As vivandeiras de novo vão aos bivaques bolir com os granadeiros.

“Eu os identifico a todos. E são muitos deles, os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias do Poder Militar.”

A frase é do ex-presidente, Marechal Castello Branco, um homem ilustrado, sério e determinado, que não permitiu que o golpe de 64 virasse uma opereta bufa.

Ele sabia e conhecia as vivandeiras, lambe-coturnos e puxa-sacos de toda ordem que sempre cercam os militares na esperança de obter vantagens fáceis depois de um golpe de Estado. Muito enriqueceram às custas de 64. Para sua sorte, Castello não estava mais presente para arrepender-se da liderança do movimento.

Se hoje vivo ainda fosse certamente condenaria a arruaça e a molecagem de Jair Messias.

As vivandeiras de novo chegam aos bivaques para alvoroçar os granadeiros

Castello Branco sabia quem eram as vivandeiras alvoroçadas.

As vivandeiras, as rameiras que costumam acompanhar de perto as tropas, nos acantonamentos militares, estão agitando novamente pelo fechamento do regime. A revista “Quanto É” já anuncia que os militares se preparam para destituir o desmoralizado Michel Temer e tomar o poder depois da prisão de Lula.

Por que alguns órgãos de imprensa costumam fazer a elegia do regime militar? Talvez porque sejam especialistas em sabujices e querem aproveitar-se das verbas advindas desse puxa saquismo explícito em detrimento daqueles veículos de comunicação mais comprometidos com a verdade. Quem era o conglomerado Globo de comunicação antes de 1964? A manchete do dia 1º de abril dizia: “Restaura-se a democracia no País”.

Foi o que bastou para se tornar o órgão preferido dos militares e transformar-se, com dinheiro vindo do Exterior, um dos maiores grupos de comunicação do mundo.

“Quanto é” prevendo e comemorando o fechamento do regime e a nova assunção dos militares, exatos 54 anos depois.

Na “Última Hora” de Porto Alegre aconteceu outro fato semelhante. Com a fuga de Samuel Wainer para o Exterior, um secretário de redação, Ary de Carvalho, trocou o nome do jornal para Zero Hora e saudou a vitória da “revolução”.

Como sempre se afirma por aqui, a história não muda. Repete-se. Com os mesmos personagens. E quem não conhece a sua história está condenado a repeti-la.