. Quando aparecem na beira das estradas, então, o controle é mais restrito.
Fizemos um trabalho voluntário em que cada um cuidou da rodovia às margens de suas propriedades. Mas ainda tem muitas beiras de asfalto que não tem propriedade em frente. Isso é um problema grave. Só que a gente tem que contar com a ajuda dos nossos políticos, porque é um custo alto. Sem falar em probleminhas legais para poder fazer isso. Se ficar para o produtor, então deixa ele usar os produtos que sejam necessários”, defende Julieni.
A política de preços mínimos é utilizada pelo governo federal para orientar políticas de apoio a determinadas culturas. Quando os preços caem abaixo do mínimo estabelecido, as autoridades podem implementar medidas, que incluem até a compra direta do produto. O custo de produção atual, citado pela Abrapa, é de cerca de 57,50 reais por arroba. O anúncio da presidente Dilma foi feito em discurso durante evento em Lucas do Rio Verde, importante polo produtor de Mato Grosso.
Por Gustavo Bonato, da Agência Reuters
Mesmo para aqueles que acreditam em chuvas tardias este ano, ontem foi o último dia para plantio de algodão no Oeste Baiano, em atendimento às normas do vazio sanitário.
A colheita da soja irrigada, cujo plantio foi antecipado em 15 dias do período do Vazio Sanitário, deverá iniciar na segunda quinzena do mês de janeiro sem a identificação da ferrugem da soja nas áreas cadastradas e fiscalizadas pela Adab.
A proposta de antecipação foi firmada durante a Bahia Farm Show 2012, em reunião ordinária do Comitê de Combate a Ferrugem da Soja na Bahia. Em oportunidade, os produtores apresentaram uma solicitação de antecipação do plantio da soja irrigada e após uma ampla discursão técnica ficou acordado que os produtores seriam autorizados a semear a cultura antecipadamente mediante a assinatura do termo de compromisso conforme portaria 71/2012.
A parceria da Aiba e Adab garantiu uma fiscalização rigorosa nas áreas, com realização de coletas de amostras de folhas para análise laboratorial. Durante esse período, foram colhidas e analisadas mais de 450 amostras e até o momento não foi identificada a presença da ferrugem da soja nas áreas de produção.
Para a realização da colheita os produtores deverão fazer a dessecação da cultura o que vai assegurar a ausência da ferrugem nas áreas antecipadas. Os produtores serão também orientados a fazer o controle de plantas voluntárias que venham germinar após a colheita da soja irrigada.

O vazio sanitário, período em que é proibido o cultivo da soja – e também é exigida a eliminação de soja voluntária ou tiguera (plantas originárias dos grãos caídos no solo durante a colheita) começa nesta próxima quarta-feira, 15, nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima e Paraná.
Na Bahia o período de controle vai começar no dia 15 de agosto e terminar em 15 de outubro. O período ideal de plantio da soja é de 15 de novembro a 15 de dezembro.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, essa medida visa reduzir a sobrevivência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja evitando assim ataques precoces da doença na safra.
Desde 2006, o vazio sanitário foi adotado no Brasil. Atualmente a medida preventiva está implantada em 12 estados (MT, GO, MS, TO, SP, MG, DF, MA, PR, BA, RO, PA). A maioria deles adotou o vazio sanitário por 90 dias. No entanto, três deles optaram pelo período de 60 dias: Bahia, Pará e Maranhão. Com informações do portal da revista Globo Rural.