O vereador Ronilson Marcílio Alves (PTB), eleito com mais de 800 votos, tomou posse na Câmara Municipal da cidade de Caratinga, no estado de Minas Gerais, nesta terça-feira (3), com um detalhe: ele foi algemado, com escolta policial e com uniforme do sistema prisional da cidade.
Segundo matéria do site G1, o vereador que chegou à sede do Legislativo ao meio-dia e permaneceu cerca de duas horas no local, passou a ser alvo de investigação policial no fim de novembro, quando a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele e apreendeu documentos, pen drive e aparelhos celulares.
Na época, ele foi conduzido para prestar esclarecimentos e liberado em seguida. Porém, no dia 19 de dezembro ele foi preso no município de Cordeiro, interior do Rio de Janeiro, e levado para a Penitenciária de Caratinga, onde permanece até hoje.
Ainda conforme o G1, a Polícia Civil informou que o caso segue em segredo de justiça. O advogado Dário Júnior, que responde pela defesa do vereador, informou que o cliente é acusado de extorsão contra um padre da cidade e teve a prisão preventiva decretada no dia 2 de dezembro.
Outras três pessoas foram presas em flagrante pela mesma acusação. O advogado do vereador presidiário ainda explicou na matéria do site G1, que existe um dispositivo no artigo 9º do Regimento Interno da Câmara, que o vereador que não comparecer à cerimônia de posse, tem até 10 dias para tomar posse na presença do presidente da Câmara.
Ele disse que ele e seu cliente, fizeram uso dessa prerrogativa, porque Ronilson considerou que tomar posse no dia 1º, em que a Casa estaria cheia, seria ruim e seria visto como escândalo e por esse motivo a posse foi marcada para esta terça-feira (3).
O fato é emblemático. Alguns vereadores consideram-se, pelas suas ligações políticas, acima da lei. E até desafiam, com base na inviolabilidade da tribuna, instituições como o Ministério Público, como aconteceu em Luís Eduardo Magalhães.
