
Texto e fotos Luís Carlos Nunes, enviado especial de O Expresso
O município de Barra recebeu na manhã desta quinta-feira (3), o Governador Jaques Wagner para a inauguração da reforma o Palácio Episcopal Cristo Rei e da Cúria Diocesana, em comemoração ao centenário da Diocese.
O governador que desembarcou no aeroporto por volta das 10hs, foi recepcionado pelo prefeito de Barra, Artur Silva e seu vice Trajano de Moraes, por vereadores, secretários e demais autoridades locais, pelo prefeito da cidade de Xique-Xique, Ricardo Magalhães, pelo Bispo de Barreiras, Dom Josafá Menezes da Silva, pelo prefeito em exercício de Barreiras, Paê, o pelo ex-prefeito de Irecê, Zé das Virgens.
Na comitiva de Jaques Wagner vieram também o Deputado Estadual Cacá Leão, o presidente da Câmara Legislativa Estadual Marcelo Nilo, e o Secretário Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte.

Do aeroporto seguiram todos para a Catedral São Francisco das Chagas onde foram recebidos por Dom Frei Luiz Flávio Cappio, Bispo Diocesano da Barra, ao lado de uma plateia repleta.
O governador disse que “os prédios têm muito valor para a fé e também valor histórico, arquitetônico e cultural para o povo de Barra”.
O Bispo da Barra, Dom Luiz Flavio Cappio, afirmou que “a diocese e toda a comunidade de Barra estão felizes com seus monumentos recuperados”.
Feitos os agradecimentos, Dom Frei Luiz aproveitou para solicitar ao governador urgentes providências com relação à construção de uma cadeia pública.
“Governador, eu queria que o senhor conhecesse a situação da cadeia local. Se o Senhor tivesse um cachorro, tenho certeza que não o abrigaria lá. Se o Senhor quiser me dar um presente, faça uma cadeia nova na Barra”.
Wagner por sua vez, em tom político, discursou: “Vamos investir 150 milhões de reais em presídios para o interior, principalmente em Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Bom Jesus da Lapa. E que o primeiro a ser construído será mesmo o de Barreiras. Quanto a Barra me comprometo a concentrar esforços para a construção de um Centro de Detenção Provisória (CDP).”

A cadeia pública de Barra tem capacidade para 8 detentos, no momento está desativa com risco de desabamento, já alojou mais de 30 que foram transferidos para carceragens de municípios vizinhos.
Após os pronunciamentos, foram em visita às obras inauguradas e oficializar o momento expondo a placa de homenagens; antes do coquetel, houve também uma belíssima apresentação do “Coral de Sant’Ana”.
As duas edificações, que datam de meados do século 19, têm grande valor arquitetônico e histórico, sendo que a catedral tem estilo neoclássico e o Palácio Episcopal estilo eclético.
No Palácio Episcopal, as obras incluíram melhorias no revestimento, pintura, coberturas e esquadrias de todos os cômodos. As obras foram realizadas pela Secretaria de Cultura (Secult), por meio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), com investimento de R$ 444 mil.
História
O povoamento da Barra do Rio Grande – hoje município de Barra – teve início em 1670, como uma fazenda para criação de gado. A diocese, que data de 1913, foi criada pelo Papa Pio X – que a desmembrou da diocese de São Salvador da Bahia – e participou de momentos históricos da região, lutando por igualdade e justiça social, além de orientar a Igreja Católica numa área que se estendia de Pernambuco a Minas Gerais. O município de Barra é tido como cidade mãe para diversos outros municípios, sendo que no passado era ponto comercial importante e tinha colégio mantido pela Diocese que formou diversas gerações.


